A história dos videojogos é rica em máquinas estranhas, marcadas pelas suas especificações e visões pouco convencionais. Assim, nesta edição da rubrica Mundo Indie, decidi explorar algumas.
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Um dos meus casos preferidos é, sem dúvida, o do Sega Pico, que combinou cartuchos com livros (storyware) num “computador da pequenada”.
— claramente, o melhor “Magalhães” de sempre! —
Contudo, não são apenas as “Segas e Nintendos” da indústria que ousam desafiar o hardware “tradicional”. Portanto, no artigo de hoje, pretendo divulgar engenhos bizarros”indie”, ou seja, concebidos por pequenos grupos de programadores, não necessariamente associados a uma gigante dos videojogos.
Playdate – specs dos anos 90 em pleno 2019…
Seria imaginável alguém propor, em 2019, uma portátil com ecrã monocromático e uma manivela? Pois foi isto mesmo que a Panic (Firewatch, Untitled Goose Game) apresentou com a Playdate, uma das consolas mais peculiares de sempre. Ora vejam só esta demonstração, que mais parece um jogo controlado por uma caixa de música!
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E, ainda menos convencional que as specs, é o plano de lançamento dos jogos: estão planeados, a início, 12 jogos que serão publicados semanalmente! Portanto, podemos assumir tratar-se de uma espécie de subscrição.
Com tantos botões e cores como um Game Boy, haverá esperança de sucesso para este engenho intrigante? Apesar do preço algo elevado (150$), o Playdate poderá ser uma lufada de ar fresco. Afinal de contas, esta vai incluir obras de loucos como Keita Takahashi (Katamari Damacy) e Bennett Foddy (QWOP, Getting over It)!
Neon Nemesis – 4 jogadores e um vilão
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Cinco pessoas encontram uma arcade com um jogo de corridas com plataformas. O objetivo de cada jogador é chegar ao fim dos percursos de obstáculos antes dos outros, algo análogo a “runners” como Runbow e Bit Trip Runner.
Mas temos um problema: só há suporte para até quatro jogadores, pelo que um dos amigos ficou de fora. Mas o jovem “excluído” descobre uma porta secreta com um comando especial. Agora, ele era parte do jogo, mas de modo diferente: com a possibilidade de montar armadilhas contra os outros quatro, o quinto jogador tornou-se numa divindade sedenta de vingança…
… mas chega de histórias! Que tal um trailer?
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Ainda não sei se esta obra da Toasty Titan irá alguma vez ser comercializada. Isto porque, com excepção de uma galardoação e uma (possível) demonstração em março, não tenho ouvido falar de Neon Nemesis. Contudo, o conceito baseado na música Cabinet Man (de Lemon Demon) aliciou-me, e adoraria encontrar este jogo numa exposição… ou no covil de um vilão qualquer!
Retro Raccoons e a drinkcade – arcade 2.0?
Quando entro num bar, estou esperançoso de encontrar uma máquina de arcade. Contudo, assumo que arranjar trocos para a máquina pode ser deveras enfadonho, especialmente quando acabei de gastar as minhas moedas numa bebida. Foi em resposta a este problema que a Glitchbit inventou a drinkcade, uma variante da arcade onde cada jogador entra num jogo não com uma moeda, mas sim com uma bebida.
E qual será o primeiro jogo publicamente disponível numa drinkcade? Possivelmente este:
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Retro Raccoons é uma experiência para até quatro jogadores e composta de mini-jogos e plataformas onde, após cada etapa, os perdedores têm de beber! O aspecto simples, colorido e retro apela à acessibilidade e aos tempos gloriosos das máquinas de arcade.
Outrora, este jogo chamava-se Tipsy Raccoons, e aparentemente existia uma versão para seis jogadores. É bem possível, segundo consta, que a mudança tenha resultado do intuito de atingir ambientes mais… “familiares”.
(Literalmente) mais do que um jogo…
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Felizmente, estes são apenas alguns exemplos de engenhos peculiares associados aos videojogos. Desde urinóis a mecanismos para esfregar o rabo no banco, existem inúmeras ideias que vão além do software e arriscam, mesmo sem garantias de sucesso, atingir um público-alvo em nada mainstream. E a diversidade de engenhos, desde portáteis a arcades e “utensílios de escritório”, é prova de que há espaço para a inovação em todo o lado!