Fã dos anos 80 e de pixel art? Bom, então Narita Boy chama por ti! Prepara o teu comando, pois estás prestes a entrar num jogo de aventura 2D repleto de neons, sintetizadores e estereótipos dos anos 80!
Criado pelo Studio Koba e publicado pela Team 17, Narita Boy é um jogo de plataformas e aventura em 2D que te coloca na pele de um jovem que, por meios sobrenaturais, entrou dentro de um jogo digital (não, isto não é o Digimon!). Rapidamente este percebe que o seu objectivo é nada mais do que salvar todo o reino digital de uma maléfica entidade chamada de HIM. Para isso teremos que dar uso à mítica arma digital Techno Sword para aniquilar todas as ameaças de HIM, chamadas Stallions, e recuperar todas as memórias do criador do jogo, que foram perdidas devido ao ataque deste vilão vermelho.
A história em si está minimamente sólida, pois não só temos a oportunidade de conhecer as três casas do reino digital, como também compreender os motivos e missões de alguns programas, incluindo os do próprio mau feitor (HIM). Juntando-se a isso, à medida que desbloqueamos as memórias do criador, entramos dentro delas, conhecendo a história dele, desde criança até ao presente.
No que toca à sua conclusão, estás com azar, pois não te vou contar o desfecho desta aventura. Contudo, posso apenas dizer-te que há mais do que espaço para uma sequela do mesmo!
Mecânicas interessantes, mas com algumas faltas de afinação
As mecânicas presentes em Narita Boy são algo interessantes. No início parece que não tens muitas opções, contudo à medida que progrides na aventura vais obtendo novas habilidades que vão dar vantagem sobre vários inimigos, bem como utilizá-las para abrir novos caminhos no mundo digital. No entanto, existem ainda outras que servem apenas como meio de transporte, como, por exemplo, uma prancha de surf em forma de disquete! Quando pensas que já viste tudo num jogo, Narita Boy chega com mais uma pequena surpresa. O que me deixou um pouco desconfortável foram apenas algumas das habilidades de combate, que já exigiram um combo mais complexo, nas quais não me consegui adaptar. Em adição os movimentos do herói pereciam algo escorregadios, dificultando-me um pouco a vida ao andar aos saltos em pequenas plataformas, que se traduziu em umas quantas mortes.
Os inimigos (Stallions) foram bem desenvolvidos, cada um com uma técnica diferente de ataque e com diferentes maneiras de serem derrotados. O que te faz prender ao jogo é a maneira como estes vão surgindo, pouco a pouco, enquanto vais avançando na história. E deixo ainda o belo toque de o jogo apresentar uma pequena animação, mostrando uma disquete ilustrando o inimigo e revelando o seu nome, assim que este surge pela primeira vez. Isto também é aplicado assim que adquirimos alguma habilidade nova ou até mesmo nos Bosses do jogo!
Os Bosses em Narita Boy, não querendo ser muito mau, são um pouco fáceis e demasiado previsíveis. Não sei se isto deve-se a algum motivo em específico, mas todos os movimentos e padrões de ataque foram facilmente calculáveis. Confesso que continua a ser necessário haver alguma técnica por parte do jogador para se desviar de alguns ataques, mas isto vai mesmo depender da experiência do próprio jogador com jogos deste género.
A linda e incrível ilustração de Narita Boy
Se há alguma coisa que mais se destaca em Narita Boy é na sua apresentação gráfica. A arte pixelizada transborda de bons detalhes, acompanhada de belas animações que nos fazem questionar o tempo que estas levaram a ser desenvolvidas. Os anos 80 também não se deixam ficar bem marcados neste pixels bem esculpidos, fazendo-se presenciar de luzes neon e com um filtro bem louco que te dá a ideia de estares a jogar num ecrã de monitor CRT antigo! Talvez fosse por isto que este jogo levou mais de 4 anos a ser desenvolvido, desde o seu anúncio no KickStarter.
Para finalizar, temos a excelente música que também deu grande destaque na aventura. Contando novamente de que estamos a falar de um jogo ao estilo dos anos 80, o sintetizador é o “instrumento”-chave em praticamente toda a banda sonora de Narita Boy. O que pessoalmente só me faz gostar ainda mais do jogo!
Só resta mesmo dar os parabéns a toda a equipa pelo esforço e dedicação prestados no desenvolvimento deste jogo, que certamente terá espaço mais história e mostrar-nos mais um pouco do reino digital.
Narita Boy já se encontra disponível para as plataformas PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One / Series X|S (incluído também no Game Pass!), e na Steam para PC (para Microsoft Windows, Linux, Mac OS).