Uma das mais aguardadas edições acaba de chegar a Portugal! À luz do sucesso da sua adaptação para anime, chega-nos à Squared Potato um exemplar da edição publicada pela Editora Devir de Oshi No Ko. Originalmente escrita por Aka Akasaka e ilustrada por Mengo Yokoyari, esta é uma história com diversas camadas que promete apelar a diferentes tipos de público.
Antevendo-se uma boa saga de conforto, este primeiro volume é bem recheado de voltas e reviravoltas à trama, culminando em fortes murros no estômago que ainda agarram mais o leitor. Tendo aguardado para ver o anime somente após a leitura deste volume, e até porque Oshi No Ko dá o pontapé de saída com um primeiro episódio de uma hora de duração, devo dizer que este primeiro mangá agrega toda a polpa dessa extensa introdução. Obviamente, os episódios seguintes já seguem a duração padrão, mas tendo em conta a trama, tanto no mangá como no anime, é perfeitamente justificável termos de acompanhar logo tamanha extensão de desenvolvimentos na primeira entrega.
A trama que destaca a fofura e comicidade das personagens, acolhe uma atmosfera crepitante que nos afaga a respiração até, subitamente, nos rebentar por dentro. Não quero revelar nada para quem se mantém completamente livre de spoilers, mas devo dizer que estava numa pausa para almoço a ler este volume, e caiu-me mal. Foi como se o chão se abrisse para me deixar cair mas a alma subisse para o céu… Ou como se voltassem a decepar a cabeça do Ned Stark.

Fico deveras com curiosidade em conhecer os próximos volumes e a sua extensão face a esta primeira entrega. De facto, não sei balizar os limites que este enredo poderá ter, só mesmo Aka Akasaka conseguirá ditar o imprevisível. Para ávidos leitores, sem dúvida, esta é uma saga apaixonante a seguir, pelo que a aposta da Editora Devir foi mesmo muito acertada.
Em termos deste exemplar físico, temos uma edição robusta e de qualidade de impressão. Um reflexo da preocupação existente em Portugal, talvez dada a (ainda) limitada oferta destas publicações, fruto do empenho das editoras em apostar assim em edições que perdurem o desafio dos tempos. Nisto, somos um pouco beneficiados, olhando para o Japão onde certos mangás são impressos numa gramagem tão rasca, quase semelhante àquele papel para limpar as mãos que os cafés disponibilizam por cá, e daí que, em terras nipónicas, o acesso aos mangás seja vendido ao preço da àgua.
Com o apoio da equipa da Devir, o que nos chega às mãos é um tratamento e uma reprodução artística fiel aos traços de Mengo Yokoyari graças à Ana Sofia. Em complemento, uma tradução competente de Caio Pacheco e Patrícia Caetano que faz o tempo voar!
O primeiro volume de Oshi No Ko já está disponível nas bancas e em editoradevir.pt.