Depois do encerramento de Persona 3 Reload, confesso que ficou um vazio enorme no meu cantinho do coração onde aloja os RPGs. Já me havia dado essa sensação no final de Persona 5, e até com Persona 4: Golden na Playstation Vita, uns bons anos atrás. Aquela combinação única de elementos RPG com narrativas sempre tão profundas e complexas e tão fáceis de se identificar, fazem de Persona – a meu ver – ser a jóia da Atlus.

O Episode Aigis veio ajudar a colmatar este vazio, complementando assim o final triste – sem spoilers -, de Persona 3: Reload. Esta DLC foi lançada com a versão Persona 3 FES da Playstation 2, versão essa que nunca tive a oportunidade de jogar, tal era o meu desconhecimento com a série. Mais de 27 horas depois, finalizei esta DLC, e fiquei muito mais esclarecido com o final do jogo base, tocado pela ligação criada com todos estes personagens, e com outro vazio no meu cantinho.

Persona nunca foi discreto em lidar com temas mais pesados, e este episódio é a prova disso. Esta DLC mostra-se como um novo começo representativo, e como a partida de pessoas podem para abrir espaço para o futuro, sem nunca as apagar das nossas vidas.

A nova protagonista é Aigis, e que bom que é jogar com ela. Depois de desvendar os mistérios da hora sombria, Aigis e o restante da equipa do jogo principal estão presos num ciclo temporal, o que força a nova protagonista a entrar no abismo do tempo para descobrir o que aconteceu. Isto será tudo o que te posso contar sobre a história, já que liga acontecimentos brutais no campo de spoilers do jogo base.

Não há diferenças de mecânicas entre o jogo base e este DLC. A diferença passa no tipo de acção, que aqui é religiosamente o combate, sem muito tempo para as interações sociais que a série nos habituou. Existem apenas alguns encontros, e exigem a conclusão da dungeon, com efeito de criar uma maneira para readquirir as tuas habilidades perdidas que não vieram do jogo base. A personagem também pode ter vários Persona, e as dungeons enormes estão presentes, e que presença. A grande maioria do teu tempo será gasto na exploração das masmorras. Este conteúdo extra foca-se mais no combate, e é ligeiramente mais desafiante que o jogo base. As diferenças estão no tipo de exploração e embate com a protagonista, já que ela utiliza arma de fogo em vez de arma branca, facilitando assim a aproximação e vantagem inicial antes do combate. 

Dado a ausência de actividades do jogo base, confesso que volta e meia, ia sentindo o cansaço do número de andares, mas jamais tive que grindar excepto que o quisesse, e quando o fiz, fora apenas para obter cartas para um burst. No entanto, a dificuldade foi sentida, principalmente em alguns dos bosses, e isto jogado no modo normal. Portanto, aos que procuram um desafio extremo, aconselho-vos a optar pelas dificuldades mais elevadas. A melhor parte deste episódio são definitivamente os bosses.

A excelente direção de arte continua no ponto, ao estilo do jogo base, e o padrão será para manter. Podemos verificar isso com o grande próximo lançamento da Atlus: Metaphor: ReFantazio, que segue o alto padrão estético. Já quanto à banda sonora, tal como a série Persona nos habituou, a música continua esplêndida e volta a ser o ADN que locomove o jogo. É mais de uma hora nova de faixas muito características de Shoji Meguro e trabalhadas do jogo original, com a belíssima voz de Azumi Takahashi, e muito mais.

Agradecemos à Cosmocover por nos ter cedido esta chave para análise, para a plataforma PS5.

CONCLUSÃO
Mágico!
8
Igor Gonçalves
Curioso, explorador, e fã de videojogos desde que me lembro, e em especial pela saga Metal Gear. Não jogo plataformas, jogo jogos.
persona-3-dlc-episode-aigis-analiseCom uma história muito marcante e uma banda sonora sempre no ponto, o "Episode Aigis" complementa o arco que faltava na narrativa, e volta a trazer tudo o que é de bom nos combates em Persona, mesmo quando se foca menos em social links.