Phantom Breaker Omnia

Embora este título desenvolvido pela Mages, e publicado pela Rocket Panda Games, seja já um pouco mais conhecido pelo grupo nicho de fighting games mais alternativos face aos grandes títulos de luta anuais, passou despercebido pelo meu radar desde 2011. Altura do seu primeiro lançamento, há duas gerações passadas. Isto, originado pela minha completa ignorância face a este género de luta, leva-me a avisar-vos que sou terrivelmente mau neste estilo, e decidi abraçar esta análise pelo simples facto de existir a promessa nos trailers de que qualquer estilo de luta se encaixaria de alguma forma na adaptação de cada jogador, e assim o quis testar eu, com o meu mega estilo “esmurra-botões“.

Para os grandes fãs do estilo peculiar de animação Japonesa, gostarão certamente de saber que Phantom Breaker Omnia vos oferece, além das combinações de botões frenéticas e muita pancadaria, conteúdo narrativo bem ao estilo visual novel das 15 personagens disponíveis e jogáveis no modo história. Essencialmente, o estilo de contar a história é o mesmo, mas abordado de maneira diferente e do ponto de vista de cada personagem perante o enredo temático que aborda toda a premissa da história. Para evitar entrar no campo dos spoilers e também por ter explorado poucas personagens no ponto de vista do seu passado, irei focar-me nos acontecimentos gerais que liga praticamente todas as personagens.

O modo campanha começa após a aparição de um homem misterioso, que diz prometer conceder um desejo a quem vencer a competição que se trata nada mais nada menos que vencer duelos de luta. Muitas destas personagens têm dilemas sérios nas suas vidas, e são praticamente escolhidas a dedo, e, muitas vezes sem olhar a meios; são obrigadas a ingressar nesse recrutamento. Após serem seleccionados e aceitarem o desafio, recebem umas armas especiais que garantem habilidades extremas de combate. É uma premissa um pouco simples, mas considerando o estilo de jogo, aceita-se perfeitamente a abordagem, e se explorares o vasto leque de personagens, irás vivenciar histórias bem elaboradas que te fará questionar o egoísmo, e em outras a modéstia, dentro das suas motivações que é essencialmente a vitória do torneio.

Phantom Breaker Omnia trata-se de um fighting game em exclusivo um para um, e não obstante a minha experiência em jogos de luta, consegui desde o primeiro combate identificar que este jogo tem uma fugacidade muito própria. Ao contrário de fighters mais tácticos como Virtua Fighter ou até Tekken em que a distância é igualmente importante, a complexidade deste título nipónico procura distanciar-se um pouco dessa vertente, e procura fundamentalmente focar-se na pressão sobre o oponente com combos. Este estilo para um leigo como eu, traz uma complexidade ainda mais acrescida, e esmurrar os botões, foi quase sempre inevitável.

Existem os três botões principais responsáveis pelas combinações, golpe leve, golpe médio e golpe forte, que têm que ser dominados para te tornares um mestre neste jogo. Também existe um input para especiais, e vários atalhos que poderás personalizar ao teu estilo e feitio. A diferença é que Phantom Breaker não se fica pelos botões, já que cada personagem tem três estilos diferentes de jogo, que mudam drasticamente a velocidade e mecânica dos personagens: Quick Style que como a própria designação indica, é para quem procura movimentos mais rápidos e mais pressão, colocando um pouco a desvantagem no HP. Hard Style que foca nos ataques mais pesados e uma defesa sólida além de mais HP, mas que perde na velocidade, e por fim o estilo Omnia, que é talvez o mais equilibrado destas duas tendências de jogo atrás apresentadas. As variações são imensas, e como é um jogo em que causa a impressão que a defesa demora bem mais a ser quebrada, estes estilos fazem toda a diferença.

Além do modo ‘story‘, Phantom Breaker Omnia conta com os habituais modos de jogos do estilo, como single ou versus, que consistem em batalhas simples sem compromisso entre ti e o CPU ou outro jogador real; ou até CPU vs CPU. O modo arcade também está presente, e neste estilo frenético é um modo essencial. E também existem dois modos idênticos que são o Score Attack e o Time Attack, com batalhas de uma ronda para o score, e sob pressão no relógio em time.

O modo online não foi de todo explorado da minha parte, não só porque recebi a cópia antecipadamente, mas também porque nunca encontrava ninguém, por muito que tentasse. No entanto, existem dois modos, o normal, e o ranked, e a coisa boa tirada desta experiência é que enquanto o jogo trata do matchmaking, poderás treinar os golpes e personagens sem qualquer pressa.

Os gráficos são harmoniosos no geral, mas não houve um grande capricho nos sprites. Os modelos são bem detalhados mas notam-se algumas animações bem abaixo do normal durante o combate, principalmente nos movimentos de grab. Não que isso deixe a experiência menos prazerosa, mas são detalhes a ter em conta uma vez que a Mages tem bastante experiência a trabalhar com a paleta gráfica que Phantom Breaker nos apresenta, e portanto pedia-se um pouco mais de fluidez nesse sentido, sentido esse que muda drasticamente com a banda sonora, agora completamente remixada que trazem um novo ar ao estilo. A quem leu até aqui, desafio-vos a procurarem as faixas originais e as remixadas, e vão-se surpreender com a qualidade acrescida, promessa de potato!

Phantom Breaker: Omnia encontra-se disponível para Playstation 4Playstation 5Xbox One, Nintendo SwitchXbox Series X|S e para PC na Steam. Esta versão foi testada na Playstation 5, a qual agradecemos à Rocket Panda Games por nos ceder gentilmente o código.

CONCLUSÃO
Fantástico
8
Igor Gonçalves
Curioso, explorador, e fã de videojogos desde que me lembro, e em especial pela saga Metal Gear. Não jogo plataformas, jogo jogos.
phantom-breaker-omnia-analiseNo geral, Phantom Breaker: Omnia é um jogo essencial para amantes do estilo, e se um pequeno amador como eu gostou tanto, consigo imaginar o prazer que um veterano e amante de jogos de luta pode sentir ao se entregar de corpo e alma a este título.