Hoje apresento-vos uma sequela inesperada de um fps de qualidade lançado pela 3D Realms e desenvolvido pela Voidpoint, sendo como um sucessor de Duke Nukem. O primeiro jogo, denominado de Ion Fury, veio dar-nos uma experiência semelhante a Duke Nukem 3D, com todos os seus momentos ridículos e divertidos. Ora que a sequela, para todos os efeitos, decidiu então seguir o caminho do Duke Nukem Forever original (uma versão anterior à versão final lançada pela Gearbox), servindo como uma forma de dar aos fãs uma experiência mais favorecida e de qualidade.

Eis que temos Phantom Fury, uma sequela desenvolvida pela Slipgate Ironworks, que veio dar uma nova missão repleta de ação e muitos socos metálicos pelo caminho.

Uma nova missão importante para a melhor agente dos EUA

Phantom Fury passa-se uns anos após os acontecimentos de Ion Fury, com a protagonista Shelly “Bombshell” Harrison a acordar de um coma. Como é natura, logo após de acordar deste coma, Shelly é apresentada com uma nova missão de assegurar um artefato bastante perigoso. A premissa principal da história é toda relativa a esta missão, sendo uma história focada e sem muitas premissas paralelas, sendo algo fácil de seguir e entender.

Percebe-se facilmente que a história não é o ponto principal do jogo, sendo o aspeto mais simples do mesmo. No entanto, não se torna algo forçado, sendo algo funcional, que não absorve o resto do jogo.

Gráficos nostálgicos, com um pequeno toque moderno

Enquanto Ion Fury se focou em proporcionar visuais semelhantes aos FPS dos anos 90 como Duke Nukem e Shadow Warrior, Phantom Fury tenta juntar os visuais dos FPS dos inícios dos anos 2000 com alguns toques modernos. Os variados modelos e texturas presentes nas superfícies de praticamente todas as personagens, cenários e detalhes, todos apresentam uma qualidade propositamente mais antiquada. A iluminação e os efeitos tentam juntar um pouco da tecnologia mais moderna para criar um pouco mais de interesse visual na imagem. O jogo também apresenta algumas técnicas mais modernas na renderização de água, dando um aspeto mais natural aos lagos e rios que se encontram durante o jogo.

Em termos de desempenho, irei-me guiar pela minha máquina, cujas especificações são as seguintes:

  • CPU: Intel i5-13600KF
  • Memória: 32 GB DDR4
  • GPU: NVIDIA Geforce RTX 3070 8 GB
  • Disco: NVMe – WD_BLACK SN850X

A minha experiência foi maioritariamente estável, sendo que corri o jogo praticamente nas definições máximas com a taxa de fotogramas geralmente bastante alto. Apenas tive algumas circunstâncias onde a taxa de fotogramas ficava “presa” num número baixo, sendo preciso pausar o jogo várias vezes para recuperar o desempenho. Trata-se de uma otimização bastante estável, sendo este pequeno problema apenas uma inconveniência rara com uma resolução rápida e simples.

Um FPS simples, com uma pequena falta de ambição

A jogabilidade de Phantom Fury é bastante fácil de entender. Temos uma protagonista que, sozinha, consegue derrotar grupos de militares treinados apenas com o seu braço biónico e uma série de armas que irão ser desbloqueadas ao longo da duração do jogo. Shelly apresenta uma velocidade de movimento bastante modesta para o género, sendo que o jogo não exige muito no que toca ao movimento. O foco está então no uso do cenário, sendo praticamente a grande maioria barris e objetos explosivos que estão espalhados, ou então em saberes disparar nos pontos fracos dos inimigos, que geralmente se trata da cabeça dos mesmos.

O jogo apresenta também alguns puzzles simples, mas sinto que há, por vezes, uma falta de direção para o jogador saber exatamente no que se focar para progredir. Senti que houveram várias situações onde andava pelos níveis à procura do objeto que precisava de interagir para continuar, dando voltas durante longos minutos, eventualmente encontrando o objeto por total acidente.

Felizmente, no que toca à ação, o jogo já apresenta melhorias. Disparar as armas é satisfatório, sendo que, ao acertares na cabeça de um inimigo, a mesma explode com efeitos bastante exagerados. Apesar de haver alguma variedade de armas, entre pistolas, caçadeiras e explosivos, sinto que algumas armas se tornaram obsoletas a meio do jogo. Sendo que muitas das armas utilizam o mesmo tipo de balas, existe aqui uma preferência geral pelas armas mais eficazes.

Existe a opção de melhorares o equipamento com um recurso que irás encontrar nos vários níveis do jogo. Estas melhorias são exclusivas por arma, sendo que, na pistola básica, por exemplo, podes adicionar um taser que deixa os inimigos paralizados no lugar. Outro exemplo destas melhorias está nas SMGs, onde podes desbloquear a possibilidade de utilizar 2 SMGs em simultâneo, com a capacidade de desfazer inimigos com uma barragem rápida e enorme de tiros.

Os níveis apresentam-se com alguma liberdade, onde o jogador pode geralmente explorar um nível inteiro até o acabar. Infelizmente, não há grande presença de segredos, pelo que a exploração é apenas encorajada para apanhar balas, armadura e vida. Como já referi acima, também há uma falta de direção visual para o jogador, fazendo com que o mesmo não se perca com tanta frequência em algumas secções.

O jogo apresenta alguns bosses, sendo estes de caráter simples, sem grandes experiências no que toca a mecânicas. Os bosses são o típico do género, onde terás de te manter a mover para evitares os vários tiros e ataques dos mesmos, mantendo uma boa pontaria e um dano consistente até os conseguires derrotar. Esta simplicidade nos bosses não os torna muito memoráveis, mas acrescenta alguma dinâmica necessária na fórmula do jogo.

Música sólida, mas pouco presente

Em termos de música, temos aqui uma sonorização bastante ambiental, com um uso de sintetizadores e instrumentos virtuais, juntamente com toques de eletrónica, com um baixo forte e distorcido. Em alguns níveis, senti bastante a presença das melodias, sendo algo que eventualmente ficou na minha cabeça, o que me surpreendeu bastante. Tenho a admitir que, por vezes, o jogo tende em entrar em situações de silêncio, o que quebra um pouco o ritmo do jogo. Seria preferencial manter os ouvidos ocupados durante estas secções, de modo a manter o ambiente e o espírito de ação do jogo intactos.

+ Pontos Positivos

  • Visuais apelativos
  • Disparos satisfatórios
  • Variedade de cenários

– Pontos Negativos

  • Armas obsoletas
  • Fraca orientação
  • Música pouco presente

Um agradecimento especial à editora por nos ter cedido uma chave do jogo para análise.

CONCLUSÃO
Modesto
7.5
phantom-fury-analisePhantom Fury joga no seguro e não tenta reinventar ou alterar a fórmula do género, tentando manter uma jogabilidade funcional e divertida acima de tudo. Alguns tropeços pelo caminho fazem desta aventura uma que, por vezes, não acerta em cheio no alvo.