Eis que aterramos novamente em PNF-404, na mais recente aventura dos nossos pequenos e muito prestáveis amiguinhos Pikmins! Pikmin 4 para a Nintendo Switch, chegou à consola acompanhado do lançamento dos remasters HD de Pikmin 1 + 2 que não fizeram furor. Em boa forma, tendo já jogado todos os títulos da saga, quero com esta análise descobrir se temos em mãos a fórmula definitiva de Pikmin, ou se o futuro da saga continua ainda incerto. Também queres saber? Então contínua a ler!
Pikmin 4 não deixa margens para dúvidas de que é o “tudo ou nada” para esta saga. Com isto, mete todas as cartas na mesa, mesmo! Tudo o que te lembras dos jogos anteriores estão precisamente aqui: desde a nave que tens de construir, tripulantes que tens de socorrer, tesouros que tens de desenterrar, frutas, e uma história que novamente assemelhasse à que já vem a ser recontada desde Pikmin 1.
A maior diferença no ponto de vista da história, é que agora o protagonismo és tu, ou seja, crias mesmo uma personagem tua que irá interagir com o restante elenco e salvar o lendário Capitão Olimar após novo acidente com a SS Dolphin ( nem sei como é que ele ainda não perdeu pontos, mas por mim já tinha sido caçado-lhe a carta a este ponto). Por falar em ponto de vista, também a câmera nunca esteve tão bem colocada! Com uma perspetiva mais próxima do chão, tendo portanto um olhar mais próximo dos nossos personagens, podemos sentir a nossa pequenez em relação a este gigantesco planeta que continua a assemelhar-se muito ao nosso.
Com efeito, somos recrutados para assistir uma equipa de busca e salvamento que foi acionada para salvar o Capitão Olimar, no entanto o pedido de ajuda dele parece ter atraído mais pessoas deste ponto da galáxia, e todos eles acabam por ter uma aterragem acidentada em PNF-404.
Entre essa equipa está uma refrescante novidade em termos de jogabilidade, o nosso companheiro Oatchi. Um cão salva-vidas que podemos treinar para aprender truques e habilidades, bem como seguir à sua boleia como transporte tanto para nós como para os nossos pikmins. Também é possível alternarmos o controlo entre a nossa personagem e Oatchi para que consigamos resolver puzzles mais difíceis.
Por falar em puzzles, temos em Pikmin 4 o regresso das cavernas de Pikmin 2, só que agora muito mais desafiantes. Um aspecto positivo desta evolução, é também que agora não é possível parar o tempo do mundo à superfície para fazeres estas “dungeons”. O que acontece é que o tempo lá fora passa muito mais devagar quando entras nas cavernas, ao passo que em Pikmin 2, parava totalmente para retomarmos a nossa ordem de trabalhos assim que regressassemos à superfície.
Também temos aqui inimigos muito mais variados com que podemos encher o olho, mas é sobretudo na complexidade dos cenários que sentimos a maior evolução. Explorar PNF-404 nunca foi tão divertido e difícil. Temos muitos caminhos que desbloquear, e estratégias a desenhar para descobrirmos os cenários a 100% e efetivamente os seus tesouros. De regresso temos novamente o dispositivo que assinala a proximidade com algum item precioso que tenhamos de recolher. Muito útil até para constatarmos que já recolhemos todos os tesouros, sendo que o mesmo desliga-se quando não encontra mais nenhum sinal.
A imensidão destes novos cenários e dos perigos, alia-se igualmente à multidão de personagens que descobrimos e salvamos no decorrer desta jornada. Cada personagem traz consigo missões secundárias que iremos querer completar a par das principais, dando-nos ainda mais propósitos para nos ocuparmos dia após dia de exploração. Missões essas referentes a investigações que vão desde botânica a tecnológicas, prepara-te para teres as mãos cheias de trabalho!
Para mim o regresso das cavernas foi mesmo uma cereja no topo do bolo muito bem empregue, mas quando parecia que não poderia esperar mais deste título, que já assumia ser a forma fórmula definitiva, eis que introduzem algo que já pedia à imenso tempo mas nunca pensei que realmente fossem implementar: explorações noturnas!
Sim, finalmente podemos conhecer a face deste planeta à noite, ao estilo de sessões de Tower Defense, em que recolhes um néctar para farmares medicina. Eu não quero estragar muito o momento de surpresa que os jogadores poderão ter aqui portanto apenas digo que como antecipava, terás de preparar-te para o combate, pois como já sabemos os inimigos ficam mais ativos à noite.
Já que te dou cheirinho das explorações noturnas, vale também a pena introduzir já aqui as batalhas Dandori que são igualmente uma novidade. Aqui à semelhança das batalhas para 2 jogadores que existia em Pikmin 2, temos igualmente de vencer um antagonista em sessões onde procuramos recolher mais tesouros e pikmins quanto possível em cenários mais divertidos.
Sendo que já falamos, de história, inovações e re-integrações na jogabilidade, é de salientar então a componente artística que sempre me pareceu muito esbatida e sombria em Pikmin. Efetivamente as cores saturadas sempre popularam e deram vida a esta saga, mas agora vemos uns raios de sol que trazem um ambiente muito mais acolhedor e respirável. Belo, suave quase como tons de pastel, rico em objectos, sinto que agora sim, temos condições para habitar este planeta e até mesmo querer ficar por aqui longas temporadas.
Sendo que a banda sonora mantém o mesmo registo que já conhecemos, os nossos Pikmins valeram-se de um novo reportório de canções que também valem aqui uma menção, pois ouvi-los a trautear pelo caminho, é dos momentos mais fofos que o jogador irá testemunhar.
Falando agora da parte que me deixou mais aborrecida neste jogo, a componente multiplayer, digo que esta é a prova de que o fenómeno do cappy não serve para todos os jogos. Ora comecei Pikmin 4 a jogar em multiplayer com a minha cara metade, mas eis que descobrimos que o P2 apenas controlava uma mira para atirar pedrinhas… Que eu própria conseguia controlar como P1, e portanto o contributo desse era nulo. Escusado será dizer que ao fim de 15 minutos, o P2 já estava a passar pelas brasas num sono profundo ao meu lado.
