Recentemente tenho estado com uma vontade imensa de mergulhar em experiências de escape room. Aliás, como muitos de vós que seguem as minhas análises há alguns anos já devem ter reparado, eu agarro-me a todo o jogo que envolve formas criativas de resolver puzzles. Isto porque gosto de desconstruir a lógica por detrás da obra como se de um cubo Rubik se tratasse.
Posto isto, e já que estamos numa onda de experiências virtuais, porque não apresentar-vos uma solução para quem procura uma escape room em realidade virtual?
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O verdadeiro potencial de uma Escape Room virtual
É disto que se trata Please, Don’t Touch Anything 3D. Esta obra da Forquarters Team e Escalation Studios, distribuída pela ForwardXP, já há muito que vem a rodar as plataformas. Mas só agora é que deu o salto para a tecnologia da realidade virtual. Um patamar que, a meu ver, desvenda todo o seu verdadeiro potencial.
Com toda uma experiência interactiva mais palpável e funcional, com controlos que requerem que o jogador explore, interaja e desorganize o espaço na sua demanda por pistas e códigos, a exploração desta escape room é, a meu ver, a experiência mais mímica da realidade que certamente os developers sempre procuraram atingir com esta obra.
Posto isto, para te contextualizar, esta experiência inicia-se quando és colocado numa sala repleta de todo o tipo de enigmas que possas imaginar. E logo uma personagem bate à tua porta, dizendo que precisa de sair mas que já volta. E, por favor, não toques em nada!
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Bem, a partir daqui cabe ao jogador decidir o que quer fazer. Será que queres tentar desvendar todos os 30 finais possíveis para esta experiência? Podes sempre tentar.
Sempre que conseguires descobrir um novo fim, receberás uma carta com uma arte representativa desse mesmo desfecho. Algo pensado para incentivar os jogadores a quererem mesmo coleccionar todos os finais.
Enigmas marados
Como se já não bastassem os enigmas marados que aqui encontramos!
Enigmas que nos fazem coleccionar na nossa memória, códigos para os quais ainda nem sabemos onde os poderemos utilizar, e puzzles que parecem simples a um primeiro olhar mas que nos fazem ter ninhentas teorias de como os resolver sem que, na verdade, alguma funcione.
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Enfim, o tipo de coisa que nos faz dar por nós acordados às quatro da manhã a olhar para o infinito. A ouvirmos uns sussurros em russo aos nossos ouvidos e uns estalinhos estáticos…
Controlos “palpáveis”
Como sempre, não quero dar quaisquer spoilers da experiência em análise. Mas falar deste “escape room” em si, sem revelar nada é, de facto, uma tarefa dificílima. O que posso dizer, contudo, é que as mecânicas para resolver os diversos finais são variadíssimas. Exploram tanto os sentidos visuais como auditivos, o oculto e o culto, e até algumas coisas do conhecimento geral.
Uma experiência destas requer controlos que tentem mimicar a realidade da melhor forma possível, e aqui acho que conseguiram essa proeza. Como é habitual nos jogos VR, aqui usas os triggers para agarrar objectos, e tens um segundo botão para interagir com as coisas. No entanto, quase não utilizei o último. Pois aqui conseguimos interagir com os botões e objectos através dos nossos movimentos físicos.
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Exemplo: ao segurar o Oculus Touch do Oculus Quest, se recolher o meu dedo indicador e fizer com que este deixe de estar em contacto com a base do comando, vejo no ecrã a minha mão assumir a posição de apontar, com o indicador esticado.
Com efeito, esta é a mesma posição em que estou no mundo real. E, com isto, se eu fisicamente for fazer o movimento de pressionar um botão que estou a ver nos Oculus, consigo, de facto, interagir com o mesmo como se estivesse de facto a tocar-lhe. Posto isto, posso digitar códigos e mexer em algumas coisas sem a necessidade de recorrer ao botão do comando, de forma a ter uma imersão o mais realista possível.
A forma como nos deslocamos neste jogo também é uma situação semelhante. Sendo que o jogo possibilita-te a deslocares-te por teletransporte, nada te impede de te deslocares no espaço fisicamente. Se tiveres espaço suficiente para jogares em room scale, esta é, de facto, a melhor forma de usufruir desta experiência.
O visual
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Please, Don’t Touch Anything 3D, apresenta-se como uma experiência visual simplista. Mas que nutre um detalhe no que realmente é importante para o utilizador observar. Como livros e manuais que temos de saber seguir para chegarmos às soluções. Para te ambientar, no campo sonoro somos quase que abandonados à nossa sorte. Isto para sentirmos a pressão dos nossos próprios pensamentos.
Please, Don’t Touch Anything 3D já está disponível para dispositivos VR Oculus Rift / S, Oculus Quest e Gear VR. Se não tens uns óculos VR, podes ainda experimentar a sua versão 2D, que está disponível no Android, iOS, Nintendo Switch e na Steam.