Após os eventos de The Teal Mask, eis que a aventura continua com a segunda parte do DLC de Pokémon Scarlet e Violet, de nome: Indigo Disk. Como promessa, fica mais conteúdo, mais Pokémon e ainda uma nova história final para fechar a aventura de Area Zero. Mas será que isto é suficiente? Fica por aqui para saberes a minha opinião.
Nesta nova aventura, somos transportados para mais uma escola, a Blueberry Academy, situada algures na Região de Unova. Esta academia alberga uma gigantesca estrutura, chamada de Terarium, que é basicamente a área onde vais passar a maior parte do teu tempo. Esta é constituída por 4 biomas, onde em cada um habitam Pokémon de diferentes espécies, de gerações anteriores. Esta é grande o suficiente para me perder durante umas horinhas à procura de tudo o que existe por lá, com algumas batalhas de treinador pelo meio.
Caras familiares continuam presentes aqui, destacando em especial Carmine e Kieran, os dois irmãos coprotagonistas da aventura anterior de The Teal Mask. No entanto, vemos uma grande transformação por parte de Kieran, fruto de alguns acontecimentos anteriores. Esta personagem deu uma volta de 180 graus no que respeita à sua personalidade, mostrando-se frio e com uma obsessão enorme em tornar-se no maior treinador de Pokémon de sempre. Tanto que no momento que chegas a BlueBerry Academy és confrontado com o facto de ele ser o presente campeão da Liga. Sem dúvida, é uma situação difícil de se lidar.
Gosto particularmente desta abordagem, pois a trama principal neste DLC é a conquista pelo título de Campeão ao mesmo tempo que metes algum senso na cabeça confusa de Kieran. Mas antes disso, como num tradicional jogo de Pokémon, será obrigatório combater a Elite 4. Estes estão posicionados em cada bioma do Terarium e, à semelhança dos desafios de líder de ginásio na região de Paldea, cada membro da elite tem um desafio para ti. Confesso que estes desafios não foram assim nada demais, à excepção de um deles, que me propôs derrotar alguns dos seus compadres, apenas utilizando Pokémon capturados naquela área.
Com isto, de imediato veio algo à cabeça: Porque não terem feito este desafio para todo o DLC, invés de eu estar a utilizar a minha equipa de Pokémon de nível 100? Claro que posso largar a minha equipa e capturar novos Pokémon para ter uma experiência semelhante, mas gostava que isto fosse algo mais forçado por parte do jogo, com restrições específicas.
Pegando um pouco no ponto anterior, os combates em BlueBerry Academy são todos em combates duplos, algo que praticamente estava ausente em Paldea (com a única exceção de um líder de ginásio). Mas lá está, apesar de isto adicionar uma pitada extra de estratégia às batalhas, a dificuldade não chega perto dos clássicos jogos de Pokémon. Sim, alguns utilizam alguns itens que os mantém mais um turno de pé, mas simplesmente não é o suficiente. Apesar de tudo, não deixou de ser uma experiência diferente do jogo principal e ao menos tenho que dar crédito por isso.
Na Terarium, temos um sistema de mini-quests, chamadas de BlueBerry Quests (BBQ) que te garantem BP. Estes créditos são necessários para desbloqueares diversas coisas, como novas poses para a tua personagem, novos desafios e mais importante, desbloquear novos Pokémon na Terarium. Estas vão desde capturar um Pokémon num bioma específico, derrotar um Pokémon numa Tera Raid até fazer uma sandes com um sabor específico. Infelizmente, estas mini-quests cansam muito rapidamente, pois muitas tornam-se repetitivas dado a pouca variedade. Jogando sozinho, posso contar várias horas gastas a tentar angariar BP para poder desbloquear por completo todos os pokémon deste DLC. Sem dúvida, foi a parte mais aborrecida desta aventura. Em paralelo, por cada 10 mini-quests que concluímos temos direito a uma sandes especial por parte de um NPC. Esta sandes desbloqueia um Pokémon lendário de geração anterior algures em Paldea.
Junto segue uma pista para a localização aproximada do lendário na qual deves ler com atenção e seguir para a caça. Confesso que não fui grande detetive em conseguir descobrir a localização dos lendários que consegui desbloquear. Com isto, segui para alguns guias na internet que me deram a ajuda necessária para localizar aqueles que não consegui achar.
Para além da saga da Liga Pokémon, temos ainda um “final” do final de Scarlet e Violet, onde vais explorar a Area Zero um pouco mais a fundo. Ainda que fique aquém do final da história principal, gostei da experiência de lutar contra Terapagos, o Pokémon lendário com a habilidade única de “Terastilizar” para o tipo Stellar, algo que dá boost ao elemento correspondente ao primeiro ataque. No entanto, após derrotar e apanhar o bicho, novos Pokémon na Terarium começam também a surgir com a transformação Stellar.
O jogo continua com os bugs presentes, tanto que agora existem algumas áreas onde o jogo até congela por uns segundos. É incrível o facto de que, a este ponto, a Game Freak simplesmente parece estar-se nas tintas para melhorar a performance do jogo. Ou isso ou simplesmente o jogo já não consegue viver no hardware atual da Nintendo, o que duvido muito, considerando os outros jogos que já tive a oportunidade de jogar com muito melhor aspecto e performance.
Se já jogaste os jogos Pokémon Black ou Pokémon White, é impossível não notar que as músicas das batalhas presentes aqui neste DLC são alusivas à 5ª geração de Pokémon, num novo remix. Como estamos na região de Unova, faz completo sentido haver este tipo de referências musicais, e eu simplesmente adorei ouvir as novas notas nostálgicas!
Para além disto, temos as músicas originais dos Pokémon lendários que podemos apanhar neste DLC. Estas infelizmente não foram remasterizadas, mas não deixaram de causar o impacto nostálgico quando reproduzidas!
De resto, as músicas estão excelentes, algo que já é esperado da franquia de Pokémon, pois ainda é das poucas coisas que nunca me desiludiu.
