Enquanto a Nintendo Switch caminha a passos largos para se tornar a consola mais vendida de sempre, a Nintendo vem aproveitando a alta popularidade da máquina e seguir não só a estratégia de recuperar séries, quer em formato de remasterização quer em jeito de remake, como também em trazer novamente para ribalta personagens que num passado próximo tiveram algum relativo sucesso.
Princesa Peach, conhecida essencialmente por ter presença passiva em todos os jogos Super Mario. Bros, teve direito a estreia a solo na portátil de dois ecrãs – Nintendo DS, com Super Princess Peach, vai fazer 20 anos. Com avaliações positivas da crítica especializada e vendas satisfatórias, a Nintendo resolveu dar uma nova oportunidade à personagem, e hoje chega até nós com Princess Peach: Showtime!.
A proposta com Princess Peach: Showtime! é bastante diferente do que foi observado em Super Princess Peach, onde a acção tem maior impacto e passa a ser figura central numa jornada de interpretação de vários papeis. Em busca de resgatar a normalidade de um teatro, o jogador terá de guiar Peach através de vários espetáculos, com recurso a várias transformações, e derrotar uma enigmática personagem mascarada. Ao longo de 10 transformações, com palco para três capítulos de cada pequena peça teatral, a complexidade mecânica, a experimentação, a diversidade, a imprevisibilidade e diversão, passam a ser palavra comum em toda a experiência de Princess Peach: Showtime!.

Princess Peach: Showtime! é uma espécie de mescla de várias ideias repartidas por 10 transformações diferentes, e que oferece uma panóplia de experiências dentro de um só jogo. Ora, Peach tanto pode estar a desempenhar o papel de uma séria e competente detective, como no espetáculo ao lado estar a desempenhar o papel de uma lutadora corajosa de Kung-fu, ou virar uma talentosíssima patinadora de gelo, ou uma confeiteira de uma habilidade singular. Mecanicamente, o jogador está constantemente a ser estimulado, com desafios simples, de rápida aprendizagem, e cada proposta destaca-se por si só, não só por se situarem em ambientes e palcos completamente distintos, como na forma como o jogador tende a interagir e a abordar cada papel, sendo sempre diferentes.
Visualmente, Princess Peach: Showtime! é belíssimo, tem identidade visual, é vivo e transmite positividade – independentemente do papel que Peach esteja a desempenhar. Os cenários – níveis, estão repletos de segredos, entradas secretas para serem desvendadas e desafiar os jogadores que gostam de aprofundar a sua jornada e completar jogos a 100 por cento. Cada cenário está construído para ter uma dificuldade acessível, um desafio intermedio, que tende a ser crescente conforme o progresso do jogo vai sendo feito. Ainda assim, nunca será um autêntico desafio para os jogadores mais experientes, o que poderá ser um ponto negativo para quem gosta de estar constantemente a ser testado, desafiado e a ultrapassar os seus limites enquanto jogador, pois isso nunca acontecerá em Princess Peach: Showtime!.

Princess Peach: Showtime!, traz imensa coisa boa para cima da mesa, mas também algumas coisas menos positivas que tendem a ser cada vez mais frequentes nos lançamentos dos jogos da Nintendo Switch, que se condensam essencialmente nos seus desempenhos. Princess Peach: Showtime!, tem imensos problemas de fluidez, que se sentem em cada cenário, com bastante frequência. Ainda que sejam incomodativos à primeira vista, no olhar, felizmente não prejudicam nas mecânicas do jogo. Para além disso, os ecrãs de carregamento também são frequentes e longos. No início de cada fase, não há um único nível que se inicie sem um ecrã de carregamento, que se vai tornando incomodativo conforme o progresso vai sendo feito, cortando muito o ritmo da proposta, que se vende como sendo rápida e frenética em várias fases do jogo.