Dando seguimento à sua aposta na vanguarda da indústria dos videojogos, a Sony decide lançar o PlayStation VR2, que embora se encontre repleto de elogios, dado o seu elevado valor, não alcançou o número esperado de vendas.

Ora, para colocarmos tanto o produto como os elogios à prova, eu e o nosso colega Diogo Lopes decidimos ir, a convite da Last Lap, testar o novo dispositivo de realidade virtual da Sony, e claro, todos os elogios são merecidos.

Para alguém que usou bastante o PSVR, devo dizer que chegar lá e ver um único cabo a alimentar o dispositivo VR é uma dádiva. Que longe fiquem os dias em que tinha de jogar Cable Management Simulator para a minha sala não ficar repleta de fios espalhados, dada a multitude de fios que o primeiro dispositivo utiliza. Para além de usar um único fio, já não existe necessidade de termos a câmara ligada à Playstation, usando menos uma entrada.

O Diogo Lopes foi o primeiro a testar o novo título desenvolvido em conjunto pela Guerrilla e a Firesprite: Horizon Call of the Mountain, e mantenham em conta que o Diogo nem consegue jogar alguns FPS nas consolas devido à falta de um FoV slider, pois muitos jogos usam FoV’s baixos, e isso causa motion sickness.

Para alguém que sofre bastante de “motion sickness“, tenho de admitir que me senti um pouco receoso antes de experimentar o PSVR2. A minha experiência com o primeiro não foi má de todo, mas tenho que admitir que me dava umas quantas tonturas com muita facilidade.

A primeira grande diferença no PSVR2 que melhora a situação é o conforto. Temos aqui um capacete com muito melhor suporte, sendo que praticamente podes fazer um ajuste quase cirúrgico da pressão, posição e até foco das lentes, algo que ajuda a imagem a ficar consistente de acordo com o teu ângulo de visão. Outro aspeto excelente são as câmaras frontais, podendo ter uma visão a preto e branco do que está à tua frente, não sendo necessário remover o capacete para o jogador se poder reorientar na sala.

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Decidi arriscar e meter o PSVR num teste de motion sickness bastante elevado com o Horizon Call of the Mountain, que possui bastantes situações onde o jogador tem de olhar para cima e para baixo em zonas elevadas, contendo ainda movimentos frequentes. É sem dúvida um jogo que tem todos os aspetos para fazer os sintomas de motion sickness virem imediatamente ao de cima.

Senti-me com a cabeça leve durante os primeiros minutos, enquanto o meu cérebro se estava a adaptar aos ecrãs. Felizmente, depois de me adaptar, os sintomas tornaram-se bastante leves, e consegui jogar cerca de 10 minutos sem me sentir mal! Senti que a resolução mais nítida, juntamente com uma taxa de fotogramas alta, e um campo de visão mais amplo, melhoraram bastante a experiência para pessoas como eu.

No que toca à minha experiência com o jogo, achei fantástico. Nunca me deixo de impressionar com a interação com vários objetos, todos com físicas. Os meus objetos favoritos foram os instrumentos, onde podes pegar em pandeiretas e flautas e simplesmente tocá-los.

Algo que também foi incrivelmente impressionante foram os sensores de toque nos comandos do PSVR 2. Ao teres os dedos simplesmente apoiados nos botões, a personagem reage e encolhe os dedos. à medida que afastas o dedo dos botões, a personagem estica os dedos, ou seja, se quiseres fazer um thumbs up, podes simplesmente afastar o teu polegar, e vês a personagem a reagir de acordo.

Ao acabar a minha sessão de cerca de 10 minutos, removi o capacete, e não me senti tonto ou maldisposto, tendo apenas um pequeno tempo de adaptação dos olhos, algo que penso ser bastante natural, devido ao fato de estarmos durante muito tempo a olhar para ecrãs próximos dos olhos.

Quando o Diogo me disse que estava ok fiquei bastante surpreendido pois dei-lhe a experimentar o PSVR na minha casa, tendo jogado o Until Dawn sentado e mesmo aí sentiu motion sickess. Sem dúvida que a Sony deu aqui um grande passo em frente.

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Quando chegou a minha vez de experimentar foquei-me mais na consistência do dispositivo, e se “cederia” em alguma situação repetitiva:

Dou como exemplos a utilização do arco e flecha em Horizon; no PSVR, dado termos de utilizar a câmara, quando o comando desaparecia da sua vista deixava de ser reconhecido, o que levava a algumas paragens para resincronização. No entanto, como o PSVR2 possui câmaras no próprio dispositivo, este problema desapareceu, podendo nós agitar e esconder as mãos o quanto quisermos que as câmaras farão o seu trabalho em concordância.

Outro ponto que testei foi o foco ocular dentro do jogo. Um dos truques utilizados pelo PSVR era o Foveated Rendering, ou seja, renderizar o panorama central o melhor que conseguisse, desprimorando a visão periférica para aliviar esforço no desempenho da consola. Ainda notámos parte disso no PSVR2, mas em muito menor escala.

Utilizámos os headphones Pulse mas fiquei um pouco chocado ao saber que estes não são compatíveis com o PSVR se forem utilizados em formato wireless, ou seja, têm de estar ligados pela headphone jack ao dispositivo para os podermos utilizar. Algo paradoxal pois são ambos produtos Sony/Playstation e no entanto não encontraram uma sinergia entre eles.

Foi, no geral, um experiência muito agradável. O PSVR2 é claramente um dos (senão o) melhores dispositivos VR no mercado, trazendo consigo tecnologias únicas que melhoram a experiência de qualquer jogo ou jogador. De qualquer forma, deve-se ter sempre alguma moderação ao jogar no PSVR 2, havendo um controlo com o tempo de cada sessão, de modo a evitar quaisquer efeitos secundários.

Agradecemos à Last Lap e à Playstation Portugal pelo convite para esta incrível sessão.