Recentemente, experimentei a demonstração cronometrada do muito antecipado Resident Evil 2 Remake, e como veterano na franquia, achei interessante deixar-te aqui o meu olhar sobre este videojogo. Tudo a postos? Vamos lá!
Para começar, esta demonstração, coloca-nos na pele de Leon S. Kennedy. Este, é ainda um polícia novato na esquadra de Racoon City, à procura de pistas sobre o estado da mesma. A primeira coisa que um veterano obviamente vai notar, é como o jogo acomodou-se desde 1998, não se tratando de um mero remake. O mesmo até brinca com o jogador, oferecendo um clima de antecipação constante ao mesmo tempo que nos surpreende. A esquadra é muito maior do que nos lembramos, e existem novas áreas. Porém, as áreas mais icónicas ou os momentos com mais impacto da versão original ficaram ausentes, e a produção está bem ciente disso.
No tradicional corredor onde avistamos o B.O.W. Licker pela primeira vez, este não aparece, contudo aparece uma sombra na noite, que se traduziu num ataque de um zombie. Este grau de antecipação e surpresa está muito bem recriado porque de certa forma joga com os sentimentos do jogador, induzindo até medo e inquietação constante. Alguns momentos como por exemplo quando Leon, encontra um dos sobreviventes, que está numa nova área, e muitos mais efeitos também criam novidade para um veterano, porque embora saibam o que esperar, decididamente não estão preparados.
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Resident Evil 2 Remake, é muito mais do que uma simples pintura ou actualização neste universo. O jogo recupera novamente o espírito de survival horror, mais claustrofóbico e característico dos seus primeiros títulos. Mesmo apenas com 30 minutos no relógio, não faltaram mortes grotescas, tripas, e sustos num grafismo absolutamente sublime, ainda mais se jogarem a versão Steam com todas as capacidades gráficas no máximo. Excelente jogo de luzes e sombras assente em texturas hiper-realistas, dotadas animações de se tirar o chapéu, aliás das melhores que vi num videojogo até a data! Contudo o que achei um pouco estranho foram as cores, especialmente se usarem o modo HDR. A palete de cores tornou-se meio sépia, com o brilho demasiado alto, e pelo que estou a ver, algumas pessoas tiveram de perder umas horas na afinação destes elementos nas opções, espero que a tempo de lançamento a Capcom solucione este problema.
A jogabilidade naturalmente também evoluiu. Felizmente decidiu-se abandonar a primeira pessoa da sétima entrega, e voltar novamente à carga com a boa e tradicional over the shoulder. Porém temos aqui elementos do primeiro jogo remasterizado, tais como espetar facas no corpo de zombies (recuperando depois), ou fabricar pólvora. Mesmo assim temos uma novidade, que consiste em colocar barricadas em paredes, sendo que é através destas que os zombies estão constantemente a invadir o local. Para além das barricadas, outra novidade é que podemos fabricar novos tipos de ervas medicinais.
Relativamente à banda-sonora, infelizmente não detectei a icónica melodia da entrada da esquadra, ou da safe house. Contudo penso que vão regressar de uma forma ou de outra. Os actores têm um vocabulário muito mais adulto, usando frequentemente calão e frases que nunca imaginaria num Resident Evil, mesmo tendo uma faixa etária adulta.
O único ponto negativo desta 1-shot demo é só mesmo a sua duração. Os 30 minutos voaram literalmente, mas acima de tudo, deram como certo o meu investimento na pré-reserva deste título, e mostraram-nos que estamos diante de um dos melhores jogos de 2019!