Vamos a caminho do terceiro aniversário da nova/actual geração, e por muitos jogos que tenham passado, Returnal mantém-se como o meu favorito. Ora, não bastou sentir-me deslumbrado quando o joguei na Playstation 5, pelo que tive de regressar a Atropos e encarar as familiares hordas de monstros nativos do port para o PC. Fruto do trabalho da brilhante Housemarque em colaboração com a Climax Studios, chega-nos um dos melhores ports que o PC já viu.

A aventura de Selene começa quando esta se desvia da sua missão para aterrar em Atropos, no entanto, não consegue a melhor das aterragens, ficando com a nave destruída mas a curiosidade intacta, o que a leva a explorar o planeta alienígena. É apenas após a primeira morte que esta se apercebe que a vida no planeta funciona de forma diferente, retornando-a ao início de um ciclo que puxa pela sua (e nossa) perserverança para ser quebrado.

Em cada ciclo acumulamos não só experiência dos níveis anteriores, como alguns padrões, dispositivos ou habilidades que tenhamos apanhado pelo caminho. Quaisquer melhorias continuam connosco, assim como itens chave que servem para ultrapassar certos bloqueios. A narrativa funciona de certa forma como a séries Souls, desvalorizando cutscenes e longos diálogos para um mundo (neste caso audio logs) que nos providencia contexto sobre o planeta e a história de Selene.

Após vários galardões, a apresentação de Returnal era praticamente desnecessária, mas achei que merecia este mínimo para dar início ao que interessa: estou aqui para vos falar da transição do comando para o teclado.

Podemos começar pelo que é um dos melhores benchmarkers que já vi num videojogo.

Para quem não esteja habituado a jogar no PC, pode olhar para a imagem e pensar “que complicação”, mas na verdade, são as ferramentas e menu de opções mais simples que se encontram num port. Não só vai ao detalhe sobre cada opção, ainda demonstra que outras opções as alterações podem afectar.

De forma praticamente indiscutível, Returnal apresenta-se não só com o melhor menu de opções gráficas, como um dos, senão o, melhor port dos últimos anos. Mesmo com a minha modesta máquina consegui alcançar os 60fps com as definições no máximo (tirando ray-tracing) sem grandes problemas. Mesmo para quem goste de puxar pela carroça, existem rácios ultrawide de 21:9 ou até mesmo super ultrawide de 32:9, existindo opções para todos os gostos e poderios.

Na sequência dos ports anteriores da Playstation, o escalamento de imagem é variado. Entre DLSS e XeSS, NIS e FSR, existem várias tecnologias que permitem uma experiência mais consistente no que toca aos fotogramas, escusando o sacrifício de qualidade visual. Relativamente a problemas técnicos, encontrei os mesmos soluços que todos encontraram, no entanto como acabei de referir, todos possuem, portanto trata-se mais de um problema intrínseco ao jogo do que à configuração pessoal de cada um.

Quer sejam adeptos do teclado e rato ou do comando, ambas as experiências serão igualmente gratificantes. Para uma playthrough Não prescindindo do meu DualSense, a experiência foi é praticamente idêntica. Sejam os gatilhos adaptativos, os bits de áudio que tocam através do altifalante, ou a vibração háptica, acumulando camadas atmosféricas ao que já é uma excelente experiência audiovisual.

Esta experiência apoia-se na capacidade brutal que a Housemarque tem de rechear o ecrã de efeitos vibrantes, em contraste com os ambientes praticamente estéreis, tornando as experiências de explorar e lutar completamente diferentes, e em nenhuma delas senti o meu PC a vacilar. Aliado à atmosfera está um áudio 3D que não desilude. Desde monstros, a sons de fundo, cada passo é como um mergulho na história de Atropos.

Returnal inicia um novo ciclo numa plataforma diferente, superando as expectativas e estabelecendo um novo padrão para a qualidade dos ports, tanto dos estúdios Playstation, como do resto da indústria. Chega sim, com soluços, mas como todos sabemos, os soluços são de curta duração.

CONCLUSÃO
Cíclico
8.8
returnal-pc-analiseReturnal evita despenhar-se na nova plataforma, oferecendo um vasto leque de personalização, garantindo ainda qualidade no desempenho para todos os jogadores.