Recentemente fiz a análise do Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, que considero ser um dos melhores Beat’em Ups que saíram recentemente, acrescentando ao excelente leque de jogos do género que têm saído nos últimos anos.

Os Beat’em Ups têm tido um sucesso tremendo a reviver séries clássicas e, em 2019, tivemos River City Girls, um reboot de River City, a clássica série dos jogos do Kunio, que, desta vez, nos levou a uma aventura pela cidade com duas protagonistas, a Kyoko e a Misako.

Hoje trago-vos River City Girls Zero, uma das muitas aventuras de Kunio e Rikki, numa espécie de sequela/prequela que nos faz voltar atrás no tempo e jogar um clássico Beat’em Up que originalmente só tinha sido lançado no Japão em 1994.

Um clássico para as plataformas modernas

River City Girls Zero começa com as protagonistas do primeiro River City Girls, Kyoko e Misako, a chegar a casa e querer experimentar um novo jogo. Ora que este jogo é o River City Girls Zero, que conta a história de Kunio e Rikki, que se encontram na prisão e, após um escape com sucesso, vão pela cidade numa missão para limpar os seus nomes, procurando e derrotando os responsáveis pelas falsas acusações que lhes foram dadas.

Penso que esta integração com o jogo mais recente funciona perfeitamente, havendo aqui uma espécie de entendimento ao fato de muitos dos jogadores de River City Girls não terem jogado este jogo, especialmente no oeste, fazendo com que o jogo fique mais integrado na história, sendo como uma espécie de sequela e prequela ao mesmo tempo.

Foram feitos alguns upgrades para tornar o jogo mais amigável a televisões e ecrãs modernos. Mesmo mantendo-se em 4:3, a resolução foi aumentada de modo a conseguirmos ter uma qualidade de imagem mais agradável. Juntamente, temos uma seleção de molduras para preencher as barras pretas laterais, e também um filtro de CRT, podendo simular por completo uma TV antiga, incluindo até poderes fazer zoom out e teres um cenário de um quarto com a televisão afastada, como se tivesses sentado no lugar de Kyoko e Misako.

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Jogabilidade fiel à era

Na sua raiz, River City Girls Zero é um Beat’em Up clássico. Todas as personagens têm dois combos básicos, um com socos e outro com pontapés, um salto, que podem também atacar no ar, fazendo um pontapé que é bastante forte e deixa os inimigos no chão se acertar, podes também atacar os inimigos no chão, pisando-os. Caso estejas a controlar o Kunio ou o Rikki, também podes agarrar nos inimigos, podendo atirá-los ou fazendo um combo enquanto estás a pegar neles. Também podes bloquear, e, caso bloqueies e pressiones juntamente um dos botões de ataque, realizas um ataques especial, que varia entre um combo de socos super rápido ou um pontapé em pirueta, atacando todos os inimigos à tua volta.

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Esta jogabilidade é a base para todas as personagens, não havendo uma grande diferença entre elas, fazendo com que todas as personagens sejam fáceis de aprender. Estas semelhanças têm uma razão, pois a mecânica única do jogo envolve usares várias personagens “ao mesmo tempo”.

Explicando um pouco melhor, em River City Girls Zero não tens vidas, ou seja, se morres, terás de recomeçar do checkpoint anterior. De modo a poderes sobreviver, terás de trocar de personagem em tempo real, tentando equilibrar as barras de vida de todas, basicamente dando ao jogador várias barras de vida, mas, caso uma seja completamente esvaziada, é considerado que já perdeste e terás de recomeçar do checkpoint.

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Esta mecânica é bastante simples, sendo apenas preciso pressionar um botão para trocar de personagem, ficando com a personagem que trocaste pronta para voltar à ação caso troques de volta para a mesma. As personagens nunca recuperam a vida que perderam, sendo que, caso voltes a trocar para uma personagem anterior que já levou dano, ela irá voltar com a vida que tinha.

Caso morras e voltes para o checkpoint, a vida de todas as tuas personagens irá ser recuperada, e, felizmente, os checkpoints também não são muito frustrantes, sendo geralmente preciso uns meros minutos para voltar onde estavas e resumir a aventura.

Também temos a presença de códigos que te levam diretamente para um nível. Cada código tem quatro dígitos, sendo que os três primeiros definem o nível que queres e o último define a dificuldade. Estes códigos são bastante úteis, pois dão a possibilidade do jogador voltar a qualquer nível do jogo sem ter de o recomeçar do início.

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A jogabilidade, apesar de conter uma base sólida, por vezes não é muito responsiva. Penso que o jogo tem uma exigência um pouco grande no que toca a acertar a inimigos ligeiramente acima ou abaixo no ecrã, fazendo com que muitas vezes fiques a dar socos no ar com o inimigo quase colado a ti. Também sinto que as personagens movem-se demasiado lentamente, e, quando corres, perdes bastante movimento lateral, fazendo com que movimentos precisos sejam um pouco frustrantes.

Penso que também há uma pouca variedade de combos e ataques, apesar de termos aqui um leque de mecânicas que é bastante comum no género, penso que nem tudo flui de forma natural, sendo que és um pouco limitado nos combos, com os ataques especiais a criar um delay, devido ao fato de teres de pressionar dois botões, e também de não haver mecânicas de juggle, fazendo com que o inimigo caia instantaneamente no chão mal o teu combo inicial acabe.

A campanha mantém esta jogabilidade simples durante toda a sua duração, com alguma variedade acrescentada nos poucos níveis onde conduzes um veículo, atacando os inimigos lateralmente, e evitando bater nas paredes.

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A variedade de inimigos também é suficiente, havendo inimigos simples que não apresentam grande desafio, e outros um bocado mais agressivos e que demoram mais tempo a matar, podendo-te atacar rapidamente e até com armas como facas.

Sendo um Beat’em Up, no final de cada nível iras-te deparar com um boss. Estes bosses são bastante simples, tendo ataques óbvios e fáceis de aprender. Apesar da simplicidade, os bosses apresentam um bom desafio, pois qualquer erro que tu fizeres irá custar uma boa parte da vida da tua personagem.

Já encontras a tua cassete de River City Girls Zero disponível nas lojas de garagem na Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e no PC na Steam.

CONCLUSÃO
Vintage
7.5
river-city-girls-zero-analiseRiver City Girls Zero não veio tentar refazer ou reimaginar o que já lá estava, integrando um clássico na história moderna da saga River City, dando-nos uma experiência nostálgica e finalmente dando-nos uma história que esteve ausente durante tantos anos no Ocidente. Um bom aperitivo enquanto se espera pelo prato principal que é o River City Girls 2.