À medida de Little Big Planet e a PS3, Sackboy: A Big Adventure apresentou-se como um dos títulos de lançamento da Playstation 5. A aventura de Sackboy avivou não só a nostalgia de titãs do platforming como Jak and Daxter, Ratchet e Sly Cooper, como também injetou uma dose de “felicidade” nos títulos first-party. Creio que nos últimos anos a Sony tem perdido parte da sua identidade, concentrando-se maioritariamente nos blockbusters épicos e emocionais (não escrevo com conotação perjorativa, pois estes são excecionais), e deixando de parte os títulos mais irreverentes, com foco na diversão e criatividade.
Embora tenhamos recebido títulos como Sackboy: A Big Adventure, Dreams ou até mesmo Astro’s Playroom, sinto que não recebem o mesmo afecto no marketing, salvo Ratchet and Clank: Rift Apart. Isto serve para explicar o porquê de Sackboy: A Big Adventure, no seu dia de lançamento, tenha tido apenas 600 jogadores activos. Não só decidiram lançá-lo no meio de outros títulos Playstation, como ainda o lançaram na época mais ocupada no que toca a outros lançamentos da indústria. Mas cá estamos nós para falar do seu port!
Sackboy: A Big Adventure apresenta-se como uma prequela à franchise Little Big Planet. Tendo limitado a criatividade face à saga, o jogo foca-se na aventura individual de Sackboy, com muito platforming e diversão à mistura. Ao início achei estranho, tendo em conta o IP que representa, mas mudança é sempre bem-vinda e Sackboy merece protagonismo. Mais charmoso que nunca, traz consigo níveis desafiantes, mas nunca difíceis. Estes níveis apresentam-se com uma excelente variedade, possuindo viagens em carrinhos de minas e até corridas. Para quem passou horas a devorar platformers, irão encontrar sem dúvidas um ponto de referência ao longo da viagem.
Com um percurso rugoso, o desempenho é (agora) incrível. Escrevo “agora” pois, inicialmente, cada nível estava repleto de stuttering.
Experimentei ainda instalar no SSD e o resultado foi o mesmo. Até pensei que pudesse ser da maneira como o jogo estaria programado devido ao NVME da PS5, no entanto, não só saiu na PS4, como Miles Morales corre perfeitamente no meu HDD. Após uns dias e os devidos patches, pareceu ficar tudo corrigido, sendo que agora, mesmo com as definições no máximo raramente vejo um fotograma cair, mantendo-se sempre acima dos 60. Claro que tentei usufruir logo dos 165hz do meu ecrã, no entanto tive de reduzir as algumas opções para “High” para conseguir bater os 120fps, sendo que não pesou muito na qualidade visual e claro, o desempenho ficou suave que nem manteiga derretida.
Especificações:
- GPU: NVIDIA GTX 1660 SUPER GIGABYTE
- CPU: i3 8350k
- RAM: 12GB
Os lançamentos do PC e PS5 pouco diferem, mas claro, a versão PC possui algumas melhorias. Ironicamente, mesmo tendo jogado a versão da Steam, tive de ligar a minha conta aos serviços online da Epic, o que foca luz nos problemas de jogar no PC, complicações desnecessárias. Depois de 3(!) logins feitos, estava pronto a jogar.
Não só temos acesso a taxas de actualização variáveis (VRR), fps acima de 120, e suporte de ecrã panorâmico. Para os sortudos que possuam uma RTX, o DLSS também está disponível! O DLSS reduz a resolução através de algoritmos para conseguir aumentar a taxa de fotogramas, mantendo o máximo de qualidade na imagem. Infelizmente, aquando da escrita, Sackboy: A Big Adventure ainda não tem compatibilidade com a AMD Fidelity FX Super Resolution 2 (FSR2), o que é no mínimo estranho pois esta não só se encontra em Miles Morales como também em Uncharted: Legacy of Thieves.
No que toca à jogabilidade, podem utilizar o DualSense (com direito a gatilhos adaptativos e a vibração háptica) ou, para os veteranos, existe uma personalização completa das teclas para teclado e rato. O melhor de ter uma versão lançada posteriormente noutra plataforma é que esta vem já com todas as correções necessárias ao núcleo da jogabilidade e conteúdo adicional lançado até à data, como é o caso dos fatos de Sackboy, estando disponíveis logo no início do jogo. Caso tenham uma conta PlayStation Network, podem ligá-la para desbloquear uma skin exclusiva para PC.
No geral, o port de Sackboy: A Big Adventure surgiu infelizmente numa altura recheada de vários lançamentos. Isto, aliado a um início com obstáculos, não ajudou à viagem de uma das maiores mascotes da Playstation, recebendo um tratamento inglório. Quando forem jogar terão já uma experiência óptima, que vos revelará a pérola que é este jogo, aliciando a esperança de que não só a Playstation aposte mais em platformers, como também não se esqueça de os trazer para PC.