Caso tenhas decidido (como eu) investir no PSVR, com certeza deste por ti a pensar: “mas onde raios é que andam os jogos?” Ou, pelo menos, os bons… É verdade que tivemos direito a alguns ports como Fallout 4 ou Skyrim VR, mas não passam disso: ports. O que falta no mundo do VR (que já se vê aparecer a pouco e pouco) são jogos feitos de raíz para extrair o máximo da plataforma. E eis a aposta da VitruviusVR: Shadow Legend.
Shadow Legend VR veio colmatar a experiência de uma fantasia medieval em pura realidade virtual, utilizando os trunfos da plataforma para que seja sólida o suficiente para ser recomendada.
Com uma história bastante genérica, somos incumbidos, enquanto Grandmaster, de devolver os mortos ao seu respectivo sítio. E para isso, teremos de entrar no submundo e salvar o planeta do malvado Lord Adaroth. Ao longo do caminho, iremos ter a opção de personalizar o diálogo, mas o contributo para a história será diminuto. A história é relativamente simples e pragmática – não tenta ramificar nem desenvolver para algo mais complexo – pelo que temos de ir até ao fim de cada nível até chegarmos ao de Adaroth.
Ao longo da nossa jornada podemos roubar, negociar com comerciantes, ou abrir gavetas. Gostei especialmente do pormenor de colocar em cima da mesa os itens que roubei.
Em cada nível teremos um certo nível de interacções, ou seja, podemos fazer coisas como subir escadas, andar numa corda, atirar um osso a um cão, entre outras coisas. A interacção com a Realidade Virtual é bastante fluída, no sentido em que o próprio inventário é palpável, eliminando a necessidade de um botão para a acção (existindo à mesma esta opção para quem a prefira). A movimentação, a fluidez da câmara, e o tracking são bastante sólidos, contribuindo para uma experiência bastante satisfatória.
A fluidez do VR é aqui importantíssima, para que, quando estejamos em combate, não sejamos cortados ao meio por um combate que não está devidamente optimizado. Sempre que quis, desembainhei a espada e voltei a guardar, juntamente com setas ou o staff. Dada a fluidez do close-combat, seria de esperar que o de longo alcance fosse melhor (pela lógica de ser só um inimigo e não estar tanto movimento no ecrã), o que não acontece. Dei por mim a experimentar várias tácticas e não é que a melhor maneira de lidar com os inimigos que atiram bombas é transportarmo-nos para ao pé deles e voltar a transportar-nos para a frente? Acabam por rebentar sozinhos…
Graficamente o jogo cumpre com o que é requisitado. Não existem gráficos de ponta em VR mas para lá caminhamos. Shadow Legend VR apresenta visuais simples, bem delineados, e verdadeiros à era. Com uma palete de cores mais escura, temos também uma banda sonora que nos transporta para séculos antes do presente. Existirá um momento em que nós faremos parte do áudio do jogo, mas não quero estragar a surpresa.
Shadow Legend VR já está disponível para PlayStation VR, Oculus Rift, e na Steam para Windows Mixed Reality, HTC Vive e Valve Index.