Nota prévia: Esta análise é parcialmente feita sem experiência e conhecimento do primeiro jogo e para esse efeito foi feita uma breve pesquisa para me basear nesta análise.
O jogo é bastante simples: nós somos “bate-chapas” de barcos algures numa estalagem e tudo o que fazemos é aceitar contratos, desmantelar barcos, cumprir as exigências dos clientes, triar e vender o entulho e repetir.

Em termos de comparação com o primeiro jogo, a skill tree que nós tínhamos acesso para fazer as nossas melhorias foi substituída por um posto de venda de upgrades em que gastámos o nosso dinheiro para melhorar as nossas ferramentas. Outra das novidades é o minijogo de triagem de materiais e a introdução de explosivos do qual vou abordar mais à frente.
Nós temos várias ferramentas disponíveis e cada ferramenta tem o seu propósito: temos o martelo, que serve praticamente quase para tudo o que é preciso para deitar abaixo o barco, a serra elétrica para cortar as ligações de metal nos cantos (e que o jogo adora “chatear” com a pontaria da ferramenta), a tocha para cortar certos metais, a grua que serve para remover carga muito pesada e que não conseguimos carregar sozinhos, a corda que serve para ajudar a deslocarmos para sítios mais altos como se fôssemos ninjas, as mãos para recolher entulho e metais e atirar para a carrinha e os explosivos para poder rebentar as portas que não dá para abrir. Esta novidade só serve mesmo para isso, além que temos que comprar os explosivos e temos que ter mesmo a certeza que queremos usá-los porque perdemos os materiais apanhados na explosão.
Em todo o tempo que joguei, em três barcos que tinham esse tipo de portas nunca tive necessidade de comprar explosivos porque já tinha deitado abaixo as paredes à volta das portas e conseguia passar sem problemas e recuperar os materiais. Também passei a maioria do jogo a usar o martelo e fiquei com aquela sensação que tudo o resto é secundário.
O HUD é simplório, temos a lista de itens que os clientes andam à procura, o dinheiro que temos, as ferramentas e a carga que a grua, o camião e nós temos (e nós temos limite de carga e inexplicavelmente o camião não tem limite).

Durante o jogo, tive muitas dificuldades em encontrar certo itens no início e fez-me reiniciar o jogo várias vezes, além de ter ficado encalhado em certos pontos do barco e não reparei que tinha um botão para saltar e uma opção no menu de pausa que permitia fazer reset e mandar de volta para a cabana. Para ajudar a amenizar o problema de procurar o que queremos, temos um botão (ou tecla) que abre uma espécie de sensor e dá para ver que tipo de material é aquilo a que estamos a apontar.
O jogo, na sua essência, é destruir coisas, ter atenção ao limite de carga que conseguimos carregar, correr para a carrinha e atirar as caixas para lá e voltar à destruição. E quando acabámos, é cumprir o contrato, ter dinheiro suficiente para conseguir ter contratos para barcos maiores e upgrades das nossas ferramentas e repetir.
Sobre o minijogo é simples: temos que deixar o contentor da cor certa no caminho do tapete rolante, e quanto mais acertarmos da triagem, maior o combo e mais dinheiro ganhámos. Também temos o botão do boost que serve para acelerar o tapete, mas tem que se ter cuidado para não acabar em estragar o combo e às vezes o controlo do tapete “é instável” se continuarmos a abusar do botão. Se falharmos em algum entulho, no fim temos a hipótese de repetir o que foi falhado, mas não ganhamos tanto como se fosse um combo completo.
Falando em realismo, o jogo falha muito. Os saltos não têm impacto da queda, ou seja, não perdemos vida com quedas bem altas. Outra coisa que faz questionar seriamente as Leis da Física mas usa a “Lógica do Super-Homem” é que desde que a mira “apanhe” automaticamente a carrinha, não interessa em que distância atiramos as caixas para a carrinha. O jogo também tem perigos laborais (fogos, gases, etc.) mas tudo o que faz é ficarmos paralisado por uns segundos e estamos logo bem.
Sobre o som não é muito por aí além, é somente umas 3/4 músicas zen ao estilo indiano que vai repetindo vezes sem conta e com alguns efeitos sonoros aqui e ali, onde destaco a voz robótica dos NPCs que é bastante engraçada.
Em resumo, o jogo está competente e até é bastante relaxante e ajuda a descomprimir com a sua destruição e música zen e só peca pela natureza repetitiva de destruir, apanhar, vender e arranjar um barco novo.
Um especial agradecimento à Ultimate Games por nos ter fornecido uma chave do jogo para análise.