Numa altura em que os ginásios enchem e as promessas de uma vida mais saudável são feitas, começamos também a dedicar mais do nosso tempo na procura de gadgets que de uma forma ou de outra nos possam incentivar a ter um momento desportivo mais confortável.

A Shokz já entrou no mercado de headphones desportivos há alguns anos e são umas das marcas mais recomendadas para quem pratica desporto ao ar livre e tem a sua segurança em primeiro lugar.

Com um estilo aberto e uma personalidade inconfundível, estes OpenRun Pro 2 seguem a mesma linha que o anterior modelo, uns headphones overneck que fazem dos nossos ossos o principal condutor sonoro, mas na segunda versão a Shokz adicionou um pouco mais, um sistema denominado como Dualpitch auxilia a condução óssea com uma condução aérea, para aumentar os graves que estavam em falta no modelo anterior.

O que significa então condução óssea e condução aérea? A condução óssea trata-se de produzir som através da vibração em determinadas frequências que o nosso nervo auditivo recebe como sendo, som. Isto é feito através de um transdutor que transforma os dados áudio nas tais frequências e a magia acontece.

Para que serve, então, a condução aérea? Como pequenas colunas que, ao invés de estarem dentro do canal auditivo como qualquer outro earphone, aqui a coluna está, simplesmente, a direccionar áudio na entrada do canal. A Sony (e não só) já tinham utilizado este tipo de técnica nos seus Linkbuds Open para garantir que nada estava no canal auditivo e podíamos ouvir o mundo à nossa volta, aqui a Shokz junta as duas tecnologias para melhor o áudio.

E em que melhora o áudio? Segundo a Shokz os novos OpenRun Pro 2 têm melhores graves e o som é mais cristalino. Existe, então, diferença? Do pouco que experimentei os OpenRun Pro originais, existe e bem acentuada: o som já não parece tão abafado e os agudos são mais perceptíveis. Também os graves têm uma melhor performance, mas aqui existe um senão – se a condução óssea trata de eliminar factores externos no som, como é o caso do vento, a nova tecnologia do Dualpitch é deitada por terra quando estamos em condições de muito vento ou estamos a grande velocidade (em bicicleta, como é óbvio!).

Para mim, um dos pontos em que esta nova versão melhora relativamente à anterior tem a ver com a vibração e o quanto sentimos a mesma. Com o primeiro modelo, todo o áudio vinha através da vibração e esta era realmente forte; mesmo com os phones na nossa mão a tocar, sentíamos os mesmo a vibrar. Com estes? Imperceptível.

Outro ponto imperceptível é a fuga de áudio para quem está à nossa volta: mesmo com o volume máximo, é preciso estar muito perto para que outras pessoas possam ouvir o que estamos a reproduzir.

Então, estamos perante uns phones prontos a rivalizar em qualidade áudio com in-ears ou headphones? Não, de longe. Não que a qualidade de som seja péssima, mas não tem o palco que uns headphones conseguem dar, ou mesmo uns in-ear. O facto de serem abertos, como é óbvio, também não ajuda a uma melhor clareza, mas o som ainda não é para quem goste de ouvir o tilintar das cordas de uma guitarra com o máximo detalhe. Não quer dizer que não haja melhorias significativas – por exemplo, ouvir podcasts é realmente reconfortante, com as vozes a serem bastante nítidas.

Outra das alterações para o anterior modelo está no sistema de carregamento, que passou a ser através de uma entrada USB C em vez do cabo proprietário magnético do modelo anterior. Aqui, acaba por ser cómodo, porque hoje em dia existe sempre um cabo USB C em qualquer lado. Contudo, os cuidados no carregamento passam a ser redobrados para tentar evitar a todo o custo a humidade na porta, que é protegida por uma pequena tampinha de borracha (que, a longo prazo, com o desgaste, se poderá tornar num problema).

Falando na utilização durante o desporto, ao início, é algo estranha a sensação, já que o aperto nas têmporas é algo que nos temos que habituar, e rapidamente nos habituamos. Durante as primeiras utilizações, principalmente, para alguém que estava habituado a usar in-ear para correr, conseguir ouvir tudo à nossa volta e ao mesmo tempo estarmos a ouvir música é algo estranho; contudo, o conforto e segurança são de facto incomparáveis e tenho sérias dúvidas que volte a utilizar algo fechado para praticar desporto.

Os controlos sao feitos através de três botões, dois de volume o botão principal e em que todos podem ser configurados para efectuarem diversas acções, com duplos e triplos toques e pressão longa.

Isto pode ser configurado através da aplicação onde podemos também alterar o equalizador, e abilitar a conexão em multiponto, que nos permite utilizar, por exemplo, no computador e atender chamadas no telemóvel.

A Shokz dotou de uma proteção com rating IP55, o que nos faz estar totalmente confortáveis com suor, chuva e pó. Contudo, não são phones para nadar!

A acompanhar os OpenRun Pro 2, está uma caixa de transporte com espaço e arrumação para um cabo USB C (também fornecido). A Shokz estima uma bateria de até 12h; contudo, o carregamento total é feito em apenas 1h e o carregamento de 5min dá para uma sessão descontraída de um qualquer treino.

Existem, também, várias cores e dois tamanhos para os OpenRun Pro 2, onde a principal diferença é, somente, o tamanho à volta da cabeça.

CONCLUSÃO
Recomendado
9
shokz-open-run-pro-2O modelo OpenRun Pro 2 é, sem dúvida, a junção de toda a tecnologia actual para produção de áudio de maneira segura e confortável. É um gadget bem apetecível para quem passa bastante tempo fora de casa, na prática de desporto, e quer ter a sua segurança salvaguardada podendo ouvir também o que o rodeia. Talvez o factor mais negativo seja o preço que a Shokz apresenta; contudo, se olharmos para o anterior modelo o aumento foi, à data de lançamento, de apenas 5%, o que é bastante positivo. Se estás à procura de uns phones desportivos para praticar desporto ao ar livre, estes são, sem dúvida, recomendados!