Siren

É provável que já tenham ouvido falar desta série da Freeform, afinal de contas temos um episódio novo todas as quintas-feiras no canal SyFy. Mas sabem que esta serie está a revolucionar tudo o que sabemos sobre este género de romance clássico em ficção? Pois é, a sereias de Siren trazem mais ao mundo do que carinhas bonitas, personalidades selvagens e fantasia.

A primeira temporada foi razoável, o projecto era um tiro no escuro, com pouco orçamento. Afinal onde é que já tínhamos visto sereias carnívoras e agressivas que usam pernas em terra? Uma sereia capturada pelo exército para experiências com a sua irmã à procura de justiça, que tropeça nuns humanos bondosos? Isto não soa exactamente a original.

A cinematografia não era má, mas deixava um pouco a desejar, os cenários eram fantásticos mas já os efeitos eram pouco usados, a história era um pouco lenta e as personagens superficiais (apesar do elenco fantástico), dependendo do mistério e de cenas violentas nos primeiros episódios para atrair atenção. No entanto, a primeira temporada não deixa de ser excelente para uma serie indie. E funcionou. Funcionou tão bem que foi renovada para uma segunda temporada que está a correr mais riscos e a provar ser absolutamente fenomenal a todos os níveis!

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Nesta nova temporada, exploramos a cultura social das sereias (e dos humanos!), com efeitos especiais melhorados e hipnóticos, e sérios temas ambientais. Finalmente vemos o resultado de um orçamento para efeitos especiais e maquilhagem decente! As personagens são muito mais tridimencionais, e a história avança a um ritmo perfeito para manter a audiência viciada. Mas não é isso que define Siren como revolucionário.

Sabem aquela situação clássica e irritante quando têm vários interesses românticos para a personagem favorita, e os escritores provocam o público criando triângulos românticos para causar tensão, e vão dando palpites sobre romance com diferentes personagens para que o público se mantenha interessado? Esqueçam isso, Siren não vos irá dar ship-bait. Em vez disso, esta série dá-nos o primeiro, 100% confirmado, completamente saudável e sem ciúmes, trio poliamoroso da história do pequeno ecrã.

Ryn (Eline Powell), Maddie (Fola Evans-Akingbola) e Ben (Alex Roe), os três personagens principais envolvem-se numa união romântica consumada (e bissexual) em todos os aspectos, e estes são os pilares de apoio uns dos outros, mostrando ao mundo um novo lado da sexualidade e romance modernos. Este romance serve também de base para análise de todas as outras relações no desenvolver da serie, sejam desde discussões sobre relacionamentos tóxicos e co-dependentes, até discussões sobre consentimento.

Siren aborda também temas de toxicodependência, família, representação racial, feminismo (e a diferença entre feminismo e misandria), e ambientalismo, de formas muito apelativas e sérias. Venham nadar com as perigosas sereias de Bristol Cove, e apoiem a série para incentivar a uma terceira temporada!

Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.