Hoje apresento-vos um projeto baseado no mundo o extremamente popular League of Legends, desenvolvido em conjunto pela Riot Forge e Tequila Works. Para quem não sabe, os jogos publicados pela Riot Forge têm o objetivo de mergulhar um pouco mais na lore de Runeterra, proporcionando-nos com histórias focadas, geralmente situadas numa só zona e com um número de personagens bem mais fácil de digerir (para quem não sabe, o League of Legends já conta com cerca de 167 personagens à data desta análise).

O jogo que vos trago hoje é uma pequena viagem de um rapaz e o seu yeti pelas montanhas frígidas de Freljord, utilizando uma base de um platformer clássico com alguns toques de jogos de ação modernos. Eis que vou apresento Song of Nunu: A League of Legends Story.

O rapaz pequeno à procura de algo enorme

Como já referi, Song of Nunu passa-se no ambiente gélido de Freljord, onde temos os nossos protagonistas, o rapazito Nunu e o seu melhor amigo yeti Willump à procura do Heart of the Blue, um artefato extremamente importante que foi revelado a Nunu nos seus sonhos.

Esta viagem vai levar os nossos protagonistas por várias zonas diferentes de Freljord, sendo uma mão cheia de fanservice para os interessados no mundo, com várias personagens icónicas da zona e uma grande exposição da história passada das grandes montanhas.

Para alguém como eu, que aprecia a lore de Runeterra, e até considera Freljord a sua melhor zona, a história do jogo foi sem dúvida um dos pontos mais fortes. Conhecer um pouco mais do passado das montanhas frias, juntamente com a história pessoal de Nunu e Willump, foi algo que me deixou interessado desde o início até aos créditos.

Uma das melhores representações de Freljord

Em termos visuais, Song of Nunu apresenta um grafismo simples, com um foco em ter um aspeto de filme animado. As animações das personagens são bastante sólidas, com uma grande expressividade e movimentos abusados. Onde o jogo impressiona mais é nos cenários, com um uso excelente de cores e detalhes únicos e representativos da propriedade. Para quem conhece a lore do universo, irá certamente reconhecer várias das zonas que irás visitar durante a aventura apenas pelo detalhe nos cenários.

O jogo também carece de várias animações especiais, como interações espontâneas que podes ter com o Willump, que não favorecem a nenhuma mecânica de jogabilidade, e apenas servem como fonte de representação da relação entre os protagonistas, como por exemplo o Willump fazer um boneco de neve do Nunu. Este trabalho extra é sempre algo extremamente positivo, dando ao jogador uma forma passiva e imersiva de se integrar com a relação entre as personagens.

Um jogo de plataformas simples e eficaz

Song of Nunu não se rege muito pela experimentação, e tenta manter as suas mecânicas e jogabilidade simples e polidas, dando-nos um jogo de plataformas linear, onde todo o seu design é feito com base nas suas mecânicas gerais.

Irás, em várias situações, tomar controlo do Nunu ou do Willump, sendo que o jogo escolhe a personagem por ti, dependendo da parte dos níveis onde te situas. Ambas as personagens movimentam-se de maneira semelhante, podendo saltar, trepar paredes com pequenos relevos convenientes de gelo para te agarrares, podendo atirar bolas de neve e também tocar a Svellsongur, a flauta de Nunu com bastantes capacidades mágicas.

Onde as duas personagens diferem é na sua utilidade. O Nunu, sendo pequeno e leve, consegue passar por entradas mais apertadas, bem como ser ajudado por Willump para poder subir para algumas zonas altas, para o efeito de completar algum puzzle ou secção específica. O Willump, sendo um yeti grande e forte, geralmente é mais utilizado para combate, onde Nunu se apoia na cabeça do Willump enquanto este o protege dos vários perigos das montanhas. O jogo passa de uma personagem para a outra de maneira fluída, sendo que, cada vez que Nunu sobe para cima do Willump, é quando passas a controlar o yeti, e quando o Nunu decide ir para o chão, passas a controlar apenas o pequeno rapaz.

Em termos de puzzles, o jogo mantém uma boa variedade e criatividade. Aqui temos o maior uso da flauta de Nunu, sendo usada para criar melodias, sendo que terás de seguir uma série de símbolos que representam as várias notas. Ao tocares as melodias e notas corretas, irás alterar algo na zona para poderes progredir. Irás interagir com uma variedade de objetos e substâncias mágicas, como poderes subir plataformas, mover pedaços de gelo mágico para poder ser utilizado para várias situações como criar braços para uma estátua para poderes alinhar com uma indentação, ou para criar caminhos para poderes progredir. A flauta é uma das mecânicas principais do jogo, e, apesar da sua utilização frequente, o jogo tende a variar e a ser criativo o suficiente para nunca se tornar previsível ou aborrecido.

As situações de combate do jogo geralmente se passam em zonas mais abertas dos níveis, sendo praticamente uma espécie de arenas. Isto faz com que estas situações sejam um pouco previsíveis, mas, sendo que as situações de combate não são muito comuns, não se torna algo que quebre muito a imersão. O combate é simples e divertido, com o Willump a ser capaz de realizar um dodge e fazer um combo básico, podendo finalizar o combo a qualquer momento com um ataque forte, algo bastante comum em jogos de ação. Quando o inimigo fica sem vida, o mesmo entra num estado vulnerável, sendo possível fazer um ataque final cinemático no mesmo, recuperando vida. O combate, apesar de simples, é divertido e rápido. Penso que foi criado para dar alguma variedade, criando intervalos nos puzzles e plataformas com alguma ação.

A variedade de inimigos não é muito vasta, sendo que irás passar a maioria do tempo a lutar contra lobos mágicos, logos mágicos grandes, e alguns seres mágicos voadores que conseguem criar uma barreira de proteção para os lobos.

Considerando a simplicidade das mecânicas do jogo, a presença de bosses foi algo que me surpreendeu um pouco. Os bosses são bastante inspirados em mecânicas clássicas, com base em padrões de ataques onde terás de te mover, saltar e fazer dodge de modo a evitar a onda de ataques. Eventualmente, o boss irá criar uma abertura, onde poderás atacar e fazer dano. Apesar da simplicidade, há uma boa variedade nos bosses, sendo que todos têm padrões diferenciados, bem como um design e arenas diferentes entre eles.

As Músicas de Nunu

A música presente no jogo é bastante focada em seguir o que é apresentado no ecrã. Temos aqui uma orquestra bastante composta, com uma variedade de cordas, percussão e sopros. Temos ambientes calmos e serenos, bem como uma tempestade de suspense e ação para os momentos mais intensos da aventura. A música marca a sua presença durante praticamente toda a viagem, com muitas poucas situações de silêncio.

Até um jogo de plataformas tem uma barra de FOV

Algo que me surpreendeu no jogo foram as opções de acessibilidade. Aqui temos uma série de opções que irão certamente agradar a várias pessoas, desde personalização dos subtítulos, diferentes modos para daltónicos, assistências de combate, qtes, e para trepar as paredes, camera shake, e o tão milagroso e incrivelmente complexo campo de visão. Sendo um jogo de plataformas em terceira pessoa, é surpreendente ver que existe opção para alterar o campo de visão, considerando que nos dias de hoje ainda se encontram bastantes jogos em primeira pessoa que não incluem esta opção por defeito.

CONCLUSÃO
Melhores amigos para sempre!
8.5
song-of-nunu-a-league-of-legends-story-analiseSong of Nunu: A League of Legends Story é um jogo mecanicamente simples, com uma execução e história sólidas, com uma excelente representação das personagens presentes do mundo de Runeterra.