Confesso que já tinha saudades de entrar novamente nas arenas frenéticas de tinta colorida dos polvos e lulas em Splatoon 3. E com o anúncio da segunda parte do novo DLC, de nome Side Order, esta saudade tornou-se numa promessa de regresso ao jogo, assim que este novo conteúdo chegasse à minha Nintendo Switch. No entanto, com o aproximar do dia de lançamento, eis que um novo trailer levantou o véu àquela que seria a nova aventura que os jogadores poderiam contar neste DLC: Um modo de jogo em Roguelite que exige que os jogadores subam uma torre de 30 andares, submetendo-se a vários desafios. Antes de continuarmos, dá uma olhada no trailer:
Não sou um fanático por jogos Roguelite, mas estou sempre disposto a entrar no género de vez em quando para sair da rotina. Este foi um desses casos, colocando Splatoon na equação, que despertou o meu interesse!
Chegando a um mundo virtual, representado por uma Inkopolis sem cor, somos confrontados com a situação de que o projeto de Marina, Order Sector, está descontrolado, e a única maneira de repor a ordem nisto é chegar ao topo da Spire of Order, derrotando o Boss Final. Para isso, é preciso subir os 30 andares da torre, sem que sejamos derrotados. Em caso de falha, voltamos ao início! Parece impiedoso mas é mesmo assim que um Roguelite funciona.
As Mecânicas
A cada andar é dado um de três desafios. Cada um tem a sua própria dificuldade, desafio e recompensa específica. É nesta fase que devemos pensar bem, se valerá a pena apostar num nível mais difícil ou não, pois por vezes é preferível jogar pelo seguro e apostar em algo que acreditamos conseguir fazer do que aventurar em águas mais agitadas. Contudo, em alguns casos temos níveis que contêm efeitos adicionais. Estes podem ser bons como maus (Bónus e Danger, respetivamente). No caso de um nível de Bónus, este pode dar-te uma vantagem como uma enchente de upgrades à tua arma, dando vantagem contra os teus inimigos, ou dando-te mais dinheiro no caso de cumprires um determinado objetivo (ex: não utilizar a arma especial). Já no Danger, este dá-te desvantagens perante os teus inimigos, como jogar completamente às escuras, aumentar a velocidade e resistência dos teus inimigos ou até mesmo impedir que uses sub-weapons ou os teus ataques especiais. Achei interessante que, se fores evitando entrar num nível de Danger, mais níveis destes começam a surgir, pelo que me vejo “obrigado” a entrar neles o mais cedo possível para evitar ter que lidar com outros no futuro mais complicados.
Em termos de níveis, temos 5 tipos diferentes: Destruição de Portais de Jelletons; Eliminar Jelletons fugitivos; Colocar esferas num determinado ponto do mapa; Controle de área e uma espécie de Tower Control mais simples. Estes acontecem em diferentes mapas (minúsculos) que te dão alguma variedade no jogo para que não pareça que estás a repetir os níveis. Na minha opinião, não chegou a ser uma experiência muito única, pelo que ao repetir a torre pela terceira vez, já comecei a ver alguns níveis a repetirem-se, sendo um pouco óbvio onde teria que ir e qual a melhor estratégia a seguir, pois a maior parte deles já conseguia superar em poucos segundos. Os mapas poderiam ser bem maiores e complicados/estruturados para dar uma dinâmica diferente à experiência de jogo.
A cada 10 andares temos que passar por um Boss. Aqui o problema continua o mesmo. Temos apenas 3 Bosses diferentes (excluindo o Boss Final) para uma torre com 30 andares. Ou seja, numa ronda inteira, consegues logo ver 2/3 dos Bosses existentes no jogo, o que torna-se um pouco frustrante. Se me vão fazer subir a torre mais do que uma vez (vou explicar o porquê mais à frente), ao menos que tragam mais variedade para justificar o regresso à torre. Pelo menos os Bosses são interessantes o suficiente para proporcionar uma boa e divertida experiência, ainda que tenhamos que repetir a experiência mais de uma dúzia de vezes.
Para que a nossa missão seja cumprida com sucesso, temos que ir ganhando os color chips. Estes são upgrades que concedem várias melhorias, como rapidez de disparo, bombas de drone, mais itens dropados por inimigos, entre muitos outros. A cada nível que escolhes tens direito a um, que fica de imediato ativo assim que se entra nesse nível. Achei uma excelente ideia terem dividido os vários tipos de bônus em várias cores. Isto não só torna mais fácil de entender como também pode ser abusado em conjunto com os Hacks que a Marina consegue fazer (algo que vou falar-te mais à frente), de forma a que tenhas uma build de 1 ou 2 cores apenas, maximizando a potencialidade dessas cores.
Em algumas ocasiões, há níveis que são uma Vending Machine (máquina de vendas). Estes servem para que possas gastar algum do dinheiro que tens vindo a receber por completar os níveis. É aqui que podes arranjar com alguma facilidade color chips sem teres que batalhar nos níveis.
Upgrades que ajudam na próxima ronda
Ao perder ou chegar ao fim da torre, somos premiados com Pérolas. Estas são talvez a coisa mais importante do jogo, que te permite comprar Hacks à Marina. Cada Hack pode desbloquear-te mais vidas, aumentar o poder das tuas armas, poderes fazer reset à selecção de níveis de um andar, entre muitos outros bónus permanentes que vão ajudar imenso na próxima aventura na Spire of Order.
Além das Pérolas, temos também acesso a chaves, que são obtidas ao derrotar Bosses. Estas permitem abrir portas de um cacifo, desbloqueando novas armas e ainda páginas de diário de Marina, revelando algum Lore acerca da criação deste mundo virtual e a relação entre Marina e Pearl. É aqui que as repetições começam, sendo que tens que ir à torre com as 12 armas disponíveis neste DLC. Uma vez que chegues ao fim com uma, a réplica desta é desbloqueada no teu jogo original, para que possas jogar nas tuas partidas online. Confesso que fui aventureiro e atrevi-me a desbloquear todas as armas, na esperança de ver algum Boss final diferente. À parte da dificuldade acrescida, não vi tal coisa acontecer, perdendo umas valentes horas de jogo nisto. Bem, até que me diverti (mais do que pensava) a jogar com as diferentes armas.
Desempenho sem nada a apontar
No que toca ao desempenho gráfico, Splatoon 3 – Side Order consegue praticamente manter os 60 frames por segundo sem complicações. Até hoje não consigo entender como um jogo destes consegue correr perfeitamente na Nintendo Switch. É algo digno de bruxaria conseguirmos ter tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo e com grande detalhe. E falando nisso, uma das coisas que adoro ver são os pormenores da tinta neste DLC, que tanto se vai misturando com os vários color chips, deixando padrões e glitter com excelente detalhe.
Virando agora a atenção para a música, este catálogo musical está mais uma vez repleto de músicas energéticas, sinistras e memoráveis. Se procuras algo super alternativo do género Punk ou eletrónica para ouvires, então Splatoon 3 (ou Splatoon no geral) certamente contém o que procuras.