Uma das eras mais nostálgicas e veneradas de todos os fãs de Star Wars são os inícios dos anos 2000, com um aglomerado enorme do que são possivelmente os melhores jogos de Star Wars já feitos. Desde as batalhas colossais em Star Wars: Battlefront (os que foram desenvolvidos pela Pandemic), às batalhas de sabres de luz frenéticas dos Star Wars: Jedi Knight, havia praticamente um jogo para qualquer fã de Star Wars.

O jogo que vos trago hoje é um dos menos populares da era, mas que merece o seu devido mérito também. Apresento-vos Star Wars: Bounty Hunter, um jogo de ação e aventura que saiu originalmente em 2002 para a Nintendo Gamecube e Playstation 2, onde tomamos controlo de um Bounty Hunter, e teremos de nos aventurar por várias zonas da galáxia, à caça dos suspeitos e das recompensas que eles nos dão.

A história de Jango Fett

Star Wars: Bounty Hunter dá-nos um olhar mais aprofundado à história de Jango Fett, um bounty hunter que se aventura nas zonas mais perigosas e criminosas da galáxia. A premissa principal da história parte de um princípio simples, onde o protagonista é contratado para capturar um Jedi que aparentemente se encontra enlouquecido. Esta história leva-nos a uma série de zonas variadas na galáxia, desde armazéns a cidades que só se encontram “acordadas” à noite, onde iremos à caça de vários suspeitos que, caso tenhamos sorte, nos irão levar cada vez mais perto do alvo principal.

Penso que para os fãs de Star Wars, a história do jogo é competente, dando um bocado mais de contexto a uma personagem menos desenvolvida da propriedade. A simplicidade da premissa também dá a liberdade para a equipa desenvolver os níveis sem grandes limitações, e também não afeta a continuidade dos filmes.

A preservação de um clássico

A remasterização feita pela equipa para este clássico de 2002 é uma que tenta manter o máximo do jogo original possível, sendo praticamente apenas uma atualização com uns toques gráficos, dando a conveniência de se poder experienciar o jogo nas plataformas modernas nativamente. As texturas do jogo apresentam uma resolução aumentada, dando um pouco mais de detalhe às mesmas, a iluminação foi ligeiramente melhorada, e temos também a adição de alguns efeitos como bloom e motion blur.

Ao todo, o jogo mantém bastante a essência do original, não tentando afastar-se muito da experiência visual presente. A conveniência de poder jogar este clássico nas plataformas modernas de uma forma nítida e fluída é sem dúvida o melhor aspeto desta remasterização.

Jogabilidade melhorada, mas com as mesmas imperfeições

A jogabilidade de Star Wars: Bounty Hunter é bastante simples, tens níveis semiabertos onde tens de realizar o objetivo principal, tendo de trocar tiros com vários inimigos no caminho. Os controlos modernizados melhoram bastante a experiência, sendo muito mais fácil de nos movermos e dispararmos simultaneamente, criando batalhas mais dinâmicas e livres de uma dança de polegares intensa. Também foi melhorado o scanner, que, ao ser usado, a velocidade do jogo diminui exponencialmente, dando tempo ao jogador para poder analisar os vários NPCs presentes nos níveis.

O scanner é uma ferramenta que server maioritariamente para colecionar as bounties opcionais, sendo preciso analisar os vários inimigos e NPCs presentes nos níveis. Ao encontrares uma bounty, o scanner apresenta o nome da mesma, junto com o prémio em créditos que ganhas, caso a tragas viva ou morta. Para poderes colecionar uma bounty, tens sempre de fazer o scan antes de a matares ou capturares, sendo praticamente preciso fazer scan a todas as personagens antes de realizar qualquer troca de tiros. Para capturares um alvo, é preciso utilizar uma espécie de corda, que é disparada a uma distância curta, que irá prender o inimigo, dando-te a oportunidade de te aproximares e o capturares.

Tenho de admitir que, apesar das melhorias, o scanner continua a ser algo que se torna demasiado chato de se usar. O fato de se ter de analisar todos os inimigos e NPCs de um nível fazem com que tenhas de estar constantemente a ativar e desativar o scanner, fazendo com que as maiores batalhas se tornem numa dança de disparar e analisar, removendo qualquer fluidez presente na jogabilidade geral.

Quando se está aos tiros sem o scanner, a jogabilidade é divertida. Tens a capacidade de usar os teus blasters para disparar em 2 inimigos ao mesmo tempo, havendo algum auto-aim presente. É possível encontrar uma série de armas adicionais espalhadas pelos níveis, desde metralhadoras a armas semelhantes a bazookas e lança-granadas. Num dos níveis iniciais, também irás desbloquear um jetpack que te irá deixar levitar durante um tempo limitado, recuperando bastante rápido enquanto não o usas.

O combate é repleto de ação e puro caos, com, por vezes, dezenas de inimigos no ecrã todos aos tiros contigo. Isto, juntamente com as análises constantes com o scanner, acrescentam alguma dificuldade ao jogo, fazendo com que percas vida bastante rápido. O jogo tenta equilibrar esta dificuldade acrescentando alguns itens para recuperar vida no nível, bem como uma chance para os inimigos deixarem um item desses quando são derrotados. Ao morreres, podes voltar ao último checkpoint, sendo que podes morrer até 5 vezes num nível. Ao morreres o máximo de vezes possível, terás de voltar a passar o nível do início. Acho que esta mecânica antiquada poderia ter sido feita opcional, sendo que, na minha opinião, não acrescenta ou remove qualquer desafio já presente no jogo.

No final de cada nível, é-te apresentado uma pontuação, onde recebes créditos de acordo com as bounties que capturaste e os segredos que encontraste. Estes créditos servem para desbloqueares bónus como artes do jogo, sendo apenas uma adição agradável que encoraja o jogador a repetir os níveis para os completar a 100%. A repetição dos níveis é extremamente fácil, sendo que podes simplesmente escolher qualquer nível que queiras repetir a qualquer momento, mesmo antes de terminar o jogo.

Uma sonoridade cinemática

Em termos da música presente no jogo, temos aqui uma representação fiel da sonorização presente nos filmes. O use de orquestras repletas de sopros espontâneos e imprevisíveis, juntamente com uma aproximação rítmica forte nos momentos mais intensos traz-nos uma sonorização comum aos filmes. A imersão adicional que a música nos apresenta é uma excelente adição, colando as peças do projeto num competente produto fiel à propriedade.

Um especial agradecimento à editora por nos ter cedido uma chave do jogo para análise.

CONCLUSÃO
Pew-pew
8
star-wars-bounty-hunter-analiseStar Wars: Bounty Hunter leva-nos atrás para um tempo onde os jogos de Star Wars eram verdadeiramente divertidos e criativos. Uma remasterização simples, mas fiel, que nos dá a oportunidade de experienciar a história de Jango Fett nesta missão bombástica, com ação e lasers aos montes.