Ironia das ironias, quando há 2 meses os fãs de Star Wars atravessavam a sua pior fase em termos de conteúdo, hoje encontram uma das (senão a) melhores. The Mandalorian impulsiona a popularidade na televisão e Fallen Order recompõe o coração dos fãs que tantos jogos maus (ou controversos) viram passar pelos seus olhos. Isto e a quantidade de fofura que o famoso “Baby Yoga” e BD-1 trazem ao ecrã é simplesmente demasiado para uma só era.
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O caminho atribulado da saga pelas consolas
Focando-nos mais em videojogos, o caminho foi atribulado. Embora Star Wars: The Old Republic seja um dos MMORPG’s mais sólidos que existem, não conseguiu colmatar a inexistência de uma experiência singleplayer imersiva, dando assim azo a Battlefront. Battlefront tinha tudo para ser um excelente jogo de Star Wars, no entanto a falta de uma vertente singleplayer e inúmeras microtransações deixaram um trago azedo aos fãs que tanto aguardavam a derradeira experiência da nova geração.
Numa tentativa mais abrangente, tivemos direito a Battlefront II, este já com um modo história, embora nada comparável à velha glória. Com gráficos espectaculares mas zero imersão, surgiu apenas mais um shooter disfarçado.
Com uma vaga esperança num seguimento do famoso Star Wars 1313, os corações dos jogadores voltaram a palpitar com Star Wars Jedi: Fallen Order, quando a Respawn, conhecida pela saga Titanfall (mais concretamente a excelência de Titanfall 2) e Apex Legends, desvendou a sua nova aventura pelo universo criado por George Lucas. Com poucos glimpses de jogabilidade, fomos reconhecendo técnicas retratadas nos filmes, movimentos fluidos, e, mais que isso, uma personagem com que nos possamos relacionar. Não que nenhum de nós nasça Jedi, mas encarnamos o jovem Cal Kestis, um Jedi que se refugiou devido à busca incessante dos Sith pelos Jedi.
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A história de Star Wars Jedi Fallen Order
Cal é um jovem Jedi, cuja sua caminhada teremos o gosto de acompanhar. No entanto, tirando a Second Sister, nenhuma outra personagem é sequer digna de mencionar, pois apenas existem para o nosso benefício. Nenhuma dessas apresenta uma história para contar, ou sequer tenta enveredar por outro caminho enquanto estamos na nossa exploração, ficam apenas à espera que regressemos e digamos para onde ir.
A história retrata a já conhecida inquisição Sith pela aliança Jedi, no entanto, desta vez encarnamos o possível salvador da aliança. Após uma breve introdução em que temos de escapar ao Império, onde conhecemos a Second Sister (que é só das personagens femininas mais carismáticas e badass que entrou num videojogo), partimos numa demanda pela procura dos restantes Jedi. Para que esses possam treinar entre eles e assegurar a continuidade da Aliança.
Durante este percurso, iremos visitar vários planetas. Cada um com características geográficas diferentes, mantendo uma diversidade no tipo de ambiente que exploramos. Todos os planetas são passíveis de explorar as vezes que quisermos, indo assim de encontro às leis dos metroidvania. Indo buscar alguma inspiração a Dark Souls, temos atalhos, ou seja, caso exploremos o suficiente, iremos encontrar maneiras de atravessar os enormes níveis relativamente rápido. O que embora rápido, teremos de os atravessar umas quantas vezes, o que se pode tornar um pouco repetitivo.
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Uma jogabilidade viciante
Ainda na senda da inspiração de Dark Souls, cada vez que meditamos, recuperamos vida bem como os stim cannisters (itens que repõem vida), e os inimigos ressuscitam. Esta mecânica serve não só como incitante ao excelente combate que a Respawn trouxe, mas também à facilidade em obter pontos de experiência para que possamos aprender mais habilidades.
Se alguma vez me dissessem que, metroidvania, Star Wars e parkour (entre outros elementos) resultassem num jogo altamente viciante e bem produzido, eu teria dito, desculpem mas estão completamente tresloucados.
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O combate está bastante bem trabalhado, jogando na dificuldade Jedi Grandmaster vale bem a pena trabalhar os timings para que possamos deflectir disparos que venham na nossa direcção, ou mesmo ataques corpo a corpo por parte de troopers com mais vida (os Stormtroopers por norma levam um ataque e caem logo, mesmo em Jedi Grandmaster). À medida que vamos aprendendo habilidades, melhor ainda fica a possibilidade de misturarmos ataques diferentes, combinando acrobacias com cortes letais.
Os visuais estão extremamente bem feitos, no sentido em que cada planeta tem a sua pallette de cores, definindo assim um tom para cada local. Além deste tom, os próprios gráficos são bastante realistas, utilizando a iluminação como ponto forte. O áudio é mais do mesmo da Electronic Arts, ou seja, muito bom. Desde Battlefield 3 que o áudio tem sido constantemente refinado para que a experiência sonora seja igualmente arrebatadora.
Star Wars Jedi Fallen Order já está disponível para PlayStation 4, Xbox One e na Origin , Steam e Epic Games para PC.