A saga Sword and Fairy, à semelhança de Xuan Yuan Sword, sempre foram muito recatadas no que toca a lançamentos no Oeste. Felizmente, nos últimos tempos, temos visto uma mudança de perspetiva por parte da Softstar e da DOMO Studio, respetivamente. Derivado destas decisões, analisamos hoje o mais recente lançamento da saga Sword and Fairy: Together Forever, lançado no ano passado no PC e hoje nas consolas Playstation!
Sword and Fairy: Together Forever não requer qualquer conhecimento da saga para ser jogado, algo que facilita a introdução à linhagem de jogos inspirados na mitologia chinesa.
O jogo decorre num de vários reinos habitado por humanos e monstros. Somos prontamente colocados na pele de Xiu Wu, um paladino divino que se encontra em Yanbo, um reino pertencente aos demónios. Após um breve tutorial (com QTEs… em 2022…), mudamos de plano para Yue Qinshu, uma das protagonistas.
À medida que exploramos a zona que nos rodeia somos deparados com Ziqiu, um misterioso rapaz que se torna num ponto de mistério no decorrer da história, sendo que pouco depois encontramos também finalmente Xiu Wu, começando então uma viagem por vários mundos na procura pela verdade e reposição do equilíbrio à paz dos 6 reinos.
Incrivelmente, a história tem bastantes possibilidades de ramificar mas mantém coesão, sendo fácil de seguir a linha de raciocínio, o que torna a experiência muito mais agradável. Esta também não se prolonga durante muito tempo, sendo que terminamos a história em cerca de 20 horas, um período até curto para um RPG, mas que evita exaustão da história principal. Para além disto, temos ainda atividades e missões secundárias, que ajudam a preencher a história com ainda mais personagens, construindo assim uma viagem muito mais recheada.
Embora estejamos finalmente a ver estas míticas sagas chegarem ao Oeste, nota-se que ainda merecem mais polimento. Nem costumo utilizar vozes em inglês, foi uma pena ver que apenas providenciaram vozes em chinês, e mesmo a tradução das legendas/menus acabou por sair furada muitas vezes ao encontrar erros ortográficos.
O mundo de Sword and Fairy: Together Forever é, ao mesmo tempo, entusiasmante e uma desilusão. Entusiasmante pois encontramos áreas incrivelmente detalhadas e diversas, quase que saídas de um conto de fadas, o que aumenta ainda mais a desilusão quando nos apercebemos que o jogo é praticamente um enorme corredor.
Cada personagem que se vai juntando à party (total de 4) possui um conjunto diferente de técnicas de combate, permitindo refrescar os duelos que vamos enfrentando. O combate é relativamente fácil (excetuando alguns picos de dificuldade surreais), tendo nós de fazer uso de uma conjugação de ataques leves e pesados, culminando no uso de ataques especiais, sendo estes visualmente espetacular. Não existe grande reação por parte dos inimigos aos nossos golpes, sendo que quando estes atacam, os efeitos e as partículas são em tal escala que raramente conseguimos prever um ataque.
Deixo um destaque para o design dos inimigos, sendo cada um mais original que o anterior, com especial distinção para os bosses, que são um deleite visual.
De forma a melhorarmos o combate temos de nos ir equipando a rigor, não só através das armas mas também de armaduras que possam fortalecer a nossa postura. Muitas vezes encontramos mercadores que nos fornecem itens para ajudar na demanda, ou, para os mais devotos, podem fabricar poções que potenciem as habilidades.
Como já referi, o jogo é visualmente incrível, deixando até água na boca para o sub-aproveitamento que recebe. Não só cada área é pormenorizadamente cativante, como existe ainda um leque de áreas diferentes a explorar. Aliado ao incrível espetáculo visual temos um desempenho maioritariamente sólido, com alguns soluços pelo caminho, mas nada que quebre a imersão.
Uma vertente que creio não terem potenciado ao máximo foi o áudio. Nada relacionado com a qualidade da banda sonora, pois esta é muito boa, simplesmente a mistura cai no limbo, quase dando a parecer que não sabiam quando começar a tocar a música, ou onde situar os efeitos sonoros, sendo que isso sim, quebrou parte da imersão.