Apesar de ser um produto do início da década passada, Sword Art Online continua a ser bastante popular.
A franquia continua a alastrar-se num sem fim de outros media, como séries animadas, manga e evidentemente videojogos. O panorama nos videojogos de Sword Art Online retira alguns elementos das adaptações animadas, colocando Kirito e o seu grupo uma espécie de realidade alternativa ao que conhecemos. Acontece que, com o passar do tempo, já sentíamos um pouco de cansaço e repetição, já que o conceito era demasiado igual ao das séries, e a fluidez do jogo pouco ou nada mudava.
Diferenças dos Antecessores
Felizmente, com Sword Art Online: Alicization Lycoris, a maioria destes desenvolvimentos foram rectificados. Isto porque, em vez de participarmos simplesmente em quests, os desenvolvedores decidiram seguir de perto a adaptação anime, a qual recebeu uma nova temporada no sábado passado. Em função deste desenvolvimento, e embora siga grande parte dos acontecimentos que Kirito e os seus amigos viveram neste mundo virtual, o jogo surpreendentemente toma vias bastante interessantes
Conceito
A história do jogo segue praticamente o mesmo fio condutor da série. Kirito acorda numa floresta, apercebendo-se que se encontra mais uma vez num mundo virtual. Contudo, ele não consegue aceder aos menus do jogo, para sair.
A única solução que lhe resta, é partir a descoberta deste mundo. Rapidamente Kirito encontra o Eugeo, que lhe recorda um pouco da sua infância, depois de um encontro que quase acabava numa grande tragédia.
Num mar de emoções, o Kirito recorda-se finalmente de uma terceira pessoa no seu grupo, uma rapariga, chamada Alice, que foi levada por ordem da igreja por infringir a lei quando era muito jovem. Assim que a dupla se apercebe deste episódio, resolve trazer Alice de novo à sua aldeia.
Sword Art Online: Alicization Lycoris é bem maior que os seus jogos anteriores. Existem seis capítulos e, por si só, o primeiro capítulo é maior que muitos jogos completos e demora cerca de 15 horas para ser terminado.
Este segue, quase na íntegra, a primeira temporada desta adaptação anime. A maioria dos momentos e interacções estão praticamente intactas, embora seja tomada a liberdade de expandir algumas relações entre personagens, e derive em algumas partes da história que conhecemos.
O maior destes elementos acontece por intermédio de Medina, uma nova personagem criada para este jogo. Esta rapariga encara um destino trágico, e com base neste interage com Kirito e o seu grupo de uma maneira muito distante. Contudo, a sua presença na fase inicial é muito breve e apenas surge em momentos para nos preparar para os capítulos seguintes, já que esta inclusão acabou por mudar dramaticamente o desenrolar da história.
Alguns Problemas
O verdadeiro valor deste jogo só se abre depois, já que história que conhecemos acabe por ser completamente alterada, embora continue a seguir uma narrativa comum que nos foi deixada. Estes desenvolvimentos foram muito bem-vindos, e contribuíram imenso para o valor final do jogo, e ao contrário dos anteriores não continuamos simplesmente a esquartejar centenas de criaturas online. O principal problema quer aqui quer nas quests secundárias, é que perdemos imenso tempo a procurar uma localização, item, ou um monstro para derrotar, já que as indicações fornecidas são muito vagas, e com a adição mesmo de um indicador visual.
Como não bastasse este novo mundo é enormíssimo, e os loadings ao navegar para cada área são bem demorados. Existem florestas densas, desertos, e tanto a fauna como a flora dessas áreas assentam que nem uma luva ao tema, contritamente ao que vimos nos anteriores jogos da série.
Mesmo sendo o melhor jogo desta franquia até a data, o jogo apresenta também as suas limitações, tais como loadings de texturas nos ambientes, ou quebras de frames em locais muito estranhos, como pequenas aldeias. Felizmente a produção ficou ciente deste e de outros problemas e lançou um patch para resolver alguns destes problemas, veremos com o passar dos dias se estes, serão definitivamente solucionados.
A jogabilidade também foi melhorada, e tornou-se mais próxima de um jogo de acção. Em vez de imitar MMOs criou um sistema de combos muito interessante e dinâmico, que apenas só alcança o seu potencial com o decorrer do jogo, já que muitos destes novos elementos apenas se vão interiorizando com o fluxo do mesmo.
Sword Art Online: Alicization Lycoris intimida-nos demasiado no início do segundo capítulo. Embora cada personagem apresente uma vasta panóplia de skills, weapon classes, e habilidades passivas e activas, como o jogo é demasiado fácil numa fase primária não temos nem motivos, nem oportunidades para testarmos todos estes elementos, e acredita que os desenvolvedores adicionaram diversas ferramentas para modificarmos as nossas personagens até a perfeição.
Os combates podem tomar a forma de duelos singulares ou batalhas em grupo. Ambos são distintos e apresentam formas de jogar e atuar completamente diferentes. Enquanto os duelos singulares visam a defesa e evasão, os combates em grupo são na sua maioria regidos por um gratificante sistema de combos quase rítmico, onde e no qual tentamos manter o maior número possível, ou derrotar um inimigo poderoso apenas a base de ataques e combinações metódicas. Embora exista um modo online co-op nesta aventura, teremos bastante para abri-lo, já que este modo só fica desbloqueado após os eventos do primeiro capitulo.
Sword Art Online: Alicization Lycoris é um produto estranho. A sua maior força parece residir nas suas anteriores maiores fraquezas. Ao passo que este jogo está muito mais próximo da história do que os seus anteriores, é linear, aliás demasiado linear para um jogo desta envergadura. Apenas se abre e expande quando a sua “história original” é concluída e percorre para uma linha alternativa. Certamente que este será um problema para a maioria dos jogadores, pois tenho a certeza que muitos não terão a paciência requerida para ver este jogo alcançar o seu potencial.
Acho que as melhores vias aqui, seriam assimilar grande parte dos acontecimentos da primeira parte, ou então introduzir os seus maiores destaques mais cedo, isto porque deixar o jogo a marinar durante 15 horas, o que é demasiado tempo para o comum mortal. Independentemente destes senãos fica a promessa que à tua espera está uma fantástica experiência. Também existe o factor de replayablity já que o jogo esconde alguns finais alternativos que se abrem ao desempenharmos algumas acções em certos eventos.
Este desenrolar de acontecimento vai mais além de modos de jogo e jogabilidade, o jogo torna-se mais consciente das outras personagens, e Medina torna-se num dos núcleos do enredo. Aliás, o título do jogo “esconde” o conceito do jogo a partida, Lycoris é uma flor originária da China, e que pode ser actualmente encontrada nas províncias do sul do Japão, e simboliza a morte e a ressurreição, dois elementos muito bem presentes no tema deste jogo.
Perante este vendaval e altos e baixos, muitos de vocês devem estar-se a questionar se o jogo apenas se torna bom a partir do segundo capítulo, na verdade, diria que sim, e acho estranho porque o jogo enveredou por esta via de uma forma dita mesmo quase de forma compulsiva. O seu potencial infelizmente só se abre mais tarde.
Sword Art Online: Alicization Lycoris já está disponível para PlayStation 4, Xbox One, e na Steam e loja Bandai Namco online para PC.