A guerra pela paz num mundo online.

Hoje trago-vos a mais recente aventura na série de RPGs do Sword Art Online. Esta série de RPGs, apesar de se tratar de jogos licenciados da anime com o mesmo nome, sempre usufruíram de uma história única, separada da anime. Eis que vos apresento Sword Art Online Last Recollection.

Antes de tudo, tenho de admitir que não tenho uma grande ligação pela propriedade, pelo que a minha análise irá se focar mais na qualidade geral do produto, e menos nos aspetos de fanservice, como por exemplo. Comecemos então a análise.

Um mundo à beira da guerra

A história de Sword Art Online Last Recollection é bastante típica do género. Temos duas fações distintas, onde cada uma controla uma parte do mundo: o império dos humanos, e o território da escuridão. A paz entre estas duas fações tem sido escassa, fazendo com que o mundo esteja no risco de uma guerra, que, se acontecer, irá impedir a possibilidade de haver paz entre os dois lados no futuro.

O protagonista principal da história é o Kirito, que tem a missão de ir ao território da escuridão ajudar os habitantes, servindo como uma espécie de embaixador dos humanos, tentando apelar à paz entre fações, de modo a impedir a grande guerra. Apesar de poderes controlar várias personagens, a história passa-se toda do ponto de vista do Kirito.

Apesar da simplicidade e do conceito já comum, a história serve o seu propósito, usufruindo de diálogos extensos e várias cutscenes. Penso que os diálogos extensos tendem a estender-se por demasiado tempo, especialmente nos monólogos do protagonista, fazendo com que haja várias situações de exposição, que poderia ser dada de uma forma mais suave e natural.

Beleza Seletiva

Graficamente, o jogo mantém a sua simplicidade, jogando no seguro. Os modelos das personagens são bastante sólidos, apresentando um estilo anime, fazendo com que as mesmas estejam bastante próximas das suas contrapartes animadas. Os cenários, no entanto, tendem a apresentar algumas inconsistências. Temos bastantes paisagens belas no horizonte, com várias montanhas e castelos belíssimos. Infelizmente, os níveis em si, e onde podes movimentar-te, muitas vezes tratam-se de terrenos simples, resumindo-se muito a zonas com relva e areia, juntamente com rochedos e algumas grutas. Não obstante, o jogo apresenta algumas dungeons que tentam quebrar o molde, mas, infelizmente, estas também sofrem um pouco de repetitividade visual, não havendo uma variedade de texturas suficiente nas superfícies.

Lê mais:  Contra: Operation Galuga | Data de Lançamento Anunciada

Não obstante, senti-me bastante satisfeito com o aspeto visual do jogo, as personagens são sem dúvida o foco aqui, havendo dezenas de personagens disponíveis para fazeres a party que bem entenderes, todas com um detalhe e animações bastante impressionantes.

Uma base divertida, com um esparguete de mecânicas à mistura

O jogo baseia-se em exploração e combate, onde a exploração é baseada na descoberta de baús com equipamento para melhorares as tuas personagens, e o combate é onde o jogo tem a grande maioria do foco. Apesar da simplicidade, a exploração é extremamente satisfatória, tudo graças ao fato dos vários mapas que visitas terem todos um tamanho bastante modesto e de fácil navegação. Não obstante, o tempo que se passa a explorar é bastante bem otimizado.

O combate não se rege tanto pela simplicidade, trazendo uma mão cheia de mecânicas que te irão manter bastante confuso ao início. Todas as personagens controlam-se da mesma forma, com um combo de ataques básico, um salto, um dodge e um guard. Podes também ter equipadas 4 habilidades relativas à arma, e também 4 buffs que podes ativar durante as batalhas. Estas habilidades e buffs irão gastar o teu SP, que poderás recuperar à medida que vais atingindo os inimigos com os teus ataques normais.

Em termos de mecânicas adicionais, temos o switch, que envolve tocares num botão durante um combo para trocares para outra personagem da party, fazendo um ataque especial, e também break, que envolve atacares o inimigo até a barra de break se encher, fazendo com que o mesmo fique vulnerável, podendo ser atirado para o ar, podendo ser atacado até cair ao chão, dando a oportunidade a um ataque final cinematográfico e poderoso. Uma excelente forma de encher a barra de break é com counters, que envolvem usares habilidades de armas específicas para poder contrariar ataques especiais de inimigos, fazendo com que o mesmo cancele o ataque e receba um dano aumentado, junto com encher a barra de break por maior quantidade.

Lê mais:  Grandia HD Collection | Finalmente chega à Playstation e Xbox

Há medida que vais lutando, irás encher o teu ally gauge, uma barra específica para comandar os teus aliados, dando-lhes ordens para fazer habilidades como curar ou defender, e também para um outro ataque especial. Este ataque especial envolve uma paragem no tempo, enquanto todos os aliados atacam o inimigo um a um com habilidades especiais, finalizando num climático ataque com vários cortes no ecrã, geralmente acabando com o inimigo num estado vulnerável. Este ataque é crucial para o combate do jogo, fazendo com que se consiga deixar os bosses vulneráveis para os ataques mais fortes com mais facilidade e consistência, visto que os mesmos carecem de uma barra de break mais difícil de encher, comparando com os inimigos normais que encontras nas várias zonas do jogo.

Independente das habilidades que faças, as animações são sólidas e apresentam um bom feedback da escala épica das mesmas. Infelizmente, gostaria de ter uma reação maior dos inimigos, sendo que, a não ser que estejam com a barra de break no máximo, não têm qualquer reação aos ataques do jogador ou dos aliados. Isto pode ter sido feito propositadamente, para ser mais autêntico a um suposto MMO tradicional, mas, na minha opinião, não se encaixa bem num jogo de ação.

Em suma, o combate é divertido e acessível, não sendo preciso aproveitar todas as mecânicas que são apresentadas ao máximo, premiando os mais empenhados com números de dano grandes e derrotas rápidas e impressionantes, mas não deixando o público mais casual de conseguir passar todos os desafios apresentados na história sem grandes problemas ou grind de níveis e equipamento.

Música vinda de um MMORPG

A música de Sword Art Online Last Recollection é um aglomerado orquestral de ritmos acelerados que dá uma sensação de que estamos a jogar um MMORPG. Penso que foi o objetivo da equipa, considerando o conceito da propriedade. A qualidade das composições é bastante boa, sendo que sempre senti a presença da música durante as minhas variadas explorações pelo mundo, facilmente me lembrando das suas melodias.

CONCLUSÃO
Login
7.5
sword-art-online-last-recollection-analiseSword Art Online Last Recollection é um jogo sólido de anime, trazendo-nos uma história interessante, jogabilidade divertida e um leque de personagens enorme que de certeza irá agradar aos fãs da anime. Mais uma adição de qualidade para a biblioteca de jogos de anime da Bandai Namco.