Arquivo de Xuan Yuan Sword

Depois de tantos AAA altamente antecipados, decidi mudar o switch e dedicar-me a algo mais comedido e humilde, sendo este o destaque de hoje: Xuan Yuan Sword VII. Xuan Yuan Sword VII (doravante XYS7) é um jogo de ação e aventura desenvolvido em conjunto pela DOMO Studio, a SOFTSTAR e a DOMO Production, tendo a versão das consolas (acompanhadas de uma versão PC global) sido lançada inicialmente nos países Orientais em Outubro de 2020. Hoje (30) será o re-lançamento do jogo na antiga, e atual geração, aproveitando o incrível SSD das novas consolas, e aumentando a framerate de forma a termos uma experiência mais estável e consistente. Interpretamos então o jovem Taishi Zhao, acompanhado da sua irmão mais nova, Taishi Xiang. Começamos o jogo com uma tragédia a recair sobre estes dois irmãos, levando a ingressarmos numa jornada épica, com vista a um único objetivo: repor a normalidade na nossa família. Não vou contar detalhes sobre a história visto que iria estragar a surpresa da narrativa. Posso no entanto dizer que esta se mantém consistente ao longo da história (com uma duração modesta de ~15h), sendo simples e concisa, e nunca tentando ser mais do que consegue. Ora, lançamo-nos então à jornada destes dois irmãos, com um mundo aberto completamente explorável, e várias missões secundárias para nos entretermos. O conteúdo do jogo é modesto, oferecendo cerca de 15 missões secundárias, com alguma variedade entre estas. Uma destas missões secundárias inclui ainda um mini-jogo, um derivado do xadrez chamado Zhuolu Chess. No entanto, fiquei um pouco desapontando quando concluí as missões todas e mesmo assim não tinha as personagens no nível mais alto, sendo que o jogo nos obriga a iniciar o New Game + caso queiramos chegar ao nível máximo. Creio que a quantidade incrível de cutscenes interrompe bastante o pacing do jogo, ao ponto de jogarmos 30 segundos e levarmos com uma cutscene de 3 minutos, seguida de 2 minutos de jogabilidade e outra cutscene de 3 minutos, isto nota-se mais ao início, no entanto não desaparece mesmo nas fases finais do jogo. Durante estas cutscenes, e por vezes até na jogabilidade, nota-se a falta de orçamento de Xuan Yuan Sword VII, com as expressões faciais a pecarem em representar o que as personagens dizem. A jogabilidade em si é simples, embora um pouco repetitiva em certas partes. Teremos muito (ênfase no muito) combate, algum platforming e uma mão cheia de puzzles para completarmos ao longo da história. Os puzzles são bastante competentes, não sendo óbvios, mas nunca chegam ao ponto de nos fazer arrancar cabelos. Contudo, podes ainda fazer skip aos puzzles, caso não queiras perder mesmo tempo nenhum. O combate é relativamente simples, temos um ataque leve e um pesado, sendo que podemos adaptar o pesado a uma arte marcial específica, podendo assim ir variando os combos. O jogo é relativamente fácil no que toca ao combate, no entanto, tem alguns problemas no que toca à consistència do mesmo. Isto nota-se principalmente nos bosses, onde passamos do 8 para o 80, literalmente… O problema não está no boss ser difícil, o que torna a luta ridiculamente difícil é que quando a vida dele fica a cerca de 1/5, este consegue matar-nos com apenas um golpe. A viagem é no geral agradável, com certos solavancos pelo caminho que podem requerer uma pausa para nos recompormos (e não é uma pausa ao estilo Soulsborne). Algo que também me faz comichão é a maneira como o jogo se centra quase em torno de um guerra, e no entanto não tem sequer a opção de podermos ver sangue, atenção que chegamos a ver inimigos cortar pescoços portanto o choque visual está lá de qualquer maneira. O jogo foi desenvolvido no Unreal Engine 4, que é conhecido por alguns problemas de pop-in, mas posso confirmar que estes são mínimos em XYS7, permitindo um passeio que nos vai fazer parar ocasionalmente só para apreciar a mãe natureza. Algo que também podes encontrar será screen tearing, mas à semelhança do pop-in, serão poucas as ocasiões. Enquanto percorremos o nosso caminho vamos tendo vistas incríveis e biomas variados. Temos um ciclo de dia e noite, que embora não seja muito frequente, acontece e dá outra vida ao nosso dia-a-dia. Sobrecarregaram um pouco o efeito vignette, o que escurece bastante o ecrã, causando até falta de visibilidade em alguns locais (e não dá para corrigir na luminosidade do jogo). Isto acontece maioritariamente nas grutas, contudo são poucas, o que não prejudica a experiência. Não notei quedas nas frames, tirando alguns ataques mais "espectaculares" dos bosses, e até mesmo aí são mínimos, encontrando-se o jogo excelentemente optimizado neste aspeto. A banda sonora é bastante passiva, nunca intercetando o ritmo de jogo, nem aumentando ou diminuindo de forma irregular. Os tons são suaves, quase que servindo de vento ao nosso passeio, acelerando apenas nos bosses. Encontrei foi uma falta de equalização entre as vozes e o resto do jogo, no sentido que nas definições originais, as vozes estão cerca de 60% mais altas do que tudo o resto. Isto corrige-se facilmente através do menu de áudio, mas ainda assim acho curiosa a escolha das equipas. Xuan Yuan Sword VII chega hoje à PlayStation 4 e Xbox One.

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