Parece que a tendência de seguir a velha máxima “se queres algo bem feito, fá-lo tu mesmo” continua a proliferar e The Bloodline, desenvolvido por Miles Whittaker, o único programador do videojogo em Shieldbearer Studios e publicado por HOOK, não é exceção. Atualmente em Early Access na Steam, The Bloodline destaca-se como um Sandbox Open-World Fantasy Action RPG (ufa!) onde o protagonista és tu em todo o sentido da palavra, não fosse Mount & Blade: Warband a inspiração principal de Miles (mais curiosidades aqui). Será The Bloodline o próximo Cave Story, Stardew Valley ou Undertale?
Dito isso, e sem cerimónias, como único descendente da linhagem Harbinger, alguém com poderes clarividentes, és incumbido de proteger Eudros dos Unforgiven. Deixei de fora alguns detalhes mais ricos e espalhafatosos, mas o enredo de The Bloodline foca-se nisto. Lê “foca-se”, no entanto, com muita leveza pois apesar dos alarmismos sensíveis ao tempo, típicos de qualquer trama fantástica, o jogador dita o ritmo da narrativa com os seus feitos, desde falar com os habitantes do mundo, a recolher demandas secundárias, pescar, cozinhar ou até criar a sua própria aldeia!
Um dos aspetos mais curiosos em The Bloodline é que tudo no videojogo tem um nível de perícia associado, desde saltar a correr, e quanto mais praticares qualquer ação, mais ela desenvolve e evolui, causando aquela comichão inerente a qualquer ser humano de adorar ver números a subir. Se calhar, caso a vida real fosse um videojogo, seria assim que veríamos as nossas estatísticas. Fora de brincadeiras, a jogabilidade diverte e o mais curioso foi perceber que The Bloodline não te prende a uma profissão (class) em específico, sendo possível utilizar magia, espadas, arcos ou até mesmo os próprios punhos sem restrições ou penalizações.
Apesar do seu estado Early Access, The Bloodline tem um nível de exploração incrível, com várias localizações interessantes dentro do contexto da ficção e fantasia, tais como criptas ou fortalezas repletas de inimigos, com um estilo gráfico que estará sujeito ao gosto pessoal de cada um. Porém, sem dúvida que o mais lúdico foi juntar o combate à exploração com o Grappling Hook, uma das ferramentas prontamente disponíveis desde o começo com um nível de utilidade estupidamente versátil. Rapidamente aprendi os seus meandros e em pouco tempo lançava-me pelos céus como os protagonistas de Shingeki no Kyojin.
Quando for altura de procurar por outras pastagens, The Bloodline apresenta-te o mundo visto de cima. Este segundo pedaço da jogabilidade representa a mobilidade da personagem enquanto este avança entre localizações. Vejo a sua inclusão como uma espécie de descanso entre a ação em primeira pessoa, mas sempre achei que fosse entediante, sem grande razão de ser.
Infelizmente, neste momento, por estar em Early Access, The Bloodline não tem o seu enredo desenvolvido até ao final e muitas das demandas secundárias são listas de tarefas por cumprir sem grande pompa ou circunstância. O desempenho, até numa máquina como a minha sofre um pouco e nota-se que algumas funcionalidades ainda estão no seu estado embrionário. Não obstante todas estas indicações, The Bloodline, com mais tempo de cozedura e prosseguindo com o atual estado de desenvolvimento, revelará um RPG com muita liberdade, ação e, acima de tudo, divertidíssimo.
Vale a pena jogar o The Bloodline? Desconsiderando a pergunta retórica e concluindo, por outras palavras, ou seja, em resumo, sim.
Esta foi a oitava bit-nálise, análise tão curta que nem um bit ocupa. Em baixo podes contar com a ficha técnica:
Nome e Preço: The Bloodline – 19.99€ (Early Access)
DLC e Preço: Nada até ao momento.
Desenvolvedor: Shieldbearer Studios
Editora: HOOK
Metacritic: The Bloodline
HowLongToBeat: The Bloodline
Conquistas: Ainda não existe.
Testado numa: Legion 5 15ACH6H – Modelo: 82JU006TP
Agradecimentos: Obrigado à editora pela cedência de uma chave para bit-nálise