Quase 4 anos e mais de 300 prémios ganhos depois, o título mais impressionante da Playstation 4 a nível técnico está de volta, na versão nativa em exclusivo para Playstation 5.
Não é surpresa para absolutamente ninguém que convive com a minha presença, que a franquia The Last of Us tem um cantinho muito especial no meu coração, e é sempre complicado analisar de forma racional uma obra com tanta emoção, como só estas experiências da Naughty Dog me conseguiram proporcionar. Fica o pequeno disclaimer; e a promessa de dar o meu máximo a abster-me desta paixão antiga durante toda esta escrita.
Comecemos pela parte simples e concisa que costuma pairar sobre resoluções das análises, e que te resumo desde já: The Last of Us Part II Remastered vale muito a pena! — Porquê? —, Pergunta o leitor — Será o Igor a usar novamente o coração em vez da cabeça? —, Muito simples: Para quem nunca adquiriu o título, são 49.99€ da melhor qualidade que o mercado já viu. Já para quem adquiriu, poderá voltar a jogar esta obra-prima da Naughty Dog e contar com melhorias de nova geração por apenas 10€. Se isto não chega para te ajudar na decisão, apresento-te as novidades e a minha opinião da versão definitiva de Last of Us Parte II.
Nesta análise, irei focar-me essencialmente nas melhorias e novidades! Se pretendes conhecer mais sobre a história de Last of Us Parte II, aconselho-te a ler a review do meu colega, através desta ligação.
A experiência definitiva para TODOS!
Optimizado para a PS5, The Last of Us Parte II Remastered traz algumas melhorias sobre a obra original, que já era brilhante. O desempenho visual agora entrega uma resolução 4K nativa no modo de fidelidade, ou os famosos 1440p upscaled para 4K no modo de desempenho, e até a opção de taxa de fotogramas desbloqueada para televisões compatíveis.
É complicado melhorar o que é praticamente perfeito no nível técnico, e até hoje custa a acreditar que a Playstation 4 tenha aguentado de forma tão estável com este jogo. Dito isto, conseguirás notar algumas melhorias a nível de resolução textural, qualidade nas sombras, especialmente na draw distance; mas não será nada tão impactante, principalmente se jogado numa Playstation 4 Pro.
Os tempos de carregamento foram melhorados graças ao SSD da consola, e quase não sentirás aquela pequena pausa que muitas vezes quebra o ritmo de fase para fase. Existem loadings, mas são extremamente curtos, resolvidos na maior parte das vezes em 2 ou 3 segundos.
O haptic feedback do comando da tua PS5 trazem uma nova jogabilidade naquilo que é a envolvência com o universo de Last of Us. Agora, todas as armas são sentidas com um detalhe muito único, graças aos gatilhos adaptáveis do Dualsense. Desde ao manejamento do revólver, ao coice agressivo da caçadeira, e até à força da corda quando se atira de arco e flecha, são pormenores muito únicos capaz de te fazer mergulhar numa imersão literalmente palpável enquanto jogas.
Quando digo que este título é para todos, é literalmente para TODOS! Tal como mencionei no Remake da primeira parte da série, também neste segundo título foram adicionadas novas opções de acessibilidade, como audiodescrições e texto em vibrações. The Last of Us Parte II já era um título extremamente convidativo a qualquer tipo de jogador com as suas limitações, e agora fica completamente no pódio com este quesito.
Sem Regresso!
É sabido por todos que o promissor multiplayer online de The Last of Us foi cancelado — com muita pena minha — pela Naughty Dog. Este extra implementado nesta versão, é o mais próximo de um multiplayer que provavelmente iremos presenciar na série.
O modo No Return é um estilo de jogo de sobrevivência roguelike, que te permitirá escolher o teu próprio caminho com encontros aleatorizados. Pensa nisto com um modo arcade, em que somarás pontos de acordo com a maior dificuldade jogada, com multiplicador por vários e determinados factores na tua jogabilidade.
A premissa é simples: Começas com uma personagem (inicialmente tens apenas a Ellie) e irás progredir numa determinada tentativa que não é predefinida, isto é, irás escolher entre diferentes caminhos que determinarão não só o tipo de modo de jogo, como também as recompensas que serão desbloqueadas e os modificadores que poderás encontrar.
Existem vários cenários já conhecidos na série, como Jackson que poderás explorar ao pormenor, e entre cada um desses cenário de combate, irás regressar a um esconderijo onde poderás preparar o teu arsenal, upgrades e compras, antes de cada embate. Existem 4 tipos diferentes de segmentos de jogabilidade: Assalto, que tal como o nome indica, baseia-se apenas em combates sangrentos contra vagas de inimigos. Captura, em que tens de quebrar as defesas dos inimigos para chegar a um cofre bem guardado e repleto de valiosas provisões. Resistência, um modo em que tu e um parceiro controlado por IA se defendem dos infetados que vos atacam de todos os lados. Por fim o modo Caçada, uma prova de resistência e de jogar com o relógio para sobreviver a uma massa inimiga constantemente a receber reforços.
No final de cada tentativa, enfrentarás um de seis encontros de chefes. A tensão adquirida aos poucos é completamente libertada em doses de adrenalina, contra alguns dos inimigos mais memoráveis de The Last of Us Parte II, com vários extras, e até algumas pequenas surpresas que não irei revelar devido aos spoilers.
Não penses nisto como um roguelike muito elaborado. É um modo simples, mas glorificado pela excelente jogabilidade que Last of Us nos entrega. O modo de progressão e desbloqueio de personagens ajuda muito a manter a experiência viva, experiência essa que é muito curta e que eventualmente acabará por cansar, mesmo com uma personalização muito vasta, modificadores criativos e desafios originais.
Conteúdo inexplorado e muita guitarra
A experiência de conseguir explorar algumas fases perdidas de versões de fase inicial de desenvolvimento do jogo, comentadas pelo director e restante equipa, é das visões mais substancialmente deliciosas que experienciei em videojogos. O cuidado no detalhe, e a forma de nos mostrarem o jogo no seu formato cru, com erros, bugs e exageradamente precoce, fez-me pensar no trabalho louco que é produzir um videojogo.
Níveis perdidos, como é chamado, entrega-nos três novas fases inéditas que iriam inicialmente estar presentes no jogo. A festa em Jackson, a minha fase favorita deste conteúdo cortado do produto final, fez muito sentido na minha cabeça, e mesmo com as explicações de Neil Druckmann, custa-me a acreditar não terem implementado momentos tão únicos que nos fazem muito rapidamente apegar àquele pequeno espaço de conforto no universo tão cruel desde a assolação do Cordyceps.
Para os amantes das guitarradas, o modo tão requisitado tem agora destaque. Sim, poderás tocar guitarra em modo livre, e até com alguns novos extras, e até instrumentos. Mal posso esperar para ver o que os fãs nos têm para entregar nas primeiras semanas do lançamento do título, não só a nível de musicalidade, como nos modos de fotografia, também esses melhorados de uma maneira mais vasta.
De fã para fã, dedico esta análise ao Telmo Couto.
Agradecemos à Playstation Portugal por nos ter cedido uma chave na plataforma Playstation 5 para análise.