Visto como uma amálgama de mecânicas inovadoras, visuais cativantes e escolhas frustrantes de design, The Legend of Legacy HD Remastered é um remasterização de um título interessante, mas imperfeito, não obstante a conceção original ser desenvolvida por uma estrelato com experiência em várias franquias como Final Fantasy, Chrono Trigger e SaGa. Contudo, o melhor que pode ser descrito é este Legend of Legacy fugir (finalmente) da Nintendo 3DS, e só por isso merece interesse genuíno pelos fãs.
Apesar disto, mesmo incluindo Masato Kato, The Legend of Legacy HD Remastered não cumpre com as expectativas, distribuindo um enredo subdesenvolvido e fraco, este apoiando-se em personagens arquetípicas com arcos narrativos previsíveis; expondo-se por via de conversas enigmáticas e artefactos dispersos pelo jogo. Infelizmente, isto resulta num todo desarticulado e desconexo, representando uma oportunidade perdida tendo em conta o elenco de personagens disponíveis para fazer avançar a história.
No entanto, onde o enredo não impressiona, o departamento audiovisual de The Legend of Legacy HD Remastered compensa fantasticamente. A apresentação visual, para fãs, relembra quase instantaneamente a estética encantadora de Bravely Default com as imagens de fundo quase aguarelas e modelos chibi. Mais do que isso é o aspeto charmoso de um pop-up book por cada passo dado durante a aventura fora das cidades.
Complementando este visual pitoresco apresenta-se a banda sonora composta por Masashi Hamauzu, conhecido pelo seu trabalho em Final Fantasy XIII e tantos outros. As várias melodias de carácter etéreo mesclam-se lindamente, com uma transição sem perturbações entre exploração tranquila e combate intenso. Contudo, apesar da alta qualidade apresentada, senti a banda sonora um algo repetitiva com pouca variedade já a meio da demanda principal.
Onde The Legend of Legacy HD Remastered verdadeiramente brilha é nas suas mecânicas de jogabilidade, um desvio do encontrado tradicionalmente em RPGs japoneses, e como aborda a fórmula clássica de dungeon-crawling. De fora ficam os pontos de experiência, e no seu lugar ocupa um sistema onde as personagens crescem em vários níveis conforme o seu comportamento em batalha; algo que fãs de SaGa estão habituados. Isto adiciona uma camada de profundidade muito bem-vinda ao combate, recompensando estratégia e experimentação.
Contudo, este brilhantismo em design também introduz dois problemas, nomeadamente equilíbrio e ritmo. Apesar de ser divertido experimentar e formular estratégias, existe uma forte dependência em grindar imenso para progredir por situações mais difíceis, e graças a uma estética bonita, mas repleta de mesmice e um bestiário limitado, assim como uma curva íngreme de aprendizagem está uma receita confusa e convoluta para o desastre.
Ainda assim, não obstante as queixas acima, este The Legend of Legacy HD Remastered fará as delícias de exploradores mais pacientes e perseverantes. Canalizar o cartógrafo escondido dentro do coração e, lentamente, traçar os mapas a 100%, descobrir os seus segredos e progressivamente otimizar a equipa de três personagens (podem ser substituídos por outros na cidade) faz parte de um ciclo de jogabilidade satisfatório, onde dita perseverança recompensará exploração com pequenas doses de dopamina.
Com HD Remastered no título esperam-se melhorias e diferenças comparado com o original. Na PlayStation 5, The Legend of Legacy, joga-se com uma resolução quase crocante em 4K, qualidade de texturas superior, uma taxa de fotogramas mais estável e outras alterações QOL (Quality of Life) como um Guidebook acessível a qualquer altura para explicar mecânicas, e um botão para aumentar, diminuir ou esconder o mapa; o expectável, portanto.
