Se há jogo que marcou toda a geração da Nintendo, certamente esse seria a dupla de The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Tears of the Kingdom. Ambos estes jogos marcaram a nova transformação da franquia de The Legend of Zelda, introduzindo o conceito de mundo aberto, servindo-nos com a liberdade de exploração e uma quantidade de conteúdo suficiente para nos prender no reino de Hyrule durante centenas de horas.

Contudo, mesmo com o milagre da otimização, era notável a quebra de alguns frames em determinados locais ou, no caso de Tears of the Kingdom, durante a construção das nossas criações. Acoplando a isto, os tempos de carregamento de jogo, ainda que aceitáveis, não foram os melhores.

Com a entrada da nova geração Nintendo Switch 2, a Nintendo aproveitou para dar nova vida a estes jogos, introduzindo um pack de melhoria, que promete melhorias ao nível da performance gráfica, como também uma nova App que traz algumas ferramentas essenciais para os jogadores.

Vamos então conhecer estas novidades?

Nota: Neste artigo, não vou falar-te da história dos jogos, nem das mecânicas dos mesmos, focando-me apenas nas novidades exclusivas deste pack de melhorias.

Gráficos e performance

Bem, no primeiro instante que iniciei ambos os jogos, a diferença é de noite para o dia. Estamos agora a falar de um desempenho de excelência, com 60 frames por segundo e uma resolução mínima de 1080p (em portátil) e de 4K (em modo Dock), com a possibilidade de aplicar ainda o HDR.

É uma D-E-L-Í-C-I-A poder reviver estas aventuras com estes detalhes e sem as quebras que dantes possuíam. Em destaque, em Tears of the Kingdom, as criações deixaram de causar as ditas quebras abruptas de frames, sendo toda a experiência de construção fluida e agradável.

Já nos tempos de carregamento de jogo, estes estão agora mais rápidos! Em poucos segundos, conseguimos entrar no mundo de Hyrule e continuar a nossa aventura. No teletransporte, a situação é idêntica, observando grande redução dos tempos de carregamento quando comparado com o jogo original.

Estes valores poderão variar dependendo se estás a jogar o jogo no cartucho fisico, ou totalmente em suporte digital. Se quiseres ver com extremo detalhe os tempos de carregamento, podes ver este vídeo, que te mostra os vários tempos, dependendo da consola e do formato de jogo.

No entanto, no que pude observar, a “draw distance” ainda permanece inalterável, sendo que alguns elementos gráficos, como pedras, NPCS, etc., são ocultados a uma distância que posso considerar curta. Provavelmente, este não pôde ser melhorado, pois poderia sacrificar alguma da performance, introduzindo novamente as infames quebras de frames.

Apesar disto, a experiência continuou a ser bastante positiva.

A nova App

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Em conjunto com estas melhorias, foram incluídas algumas ferramentas para nos ajudar na nossa aventura.

Estas encontram-se dentro da App Nintendo Switch App, que está disponível para Smartphones e Tablets. Para as ativares, basta no ecrã de início ativar a conexão entre a App e o jogo.

Vou abordar cada uma destas ferramentas, dando a minha opinião pessoal sobre a sua utilidade:

Nota: Para efeitos de melhor leitura deste artigo, as seguintes imagens foram capturadas da versão tablet da App.

Memórias

Com a ferramenta de guia, podemos ter pedaços de informação adicional acerca de alguns locais, narrados pela Zelda. Quando nos aproximamos de um ponto de interesse, a ferramenta indica-nos a proximidade com que estamos do mesmo com um sinal sonoro, que se intensifica à medida que nos aproximamos.

Ao chegarmos, automaticamente temos a Zelda a narrar informações sobre o local em que nos encontramos. Contudo, mesmo tendo presente o idioma de jogo em português do Brasil, ainda não possuímos uma dobragem de Zelda para essa língua, sendo que a narração ainda é feita por Patricia Summersett, com a legenda em português apresentada no nosso dispositivo.

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No total, existem 125 registos de memórias em Breath of the Wild e 150 em Tears of the Kingdom. Estes, uma vez descobertos, podem ser consultados e ouvidos sempre que queiramos.

Ainda que não seja, propriamente, uma ferramenta essencial para a progressão da história, esta introduz mais informação sobre o reino de Hyrule e algumas das personagens, enriquecendo o Lore destes títulos. Se és daqueles que gosta de completar tudo, esta é mais uma desculpa para voltares a pegar nestes jogos.

Guia de Navegação

A navegação é a ferramenta essencial e mais crucial para que consigamos encontrar o que precisamos nos jogos. Seja um Santuário, um Korok, uma localidade ou até mesmo missões, é possível usar um assistente de voz que nos guiará até ao destino que pretendemos. 

Esta voz, não sendo a de Zelda, já é narrada no português do Brasil, sendo bem-vinda para aqueles que possuem, ainda, dificuldade em entender o inglês. Reforço, também, que estas falas podem ser alteradas para outras línguas, como o inglês, francês, espanhol, entre várias.

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De forma a nos organizarmos, temos a possibilidade de aplicar uma série de filtros, dependendo daquilo que estamos a procurar, bem como ocultar objetos já descobertos. Caso não te importes com spoilers, podes ativar, também, a exibição de categorias ainda não descobertas e os nomes dos terrenos e lugares que ainda não tenhas visitado.

Não querendo menosprezar esta ferramenta, eu pouco consegui aproveitar a sua utilidade, dado ser um autêntico desastre a perceber direções. Mas isto sou eu! Só preferia que esta ferramenta tivesse uma opção de desenhar um caminho ou ser acompanhado por uma fada, como a Navi.

Em suma, esta não deixa de ser uma ferramenta útil para encontrarmos aqueles últimos segredos escondidos no jogo.

Estatísticas

No que toca a dados de jogo, temos duas ferramentas, que no fundo, agem como consulta de dados das nossas aventuras.

Nas “minhas estatísticas”, podemos ter acesso ao tempo de jogo, bem como o número de inimigos derrotados, Rupias obtidas, Armas, etc. Além disto, também temos as medalhas, que agem como os “achievements” quando conseguimos realizar determinados objetivos.

Estas medalhas podem ser posteriormente utilizadas no modo de Editor de Fotos, que vou abordar mais à frente.

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Logo de seguida, temos as “Estatísticas Globais”, que envolve a confrontação desses e outros dados com o resto da comunidade, dando-te uma noção das tendências desta e observares se te encontras dentro dos parâmetros “normais”.

Bónus diário

O Bonus diário funciona como uma espécie de buff que ajuda na tua aventura. Infelizmente, este não é escolhido a dedo, mas sim através de uma roleta, sendo totalmente aleatória.

Vigo extra, Corações extra e Refeição Defensora são algumas das opções que te poderão calhar, podendo estas ser ativadas a partir do próprio jogo, no separador Itens Importantes.

Porém, estes bónus, como o próprio nome indica, são apenas concedidos uma vez por dia. Sendo que, para obtermos novos bónus, teremos que esperar pelo próximo dia, a partir da 1:00 da manhã.

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Ainda que possivelmente útil num caso específico, o facto de não conseguir saber o que me vai calhar limita um pouco o planeamento estratégico que poderia fazer. No entanto, um bónus é sempre um bónus!

Amiibo

Talvez a menos útil de todas, aqui podemos ver todos os amiibos que já utilizamos no jogo, permitindo consultar o número de vezes utilizado. Ao scanear o mesmo amiibo cinco vezes, recebemos automaticamente uma utilização extra.

Isto faz-me lembrar muito aqueles cartões de consumidor que, ao fim de nove refeições, a décima é gratuita. Pessoalmente, acho pouco relevante esta funcionalidade, pois deveríamos ter outros bónus que justifiquem mais a utilização dos amiibos.

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Editor de fotos

Esta é a ferramenta dos amantes do modo de fotografia em The Legend of Zelda.

Neste modo, podes editar algumas das fotos que tiraste nos jogos, e aplicar-lhes alguns elementos visuais. Logotipos, Ícones e Molduras são os principais destaques aqui, além de que tens logo a possibilidade de recortar a foto para ficar com as normas de rácio de algumas das redes sociais, como o Facebook e Instagram.

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Contudo, existem grandes limitações no que toca à colocação dos objectos. Estes apenas podem ser colocados em locais fixos, dentro de uma grelha pré-definida ou, para alguns, simplesmente no centro. Isto é mau, caso queiramos desviar um pouco um logotipo que esteja a tapar parcialmente alguma personagem ou objeto da nossa foto.

Caixa de Itens

Esta ferramenta é bastante interessante, pois permite que tu possas transferir itens de um jogo para outro. Além disto, esta dá-te a opção de criares uma caixa de itens conjunta, onde podes convidar outras pessoas para que tenham acesso conjunto, criando um QR code para o efeito.

Caso tenhas receio que esse Código QR vá parar às mãos erradas e te seja roubado, podes criar uma senha de proteção, para impedir que outros acedam indevidamente aos teus itens.

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No entanto, há algumas coisas a ter em conta.

Por exemplo, só é permitido colocar até 10 itens por dia, tendo que aguardar um dia para voltar a colocar novos itens. Além disto, se tentares transferir um item que só exista naquele jogo para outro, este é convertido em Rupias ou, então, convertido em itens equivalentes.

Criações (Exclusivo para Tears of the Kingdom)

Por fim, temos a ferramenta essencial para os engenhocas de The Legend of Zelda. Tears of the Kingdom. Esta permite-te partilhar as esquemáticas das tuas criações favoritas com outros jogadores, gerando um Código QR que pode ser partilhado com outros jogadores.

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Estes códigos QR podem, até mesmo, ser incluídos na ferramenta “edições de fotos” para dar um alto destaque, mostrando a fotografia da criação em exibição ou até mesmo em ação.

Contudo, penso que poderia existir uma secção global de submissões por parte da comunidade. Algo semelhante a Super Mario Maker, onde poderíamos ver as criações mais votadas e elogiadas.

Não obstante, esta não deixa de ser uma das ferramentas mais importantes desta App.

Conclusão

Com um preço de 9,99€ (por jogo), é difícil não deixar de aconselhar estes packs de melhorias. Só pela performance e a resolução 4K, este valor é facilmente justificável.

Além disso, se és um possuidor de uma assinatura de Nintendo Switch Online + Pack de expansão, então estes packs estão já à tua disposição de forma gratuita (enquanto tiveres a assinatura ativa).

Se ainda nunca tiveste a oportunidade de jogar um destes jogos, a Nintendo também tem disponível as versões Nintendo Switch 2 Edition em formato fisico, para que possas, de imediato, entrar na aventura com todas as melhorias (deixo a nota que, no entanto, estas edições não incluem os DLCs pagos).

O que há mais a discutir aqui? Se és amante da franquia, este upgrade é, provavelmente, uma das razões de teres (ou quereres ter) uma Nintendo Switch 2!

Bruno Dores
Um fanático por Nintendo, de nome "Nintendista", que procura mostrar ao mundo o lado mágico da empresa que o acompanhou durante toda a vida.