Está fechada a discussão de quem deve ganhar o Óscar de Melhor Ator em 2023. Brendan Fraser tem que levar o prémio, ou será o maior roubo de sempre.

Porquê começar esta análise assim? Porque Brendan Fraser regressa como ator no papel da sua vida e num dos papéis mais fortes e importantes da história do cinema. Fraser interpreta “Charlie”, um professor universitário de uma Universidade online. Percebemos no início do filme que Charlie é uma pessoa sentimental, que ensina literatura e que por alguma razão, está a dar as aulas com a webcam desligada quando toda a sua turma assiste à sua palestra com a câmara ligada. Na cena seguinte apercebemo-nos que Charlie sofre de obesidade mórbida e talvez não queira mostrar o seu físico aos alunos… E tudo isto, caros leitores e leitoras, é a parte mais simples e menos emotiva do filme, a partir daqui entra-se numa apertada espiral de sentimentos que me deixou de queixo caído e sem falar durante largos minutos depois de acabar de ver o filme.

A verdade é que Charlie tem uma razão muito forte para ter chegado ao grave estado de saúde a que chegou, e a direção de Darren Aronofsky (Mother, Requiem for a Dream, Black Swan) neste espetacular argumento de Samuel D. Hunter é de uma mestria estupenda. A ação que aqui nos é apresentada é totalmente passada dentro do apartamento de Charlie durante uma semana recheada de fortes acontecimentos.

A grande linha condutora deste argumento é a da tentativa de Charlie reatar a relação com a sua filha Ellie (Sadie Sink). Uma relação que foi interrompida uns anos antes, quando Charlie abandonou a casa onde vivia com a filha e com a ex-mulher Mary (Samantha Morton). 

As atuações de Samantha e Sadie são também elas parte integrante na razão para este filme ser um dos melhores do ano e da década na minha opinião, Sadie Sink (Stranger Things) interpreta uma personagem que até me deixou com alguns nervos por ser tão mesquinha, intersseira mas a realidade é que parece ter sido exatamente o que foi escrito para ela, visto que tudo era uma forma de proteção por tudo o que esta criança já tinha passado até ao momento da ação. No fim do filme, vemos Ellie a contracenar com Charlie numa cena de beleza infindável onde vemos a máscara cair à criança que ali se transforma em algo completamente diferente, é aí que vemos a atriz resplandescente que Sadie Sink já é, apesar de ainda só ter 20 anos.

Com tantas interpretações gigantes, ainda há espaço para vos falar de mais uma que me despertou particular interesse, que me fez sentir como a personagem se sentiu… Liz interpretada por Hong Chau, é de uma profundidade emocional gigante e a atriz consegue criar um arco de emoções capaz de levar qualquer ser-humano à loucura, que trabalho estupendo!

É-me impossível dizer algo de mal deste filme apesar de saber que uma crítica (ou review) deve sempre considerar dois pontos, positivo e negativo mas com este não dá mesmo e não vou inventar. Este filme é um murro no estômago, um alerta em muitos níveis, da saúde mental à física e à segurança familiar, uma história incrível e uma demonstração de amor estratosférica. É mais um marco na história do cinema criado por Aronofsky e é o regresso absoluto de um magnífico ator cuja vida e carreira lhe foram tiradas como de que um tapete por debaixo dos pés mas das quais ele sempre tentou recuperar e agora colhe os frutos desses tempos penosos. Bem-vindo de volta Brendan, fica por muitos anos!

CONCLUSÃO
Uma obra-prima!
10
Redação
Veterano nestas andanças, acompanhou de perto a guerra entre a SEGA e Nintendo, e sonha um dia com o regresso da estrela cadente Ristar.
the-whale-analiseÉ mais um marco na história do cinema criado por Aronofsky e é o regresso absoluto de um magnífico ator cuja vida e carreira lhe foram tiradas como de que um tapete por debaixo dos pés mas das quais ele sempre tentou recuperar e agora colhe os frutos desses tempos penosos. Bem-vindo de volta Brenda, fica por muitos anos!