Seguindo a minha exploração pelos mundos virtuais dos Oculus Quest, deparei-me com um videojogo chamado The Wizards. Este prometia uma experiência mágica, na pele de um feiticeiro, em busca da paz, num mundo dominado por Orcs. Então, feito estrangeiro curioso, decidi pegar nele e ver realmente do que se tratava.

Desenvolvido pelo Carbon Studio, The Wizards é um Port das versões PC VR e PlayStation VR, que já foram lançadas em 2018, e que chegou agora aos Oculus Quest.

(Trailer da versão Oculus Rift)

[irp]

História

No que toca à história, esta deixou um pouco a desejar, sendo muito directa e sem qualquer Twist pelo meio. Tudo bem que queiram criar um videojogo sobre feiticeiros, mas  pelo menos foquem-se numa história mais rica e extensa.

Contudo, a voz narrativa neste videojogo, executada por Jason Marnocha, é algo que não me deixa sozinho neste mundo. Desde informações úteis a pequenas piadas de humor, esta foi uma agradável interacção.

Press Image (PC VR)

No que toca à longevidade, dei por terminada a campanha em 3-4 horas, o que foi algo que me decepcionou. Mas não estou triste directamente pelo número de horas, mas sim pelo conteúdo jogado dentro desse período. Com uma dúzia de níveis, estes foram pouco a pouco deixando-me com água na boca, mas de repente, tudo termina! Raios, queria mesmo ver mais conteúdo aqui!

Os Feitiços

Se houve algo que se destacou tanto como uma lua cheia numa noite estrelada foi a experiência de executar os feitiços. Um a um, seis feitiços são ensinados, de forma a que não te confundas logo no início do jogo. Isto foi algo extremamente inteligente por parte dos desenvolvedores.

Cada feitiço tem uma maneira especifica de ser invocado, pelo que utilizando os Touch Controllers, é necessário fazer determinados gestos para os invocar, algo super fixe! Desde simples bolas de fogo, a raios eléctricos e escudos ao estilo de Doctor Strange, estes permitem um nível de imersão excelente na experiência de jogo!

Press Image (PC VR)

[irp]

Alguns destes feitiços exigem alguma pontaria, e de modo a servir de ajuda, a maneira com que estes chegam ao teu inimigo é olhando na direcção dos mesmos, onde uma espécie de mira se fixa nele. Isto é bastante útil, porém é preciso alguma prática.

É ainda possível fazer upgrades a cada feitiço, numa espécie de sistema de Skill Tree, e gastando pontos colectados ao longo da campanha. Desta forma, os feitiços ficam mais abusados do que já são, e facilmente percebes isso no momento que espetares com um deles na cara de um inimigo.

Conteúdo e valor de re-jogabilidade

No que toca aos poucos níveis existentes no videojogo, quero dizer que estes estão bem construídos. Cada capitulo está dividido em níveis, onde no fim de cada um, está um Boss à tua espera. Sem dar muitos spoilers, estes estão minimamente bem trabalhados, o que nos obriga a pensar um pouco como os derrotar.

Contudo, em termos de variedade, para o número de capítulos, a mesma está um pouco fraca. Consigo mesmo contar pelos dedos o número de inimigos presentes no videojogo, sendo que alguns têm variações mas nada que impressione.

Press Image (PC VR)

[irp]

No que toca à re-jogabilidade, The Wizards promete dar algumas razões para voltares a jogar os níveis. Com um sistema de Fate Cards, podes manipular algumas coisas no jogo, como por exemplo, a vida dos inimigos, alterando o nível de dificuldade.

Então, e para além da campanha, existe alguma outra coisa para se fazer? Infelizmente a resposta é não. Apesar de existir um modo Arena nas outras versões, neste Port o mesmo ficou excluído. É uma grande pena, porque este era um modo sem fim em que podia testar as minha técnicas de feiticeiro. Até que venha um update que traga este modo, isto é um grande ponto negativo na minha análise.

Os controlos

Bem, se já conheces VR o tempo suficiente sabes que existem dois tipos de movimento, via analógico e tele-transporte. The Wizards felizmente dá-te acesso aos dois métodos sempre que quiseres.

Contudo, em certas áreas, terás que usar o tele-transporte para poderes subir e descer plataformas. Sendo sincero, até acho a coisa mais conveniente de sempre, mas não é só por causa das plataformas. Em batalhas, o tele-transporte será a tua melhor ferramenta de evasão, onde no caso de estares cercado de inimigos, um rápido apontar para longe  garante a fuga perfeita.

Apresentação e Banda-Sonora

The Wizards, ao ser adaptado para o processador mobile, encapsulado nos Oculus Quest, teve compromissos ao nível gráfico. Contudo, não esperava ver algo tão agressivo.

Muitos dos efeitos, texturas e modelos sofreram um downgrade substancial, o que comprometeu a apresentação do videojogo, bem como a sua experiência. Apesar disto, alguns locais até não estão assim tão maus, mantendo um aspecto minimamente realista.

Chegando à banda sonora, esta está bem introduzida, apresentando temas meio medievais, algo mais ou menos presente em The Wizards. Se pudesse dar uma sugestão aos developers, seria a implementação de mais uma ou duas variantes de música de batalha. Não que a já presente seja enjoativa, claro.

Disponibilidade

The Wizards está já disponível nas plataformas PC VR, PlayStation VR e agora nos Oculus Quest.

Por fim, uma expansão stadalone está a caminho, chamada The Wizards – Dark Times, que tem lugar numa nova era e com mais conteúdo, que chegará em 2020. Apesar de ainda não estar confirmado, expresso a minha vontade em querer continuar a aventura, como um feiticeiro no mundo da Realidade Virtual. Fica então o trailer, revelado na E3 2019:

[irp]

CONCLUSÃO
Ok
6.5
Bruno Dores
Um fanático por Nintendo, de nome "Nintendista", que procura mostrar ao mundo o lado mágico da empresa que o acompanhou durante toda a vida.
the-wizards-oculus-quest-analiseThe Wizards aproveitou o sucesso das outras plataformas e fazer um Port para os Oculus Quest, procurando levar o videojogo a mais pessoas. Contudo, apesar das excelentes técnicas de execução de feitiços e da sua narrativa, a versão disponibilizada neste Port peca muito, comparado com as outras, não só pelos gráficos mas também pelo conteúdo.