Conheci Banner Saga em 2015, e imediatamente entrou no panteão das grandes obras jogáveis da minha vida. É um jogo que ainda hoje consegue dar imenso prazer a quem o experiencia pela primeira vez, já que é um daqueles títulos que sabe fazer tantas coisas bem ao mesmo tempo.

A Squared Potato foi convidada graças à Xbox Portugal, a experimentar Towerborne, o mais recente título early access da Stoic; a mesma desenvolvedora de Banner Saga. A brincar com as 4 classes disponíveis, e já algumas horas investidas, estas são as minhas primeiras impressões deste Action-RPG promissor.

Towerborne é um jogo com elementos mistos. Trata-se de um RPG de acção com um enorme foco em beat ’em up, já que o combate é o pilar de toda a jogabilidade. Nós controlamos um Ace, um ser supostamente renascido do reino dos espíritos com todas as habilidades e determinação necessárias para proteger as pessoas de invasores. A humanidade encontra-se em ruínas, e um local descoberto logo na primeira hora de jogo, volta a dar esperança e trazer o sentido de viver da população, num género de última esperança da espécie. Este Ace pode ser completamente personalizado no seu visual, bem naquele estilo visual e colorido que a trilogia Banner Saga nos habituou.

E se o grande ponto forte e foco do jogo é o combate, de combate falaremos: Os Aces nascem com o chamamento de garra, portanto, são seres com poderes e habilidades especiais. O personagem tem movimentos extremamente suaves e responsivos (isto jogado no PC), com ataques leves, ataques pesados, dodge, parry, habilidades especiais de classe e de armas, e o umbra, o fiel companheiro que ajudará com os ataques das magias. Do que joguei até agora, as classes estão extremamente bem equilibradas e é possível fazer builds com grandes potenciais, e o melhor disto tudo, é que podes redefinir os pontos e criares uma nova, sem qualquer tipo de penalização.

Das 4 classes que mencionei, existem a Sentinel, que foca mais no combate versátil e equilibrado; bom para o parry. O Pyroclast, que é essencialmente a classe das armas longas e pesadas e com passivo de fogo, usando uma moca. O Rockbreaker, que te transformam as mãos num power strike à Mike Tyson, com um misto de socos poderosos e rápidos, e o Shadowstriker, lâminas de duas mãos com foco no combate de “ataque, esquiva e foge”. Podemos apriomorar estas classes de forma a obter novos equipamentos e outros perks, sem necessitar de abdicar das restantes. Isto dá uma sensação de frescura no estilo, e é revigorante saber que o tempo investido nunca é em vão. Cada classe tem o seu progresso e características, com habilidades e que podem e devem ser melhoradas conforme o teu Ace progride, dando margem para evoluires tudo a teu tempo e disposição.

Logo após o tutorial, tenho a certeza que conseguirás dominar já os combos mais básicos, tal é a simplicidade do título. Existe uma variedade de combos para fazer, desde os ataques leves com pesados, ou parry com contra-ataque, entre outros mais complexos, mas que também geram mais benefícios no que diz questão ao dano causado.

Tudo em Towerborne funciona num HUB muito vivo e com outros jogadores online, bem ao estilo de MMO’s. É aqui que recebemos missões, quer seja principais ou secundárias, e após as completarmos, recebemos o tão desejado loot, que pode consistir em pedaços de armadura para o teu personagem, como elmos, peitoral, botas; essas coisas características ao género de RPG de acção. Também é nesse HUB que podes adquirir mercadoria. Infelizmente, não existe qualquer sistema de crafting para as armas e armaduras, um ponto negativo a apontar. Será aqui também, que aprenderás mais sobre a lore do jogo — que na verdade —, ainda tem muito a melhorar, mas conhecendo a criatividade da Stoic como conheço, tenho a certeza que isso não será nenhum problema no lançamento do título.

O seu visual é de fazer cair o queixo. Este misto de cell-shading 3D com uma espécie de pintura ambulante é um deleite para os olhos. As suas cores sempre muito vibrantes como é característico da Stoic, com animações suaves, complementam-se com o visual das personagens que é simplesmente divinal, desde os npc’s aos inimigos. Já o sistema de exploração do jogo parece ficar um pouco de lado no capricho gráfico. Mesmo percebendo o conceito, não sei se o mapa hexagonal será a melhor abordagem aqui. Basicamente, são hexágonos a representar as áreas que podem ser exploradas, e é lá que as missões se desenrolam. O conceito seria engraçado se não fôssemos constantemente aos mesmos hexágonos, vezes e vezes sem conta; e confesso que já estava um pouco enfadado daquela navegação em locais específicos.

O jogo tem um sistema cooperativo que parece interessante. Infelizmente não tive a oportunidade de o testar como queria, mas imediatamente consegui perceber o seu enorme potencial. Há níveis realmente desafiadores, e conseguir colmatar essa dificuldade com um parceiro auxília imenso e torna a experiência mais gratificante, principalmente com a combinação adoptada de estratégias e habilidades de cada um.

No geral, Towerborne é um jogo com imenso potencial. O seu early access dará tempo à Stoic para aprimorar o título, numa nova propriedade que apesar de visualmente ser idêntica às suas restantes obras, é de facto uma nova proposta no seu estilo. Será um jogo que vou jogando e acompanhando, quer seja a solo ou em modo cooperativo.

Um especial agradecimento à Xbox Portugal por nos ter fornecido uma chave do jogo para análise no PC (Steam).

Igor Gonçalves
Curioso, explorador, e fã de videojogos desde que me lembro, e em especial pela saga Metal Gear. Não jogo plataformas, jogo jogos.