Não estava à espera que um dos títulos que marcasse o meu regresso à master race fosse um dos melhores FPS do ano, mas felizmente, cá estamos.

Turbo Overkill, desenvolvido pela Trigger Happy Interactive e publicado pela Apogee Entertainment (grandes títulos ultimamente, recomendo verem os restantes, inclusive um deles tem análise prevista no nosso site em breve), traz consigo todas as mecânicas e características que caracterizaram os melhores FPS da indústria. Utilizando os pioneiros como inspiração e um ano de Early Access para absorver feedback da comunidade, a Trigger Happy culmina o desenvolvimento com um produto que merece todos elogios que tem recebido.

História

Assumimos o papel de Johnny Turbo, um ciborgue (metade metal, metade humano), que assim se tornou devido a um encontro com um caçador de recompensas. Ora, como a vida dá voltas, Johnny dedica-se também à vida de bounty hunting depois desse incidente. Em conjunto com S.A.M.M., a nossa companhia em formato inteligência artificial, deparamo-nos com Syn, também uma inteligência artificial, mas que se desviou dos objetivos, deixando-se corromper, e ao mesmo tempo, infetou a população, obrigando-os a cumprir as suas ordens.

A história de Turbo Overkill utiliza muito humor para passar mensagens subliminares, tanto face ao protagonista, como às expetativas futuras para a humanidade, e este humor suaviza bastante a violência que encontramos, mantendo ao mesmo tempo frescura no ambiente. Creio que a história se prolonga para lá da estadia desejada. Não me interpretem mal pois não é por não querer jogar mais, simplesmente a narrativa dá por si a esticar até onde consegue, e isso por vezes acaba por cortar um pouco de ritmo não só ao desenvolvimento narrativo mas também à nossa sensação de progressão.

Jogabilidade

Seja no combate ou na transversalidade, Turbo Overkill brilha, e até ofusca.

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A movimentação é super reativa, quer estejamos a deslizar pelo chão para cortar corpos ou a fazer parkour. Claro que vão existir momentos em que dada a velocidade (que é incrível), vamos dar por nós a cair ou falhar um salto durante uma secção de parkour, é perfeitamente normal e faz parte da ação acelerada. Apenas depende de nós sabermos recuperar destas quedas, pois Turbo Overkill oferece a solução através do domínio da navegação, seja com um duplo salto ou um dodge a meio do ar, a recuperação é sempre possível.

À medida que vamos progredindo, encontramos armas novas, vindo estas em todas as formas e tamanhos, portanto, seja com uma caçadeira ou duas metralhadoras na mão, posso garantir que não faltarão oportunidades de as colocarmos à prova. Para além do nosso arsenal, conseguimos acionar o Hero Time, mecânica similar ao famoso bullet time, podendo ser usado tanto em combate como no parkour.

Eventualmente encontramos bosses, sendo estes visualmente distinguíveis dos típicos mobs, mas distinguem-se apenas visualmente, o que significa que caem tal como todos os outros, cheios de balas. Ao derrotarmos os bosses recebemos augments para melhorarmos as nossas capacidades, acrescentando assim diversidade à jogabilidade. Claro que não são só os bosses que trazem recompensas, pois cada vez que matamos um inimigos recebemos dinheiro, podendo nós melhorar as armas e também desbloquear habilidades.

Dado que Johnny possui uma motosserra na perna, como já referi, ao deslizarmos pelo chão conseguimos cortar corpos com relativa facilidade, sendo que podemos, ao mesmo tempo, estar a disparar para outro inimigo, algo que ajuda na limpeza das salas. Os níveis foram desenhados tendo em conta tanto o deslizamento como o parkour aéreo, o que acrescenta uma camada vertical, algo que pode ser considerado bom e mau. Com a perspetiva vertical conseguimos acumular mais conteúdo em menos espaço, o problema vem da necessidade, em alguns níveis, de voltarmos atrás, o que nos leva a subir e descer rampas e escadas repetidamente, criando alguma entropia na sensação de progressão.

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Audiovisual

Assim que entrei no mundo de Turbo Overkill dei por mim transportado para um mundo vibrante mas ao mesmo tempo, desolado. Quase à semelhança de Blade Runner, não faltarão arranha céus e neons para rechearem o ecrã de cores, com as ruas a contrastarem este espectáculo visual através dos prédios decaídos.

Embora encontremos visuais em 16-bit, os efeitos e as reflexões acrescentam uma camada imersiva que não só preenche a experiência, como também acumula peso nos requisitos do jogo. Felizmente, com a minha máquina consegui uma resolução nativa em 4K com 60 fps fixos, embora tenha preferido jogar em 1440p onde facilmente chegamos aos 165hz (ou mais).

Build

  • RTX 4060 Ti 16GB
  • i7 11700k
  • 32GB RAM
  • NVME SN850

A acompanhar toda a ação fulminante encontramos uma banda sonora que não nos deixa perder o ímpeto, carregando adrenalina em tons electrónicos para nos motiva a obliterar tudo o que encontramos. Ao mesmo tempo que a banda sonora nos “empurra” de forma positiva, também nos tenta empurrar de forma negativa, ou seja, está sempre a tocar. Sempre. O ideal seria apenas tocar quando encontrássemos inimigos, ao invés, cria um efeito pavloviano reverso.

Breviário

Turbo Overkill traz um aglomerado das melhores características dos first-person shooters que mais influenciaram a indústria, convertendo-os numa experiência simples, mas composta. Os meus parabéns à Trigger Happy pelo bastante provável melhor FPS do ano.

Agradecemos à StridePR por nos ceder uma chave para análise.

CONCLUSÃO
Alucinante
9.4
turbo-overkill-analiseNão restam dúvidas quanto à qualidade de Turbo Overkill. Após um ano a amadurecer em Early Access, chega-nos uma versão 1.0 rápida, polida e completa. Um triunfo para a Trigger Happy e para a indústria.