Esta nova série da Netflix está a dar que falar por todos os meios sociais, e por bom motivo! Adaptado da BD de Gerard Way (vocalista dos My Chemical Romance) e Gabriel Bá, Umbrella Academy conta a história de sete crianças extraordinárias, nascidas todas no mesmo dia e há mesma hora, e adoptadas por um milionário excêntrico, que decide fazer deles uma equipa de super-heróis que deverá um dia salvar o mundo.
Escusado será dizer que nada corre de acordo com o planeado. O pai é distante e trata os filhos como ferramentas, ao ponto de nem lhes dar nomes, apenas números, a mãe é literalmente um androide, os miúdos não têm direito a individualidade, alguns são isolados dos outros, os treinos são violentos, algumas personagens desaparecem, e o mordomo é um… chimpanzé?
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Claro que esta família estava destinada ao fracasso desde o início, pois após um breve período de fama como super-heróis, todos se separam e decidem viver as suas vidas individualmente. E tal como muitas famílias, foi preciso um funeral para os reunir todos de novo. Aos 29 anos, todos os irmãos se vêm de novo em casa após a morte duvidosa do seu pai. A partir daí, é um mistério para descobrir como morreu o excêntrico milionário, lidar com a ameaça do Apocalipse iminente, e com assassinos que viajam no tempo. Tudo enquanto cada jovem lida com os seus problemas privados.
É uma agradável surpresa ver que esta versão live-action é muito superior ao seu material de origem, dando-nos personagens mais complexas, representação racial e de género mais positiva, pontos fulcrais mais realistas e viciantes, relacionamentos mais complexos e um elenco de chorar por mais.
A cinematografia, efeitos especiais e cenários são visualmente hipnóticos, a banda sonora é uma experiência transcendente e é incrível o elenco que conseguiram obter (Ellen Paige, Mary J. Blige, Kate Walsh, Robert Sheehan e muito, muito mais).
Umbrella Academy lida com vários temas complexos envolvendo família, negligência, violência doméstica, abuso de poder, adestramento infantil, toxicodependência, identidade sexual, solidão, moralidade questionável, o grande efeito das pequenas coisas e o poder de uma família unida.
A primeira temporada, com dez episódios, já está a dar muito que falar, e a segunda já está encomendada com data de lançamento por definir. Se virem só uma série este ano, então que seja esta.