A segunda temporada de Umbrella Academy aterrou na Netflix! E como não poderia deixar de ser, depois de uma primeira temporada que nos mostrou imenso potencial, logo preparei as pipocas e o sofá para acompanhar esta estranha família em mais um capítulo das suas aventuras.
O salto para esta segunda temporada de Umbrella Academy não podia ser mais imediato. De facto, o primeiro episódio desta começa momentos a seguir ao final da temporada anterior, com cada um dos irmãos a dar o salto com Five, e a aterrarem algures em inícios de ‘60s em Dallas. Todos aterram no mesmo beco, ao estilo de Terminator, no entanto, cada um a seu tempo… O que significa que estes acabam por ficarem desencontrados no espaço temporal, sendo Klaus o primeiro a chegar em 1960, e sendo Five o último a aterrar, já a 15 de Novembro de 1963.
Encontramo-nos, portanto, a pouquíssimos dias do assassinato de John F. Kennedy, qual será o fulcro de toda a trama que testemunhamos nos episódios seguintes. Estes, são cheios de teorias da conspiração e ENORMES surpresas, que não quero de todo estragar. Apenas dizer que prepara-te para ficares 1h a olhar para o ecrã e bater um pouco mal da tola com o que acabaste de ver. De facto, durante meia hora de pausa entre episódios, a única coisa que consegui verbalizar repetidas vezes foi: “MAS QUE RAIO??”
Esta é, de facto, uma temporada divertida de se acompanhar, e que introduz novas personagens ao enredo, tornando-o mais interessante, completo, e perceptível de entender toda a sua dimensão. Efectivamente, temos a introdução de um novo trio de assassinos no encalçe dos irmãos Hargreeves. Otto (Jason Bryden), Elliott (Kevin Rankin) e Axel (Kris Holden-Ried) são três irmãos contratados para o serviço, e trazem à saga um tom mais nórdico. Estes apesar do sangue-frio e implacável, conseguem fazer com que o espectador solte algumas gargalhadas, nomeadamente pela forma apaixonante com que conseguem lidar tão bem com uma casa cheia de gatinhos, qual é o seu esconderijo.
Outra personagem incrivelmente interessante que aqui conhecemos, mas que tem pouco tempo de antena, é A.J. Carmichael, um peixinho dourado que reside num corpo robótico e que é simplesmente uma criatura genial! Tenho mesmo muita pena de não o termos mais presente ao longo da temporada, sem dúvida os fãs iriam adorar acompanhar melhor esta personagem.
Lila Pitts, interpretada por Ritu Arya, é, contudo, a maior adição ao enredo! Uma personagem energética e revigorante que, sem dizer, mas já dizendo, e tu sem quereres ler já lendo, saberás que trará grandes surpresas ao espectador.
Em relação ao enredo no geral, devo dizer que superou a primeira temporada de longe!! O espectador sente-se muito mais envolvido com as histórias que as nossas personagens desenvolvem, e bem como algo nostálgico ao conhecer as origens humildes de personagens que marcaram a primeira temporada.
Há uma certa mixórdia de temáticas abordadas, que no entanto tornam tudo simplesmente apaixonante de acompanhar. Desde a trama da Vanya que redescobre novos sentimentos para com uma típica dona de casa dos anos 60’s; ao papel de Allison na luta pelos direitos civis dentro da comunidade negra americana (e cujos acontecimentos que vemos retratados são verídicos e realmente fizeram história); às humildes origens de Poggo e tudo o que a sua missão desencadeou; ao culto de Klaus que não há muito mais que se lhe diga; ao heroísmo de Diego; e por fim claro, à organização que se mexe por trás das cortinas, a Temps Comission, que persegue Five e insiste em manipular as linhas temporais, quando deveria ser a sua missão intervir e restituí-las.
É, de facto, uma temporada que se sente absurdamente rica em conteúdo e que entretém o espectador a bom ritmo. Se o enredo por um lado parece super energético e constantemente a dar-nos algo porque nos agarrarmos, por outro lado, temos também como desanuviar e relaxar com outras personagens e as suas histórias.
A nível da direcção desta temporada, tenho, contudo, a dizer que há um extremo abuso de Dolly Shots. Dolly Shots tudo! É simplesmente um novo drinking game para os que estiverem dispostos a tal. Só nos primeiros episódios já estarás a reparar nesta tendência excessiva. É certo que este é um efeito extremamente descritivo e eficaz a contar a acção e a enfatizar o estado de espírito da personagem, mas… poças! Outra vez arroz?
Enfim, mal por bem, este é um dos poucos detalhes que me fizeram comichão ao longo desta temporada, que a nível de efeitos visuais também foi extremamente competente. No entanto, também o início de cada episódio deter o símbolo escondido da Umbrella Academy também já estava a ser um pouco excessivo. Por exemplo, pássaros. A sério? Já não se lembraram de mais nada?
Uma coisa é certa: depois de tantas surpresas e plot twists, estou desejosa pela chegada da terceira temporada!