Não sei se foi a propaganda exagerada, multiplicada pelos inúmeros intervenientes das redes sociais mais populares, mas quando liguei a minha Xbox Series S há uns dias, para relembrar os bons velhos tempos do recheadíssimo Xbox Game Pass Ultimate, deparei-me com Vampire Survivors, indie disponível no serviço desde 10 de Novembro 2022.

Faço um esforço para confessar se foi uma curiosidade inata, propulsionada pelos motivos acima, ou toda uma mística à volta da arte promocional reminiscente de Castlevania, mas a verdade é que o seu odor fede pouco a alho repugnante, mas muito a diversão viciante.

Captura de ecrã retirada do website oficial da Xbox sobre o título

Descrito com chavões pomposos e peculiares como reverse bullet-hell e roguelike shoot’ em up, Vampire Survivors não irradia energia solar com o enredo pressuposto, preferindo optar pela metodologia mais simplificada de permitir a jogabilidade discursar por si durante cada minuto da pseudo aventura.

Aliás se existe palmadinha nas costas que dou ao desenvolvedor é por tudo ser humildemente coeso, desde a premissa, passando pela interface gráfica e o próprio grafismo, até à repetição inerente à jogabilidade; infelizmente tem tudo para ser prontamente (e injustamente) julgado pela sua capa.

Captura de ecrã retirada do website oficial da Xbox sobre o título

No entanto, Vampire Survivors surpreende pelo seu ciclo vicioso de jogabilidade, sem as práticas predatórias comuns à indústria nos dias de hoje, deixando apenas que o avatar escolhido por entre cada nível fique cada vez mais forte, mediante a experiência acumulada pelos inimigos derrotados, baús abertos com tesouros deliciosos, como novas armas e habilidades passivas, e power ups desbloqueáveis ao bom estilo roguelike antes de iniciar cada run.

É uma tarefa hercúlea explicar melhor, mas julgo que a expressão reverse bullet-hell seja amplamente aplicável tanto para imaginação visual, como caracterização do caos progressivo que é criado num espaço de trinta minutos, o tempo limite até a run voltar ao início.

Captura de ecrã retirada do website oficial da Xbox sobre o título

Consequentemente, “What you see is what you get” seria uma expressão Americana muito bem aplicada a Vampire Survivors, pois o seu gameplay loop não depende de mecânicas complexas ou tutoriais longos, mas sim da metodologia tentativa e erro intensa que não causa grande frustração; um equilíbrio importante a manter e cultivar, outrora o interesse volta para dentro de um féretro figurativo, evaporando-se com a rápida passagem do tempo.

Vale a pena testar Vampire Survivors? Desconsiderando a pergunta retórica e concluindo, por outras palavras, ou seja, em resumo, sim.


Esta foi a primeira bit-nálise, análise tão curta que nem um bit ocupa, e em baixo podes contar com a ficha técnica:

Nome e Preço: “Vampire Survivors” por 3,99€
DLC e Preço: “Vampire Survivors: Legacy of the Moonspell” por 1,99€
Testado numa: Xbox Series S.
Metacritic: 95
HowLongToBeat: “Vampire Survivors” + “Legacy of the MoonspellProezas: Vampire Survivors Achievement Guide & Road Map | XboxAchievements.com

P.S.: Um agradecimento à Xbox Portugal por, gentilmente, providenciar uma chave de Xbox Game Pass Ultimate para testar este e outros tantos!

Ulisses Domingues
Desde muito cedo um confesso apaixonado pelos mundos da PlayStation e consolas Nintendo. No entanto a vida dá muitas voltas e agora o seu amor foca-se nas novas Xbox Series. Nada como paixão à primeira vista, não é verdade?