Saem centenas de jogos todos os anos, cada um com mecânicas mais complexas que o anterior, tentando todos aproveitar a grandeza e escala do que deve ser um AAA atualmente. Depois temos algumas equipas japonesas, que pegam nas mecânicas mais básicas, como enrolar ou comer bolachas, e conseguem construir um circo de tal aparato que não o conseguimos largar. Esta é a minha história com We Love Katamari REROLL + Royal Reverie (por favor Bandai…), doravante We Love Katamari.

We Love Katamari, desenvolvido pela Monkeycraft, é uma reimaginação do homónimo, lançado em 2005, onde temos de enrolar todos os itens de um nível numa bola gigante para a transformarmos num planeta/estrela. Este lançamento vem munido de conteúdo adicional, onde mergulhamos nos acontecimentos que vincaram a personalidade do nosso pai, Rei de todo o Cosmos.

Narrativa

Partimos dos acontecimentos do antecessor, onde o Rei de Todo o Cosmos destruiu todas as estrelas do universo e pede a nós, o Príncipe, que o ajude a repovoar o céu. Escusado será escrever que em We Love Katamari, o Rei de Todos os Cosmos apercebe-se de que deve aproveitar o sucesso de Katamari Damacy e recruta-nos novamente para voltar a encher o céu com novos objectos celestes.

Katamari é uma saga que deixa a jogabilidade falar por si, mas gostei bastante dos comentários sociais que vão surgindo, pintando um retrato familiar relativamente a algumas situações. Para além disto, com o conteúdo adicional que esta versão traz, a narrativa ganha algum peso quando nos colocamos na pele do nosso pai e percebemos as suas motivações. Não é uma história altamente complexa, mas serve para guiar a linha de jogabilidade que tanto quer demonstrar.

Mundo

Somos então largados no mundo, prontos a acudir aos cidadãos, que tanto precisam de katamaris de todos os tipos e tamanhos. Temos livre controlo sobre o Príncipe no hub inicial, podendo passear e interagir com várias pessoas e/ou animais. Embora a maioria sejam missões, alguns servem como atalho para o menu de opções ou para o mapa de progresso. Caso sejam preguiçosos e não gostem de andar, podem simplesmente carregar no triângulo e apresentam-nos uma lista com as pessoas que precisam de ajuda.

Embora as missões tenham o mesmo conceito (enrolar katamaris), estas variam em forma e local, ou seja, posso dar como exemplo uma missão em que estamos numa corrida e temos de enrolar a katamari à volta da pista. Claro que podemos cortar caminho, porque o objetivo não é ficar em primeiro, mas é uma alternativa engraçada aos clássicos níveis em que nos encontramos numa casa ou numa escola e temos de enrolar o máximo de itens no tempo limite.

Jogabilidade

A primeira vez que joguei Katamari odiei os controlos. Simplesmente não percebia o intuito de ter de controlar a katamari assim, até que nesta segunda oportunidade tudo fez click. À medida que via as mãos do princípe a orientar a katamari, ia-me familiarizando nas curvas ou simplesmente quando queria dar um boost. É um processo mais demorado que os comuns, mas que no fim compensa bastante ao vermos o tamanho ridículo da katamari.

Se como eu, acharam os controlos inicialmente confusos, esperem até jogar com outra pessoa… Sim, We Love Katamari traz consigo multijogador local onde a ação duplica a loucura e nos vemos num frenesim de coordenação para acumularmos o máximo de itens nas nossas katamaris. Um grande bem-haja à Bandai Namco por nos trazer um modo que se encontra esquecido por muitas equipas, garantindo gargalhadas e boa disposição!

Audiovisual

Os visuais… bem. Se já existe loucura na jogabilidade, o que irão ver em We Love Katamari desafia qualquer sentido de lógica (no bom sentido). Com cores vibrantes entramos no local pedido pelo cidadão e temos de enrolar itens, animais, pessoas, carros, prédios, tudo o que for inferior ao tamanho da katamari basicamente. O desempenho é super estável, não tremendo mesmo nos momentos de caos que perpetuamos pelas ruas.

Ora, como é óbvio, não podíamos empurrar as katamaris sem uma melodia à maneira. Diretamente dos laboratórios da Bandai, chega-nos uma mescla de músicas que servem sempre como incentivadoras a correr sem parar. Confesso que certas escolhas me deixaram perplexo, dada a deslocação face ao cenário, mas nada que não se ultrapasse.

Embora seja uma remasterização, We Love Katamari traz consigo um preço (€29,99) que tanto agarra logo os mais acérrimos, como convida novos jogadores pela facilidade de aquisição, servindo como o presente ideal.

Agradecemos à Bandai Namco por terem cedido uma chave para análise.

CONCLUSÃO
Grande!
8.2
we-love-katamari-reroll-royal-reverie-analisePoucos jogos providenciam uma sensação tão gratificante como a de uma katamari chegar ao tamanho pretendido com tempo de sobra, permitindo-nos absorver o resto do mapa.