Há pouco mais de 1 an,o a Total Mayhem Games decidiu lançar o primeiro jogo da saga We Were Here gratuitamente nas lojas, incitando aos jogadores que dessem trabalho aos cérebros para resolverem os vários desafios que a equipa criou.

Ora, como acérrimo fã da saga Professor Layton, lá tive de fazer download do jogo e claro, platiná-lo, tal foi o entretenimento. Desde então fui seguindo a equipa e a saga, resolvendo os vários puzzles dos capítulos seguintes, levando ao destaque de hoje, e o quarto título na saga: We Were Here Forever.

Os jogos We Were Here são desafiantes, não tanto pela dificuldade dos puzzles, mas por ser essencial termos alguém que esteja habituado a interpretar desafios deste tipo, pois a cooperação é obrigatória nestes jogos, não existindo sequer um modo singleplayer. Tendo já passado o primeiro com o nosso colega Diogo Lopes, lançámo-nos a esta nova entrada prontos para quebra-cabeças do mais alto calibre, e fomos indubitavelmente correspondidos.

História

À semelhança dos títulos anteriores, We Were Here Forever coloca a história em plano secundário para dar destaque aos puzzles. Creio que este continua a ser o calcanhar de Aquiles da saga, pois embora a qualidade dos puzzles tenha melhorado significativamente, a viagem continua a ser mais um conjunto de puzzles do que um desafio motivado por um mal maior.

Existem personagens, como o Jester, que nos vai “picando” de longe a longe, revelando o quão maquiavélico é o seu plano e que nunca vamos conseguir fugir, mas seria mais cativante incorporar a história ou até mesmo personagens nos puzzles, algo que acontece muito poucas vezes.

Jogabilidade

Temos, como é costume, de utilizar a comunicação por walkie-talkie para resolver os vários puzzles. Isto significa que o canal de voz não é constante, ou seja, para um de nós falar o outro não pode estar a carregar no intercomunicador, voltando ao que eu estava a referir no início, é imperativo que joguem com alguém que esteja habituado ao vosso estilo de comunicação.

Podem, claro, jogar com qualquer pessoa que esteja à procura de lobby, mas correm o risco de passar mais tempo a tentar explicar como resolver o puzzle do que a pensar em como o resolver.

São-nos oferecidas dicas, normalmente três por puzzle, sendo que depois de desbloquearmos uma, precisamos de aguardar cerca de trinta segundos para podermos aceder à próxima. Confesso que ainda tivemos de utilizar dicas em dois ou três puzzles. Não devido à dificuldade do puzzle, o que acontece é que quando chegamos a algumas localizações, as resoluções e os puzzles estão espalhados, sendo por vezes difícil percebermos a ordem em que os devemos completar.

Existe alguma variedade no tipo de puzzles, seja “cozinhar” (depois percebem), guiar o parceiro através de símbolos na parede, ou ouvir sons e depois transmiti-los de volta. Usamos sempre um único botão, o de interagir, embora gostasse de ver outro tipo de desafios, para além dos quebra-cabeças, como platforming, ou interações tipo gatilho rápido. Não obstante, existe conteúdo de todas as dificuldades para nos fazer coçar o cérebro.

Menção especial ao botão para nos agacharmos que serve para absolutamente nada.

Audiovisual

A atmosfera em We Were Here Forever mantém os mesmos temas da saga, sendo estes na minha opinião, um dos pontos mais fortes. Desde puzzles fantasmagóricos a labirintos com cores vibrantes em que vemos o nosso parceiro de pernas para o ar, a qualidade visual não desce nenhum degrau durante a viagem, variando não só o tipo de puzzle e a forma como se reflete no espaço em que estamos, como ainda passamos por todo o tipo de climas/construções.

A banda sonora, composta por Tom Wolkers acompanha o estilo visual de cada local, seja com temas assustadores ou com tons divertidos durante puzzles mais fáceis e engraçados. Encontrámos alguns bugs e stutter, principalmente nos últimos níveis, como por exemplo deixar de ouvir num dos lados dos fones, mas felizmente não foram problemas frequentes nem contínuos.

Breviário

We Were Here Forever aprende com os erros dos títulos anteriores e apresenta uma aventura mais robusta e desafiante. Embora seja demasiado críptico em algumas situações, nunca precisámos de recorrer a guias para conseguirmos chegar à solução, pois como já referi: comunicação é chave.

CONCLUSÃO
Desafiante
8.4
we-were-here-forever-analiseDando seguimento a uma saga repleta de quebra-cabeças, tiro o chapéu à Total Mayhem Games por conseguir diversificar ainda mais a oferta, refrescando a experiência, ao invés de cair na repetição como muitos outros.