O jogo que te trago hoje é para os verdadeiros amantes de jogos de horror. Sim, digo isto pois este jogo é exclusivo para VR, logo, o nível de imersão aqui presente é de deixar-nos arrepiados até à ponta dos cabelos! Sem grandes enroles, vamos conhecer o Wraith: The Oblivion – Afterlife
Morto e preso numa mansão como um fantasma
Desenvolvido pela Fast Travel Games e inserido no universo World of Darkness, este jogo de terror sobrenatural coloca-te no espectro do fantasma de um fotografo (Ed Miller) que foi morto numa mansão, e que se vê preso a esta, sem conseguir escapar de lá. Estranho não? Bem, isto torna-se ainda mais, quando conheces uma misteriosa figura assombrosa, que te vai “acompanhado” durante a tua exploração, descobrindo os mil e um mistérios escondidos nas dezenas de quartos e salas desta gigantesca mansão. Será que esta companhia será de se confiar? Só jogando até ao fim que descobriremos…
Confesso que Wraith: The Oblivion – Afterlife começa de maneira um pouco lenta, mais pela maneira como tu constantemente ficas sem saber o que realmente aconteceu. À medida que vais explorando, és surpreendido com memórias representadas através de visões que te surgem num estalar de dedos, complementadas por uns pequenos reflexos da tua carne humana, também conhecido internacionalmente por jump scares. Sim, até mesmo eu, um pouco sem reação, consegui ter alguns momentos (silenciosos) de sustos ao ver algo aparecer-me à frente instantaneamente.

O melhor que podemos ter neste jogo é definitivamente as presenças hostis, almas já muito perdidas, que nos atacarão sem dó nem piedade. É aqui que entra a mecânica stealth, obrigando-te a esconder-te e a atravessar da zona A à zona B sem seres descoberto. Se fores visto, tens 90% de certeza que vais ser apanhado e devorado, pois por mais que tu corras, estes “sacanas” são 2 a 3 vezes mais velozes que tu! O único método que tens nesta altura é utilizares o flash da tua câmara fotográfica portátil para conseguires imobiliza-los por uns segundos, tempo precioso que te permitirá esconderes-te no local mais próximo que encontres. Isto leva-me a falar sobre uma das coisas más que achei neste jogo. Os pontos de gravação.
Em toda a minha aventura, sem brincadeira, acho que conseguia contar pelos dedos das mãos o número de locais para salvar o jogo. Isto é muito inconveniente, especialmente quando queres passar certas fases do jogo onde o teu último ponto de gravação foi bem lá atrás, forçando-te a repetir uma data de ações cada vez que “morres”.
Wraith: The Oblivion – Afterlife conta com um número surpreendente de horas de jogo, especialmente para um jogo de terror VR. Sendo que este dura facilmente mais do que 4-5 horas, dependendo também do nível de exploração que fizeres, dado que existem várias pistas secundárias que podes encontrar no jogo, como jornais com informação sobre algumas das personagens relevantes na história do mesmo. O jogo conta com um sistema de progresso no formato de percentagem, então caso sejas um coleccionador de tudo o que existe num jogo, poderás sempre verificar se já obtiveste todos os segredos escondidos na mansão.

O aspecto visual da coisa
Em termos gráficos, só tive a oportunidade de jogar Wraith: The Oblivion – Afterlife nos Oculus Quest 2, que comparativamente com uns Oculus Rift ligados a um bom PC de Gaming não é nada comparável. Contudo, a minha experiência foi bem melhor do que estava à espera. Os cenários e objectos têm muito bom aspecto e com bons detalhes, especialmente as nossas mãos e os braços que estão espetacularmente realistas! A Fast Travel Games está de parabéns por ter conseguido tamanho feito!
A coisa que me fez impressão foi a maneira como as portas foram desenhadas para se abrirem. Umas abrem de dentro para fora, já outras de fora para dentro. Ora se estou numa sessão de corrida de maratona a fugir de um inimigo e preciso urgentemente de abrir uma porta para me esconder, vai acontecer uma de duas coisas: Abro a porta bem e fujo com sucesso, ou engano-me a abrir a porta pelo lado incorrecto e sou apanhado! Seria tão bom ter portas que se pudessem abrir de ambos os lados e evitar estas situações frustrantes. Mas pronto, isto fica acrescido à dificuldade do jogo.
A música do jogo está também bem encaixada, “narrando” uma música mais chocante e assustadora á medida que o perigo se aproxima de nós, e quebrando por completo nas oportunidades que temos de procurar por mais pistas. No entanto o nosso “amigo” muitas vezes não se entendia o que ele dizia, tendo que ler as legendas (opcionais) que surgem para auxiliar.
Wraith: The Oblivion – Afterlife já se encontra disponível para as plataformas PlayStation VR, Oculus Quest e Oculus Rift.