Vindo diretamente dos Arcades e NeoGeo, apresento o Rage of the Dragons NEO.
Este jogo é um port direto das versões Arcade e NeoGeo, com algumas melhorias e refinamentos gráficos e com opções extra.
O Rage of the Dragons NEO foi anunciado com alguma surpresa e muito próximo da data de lançamento (exatamente 4 dias), apanhando muita gente desprevenida, especialmente fãs da NeoGeo e de Fighting Games.
O jogo saiu em 2002 e foi lançado durante o período conturbado da SNK em grave crise financeira. Numa tentativa de salvar a empresa, venderam a SNK para Playmore e deixaram estúdios subsidiários desenvolver alguns IP originais da SNK, como Metal Slug ou Sengoku. Neste caso, o Rage of the Dragons foi desenvolvido por três estúdios subsidiários da SNK: as japonesas Noise Factory com co-desenvolvimento da BreezaSoft e os mexicanos Evoga. O IP do Rage of the Dragons acabou por ser adquirida pelos americanos Piko Interactive em 2020, com os brasileiros da QUBYte Interactive a serem responsáveis pelo port para as consolas atuais.
O jogo inicialmente era para ser a sequela da versão NeoGeo do Double Dragon que saiu em 1995 (que era inspirado do filme de mesmo nome que saiu em 1994), mas a Million, uma companhia fundada por antigos empregados da Technos Japan, a desenvolvedora original do Double Dragon, adquiriu os direitos do nome Double Dragon e a Noise Factory foi “obrigada” a tornar o jogo numa espécie de homenagem a esse Double Dragon e assim saiu o Rage of the Dragons.
**NOTA** Antes de avançar com a análise, aviso que devido à falta de atividade das salas, o modo online não foi testado, por isso parte da análise vai ser posta de lado.
**NOTA 2** Tendo em conta em que o jogo é praticamente igual à versão que saiu em 2002, a análise vai ser baseada na versão original mas adaptada com as melhorias trazidas pelo NEO.
O Rage of the Dragons NEO é um clássico Tag Team Fighting Game. Tem um total de 14 personagens mais um Sub-boss e um Boss, com equipas de dois e com 80 combinações de equipas possíveis. A história do jogo passa-se em Sunshine City, uma cidade fictícia localizada algures nos Estados Unidos, onde está a ser dominada por um culto religioso maligno. Johann, o líder desse culto e conhecido como Black Dragon, organiza um torneio para determinar o dragão mais forte. E é aqui que vão começar as comparações: Entre essas 16 personagens, principal destaque para os irmãos Lewis, Billy e Jimmy, fortemente inspirados dos irmãos Lee, os originais Double Dragon, Abubo, inspirado em Abobo, um Boss regular dos jogos Double Dragon e Kang Jae-Mo, inspirado do Burnov, um Boss do Double Dragon II: The Revenge.

O menu vem com o Game Modes, onde praticamente encontramos as opções todas do jogo, Online onde jogamos online, Opções, Troféus, Créditos, e por fim, a Jukebox, onde contêm a banda sonora toda do jogo remasterizada.
Antes de falarmos do Games Modes, convêm destacar que nas opções temos uma aba onde podemos ajustar o ecrã para o tamanho original ou preencher a tv toda, e o mais importante, a qualidade dos pixels. Temos entre a fidelidade HD, grafismo original do jogo como se fosse em 2002, CRT e linhas horizontais.
No menu Games Modes temos o clássico Arcade, que é um port fiel do original de 2002 sem tirar nem pôr, Versus onde jogamos localmente contra outra pessoa, modo treino e o Dragon’s Challenges. O Dragon’s Challenges são um conjunto de quatro desafios com várias condições de desafio. Quanto mais subimos, mais difícil se torna o desafio.
A jogabilidade é como qualquer outro Fighting Game: temos Light e Heavy Punch, Light e Heavy Kick, além de um botão de Tag para trocar de parceiro, um botão para Evasive Roll, um botão para First Impact e um botão para o Duplex Attack.
O First Impact é o equivalente ao Dust Attack do Guilty Gear. São combinações de seis botões e completamente indefensável, e quando iniciamos podemos escolher fazer a combinação por terra ou por ar. Os Duplex Attack são uma espécie de Tag Team Super, em que gastámos uma barra para executar e faz troca automática de parceiro, mas se gastarmos mais uma barra, podemos desencadear uma versão ainda mais potente e completa do Duplex Attack e tem que se ter atenção que estes ataques só funcionam quando tivermos parceiro. Também é possível render um dos lutadores durante a luta para transferir a vida restante desse lutador e aumentar o limite de barras de 3 para 5 para o parceiro.

Regra geral, cada personagem tem um Super, com excepção de Sonia, Cassandra e Pupa que têm 2. O comportamento da IA é bastante mais brutal mesmo na dificuldade mais baixa. Tenho achado que é bastante mais agressivo no NEO que no original da NeoGeo, especialmente da batalha contra o Abubo. Lembro que nos tempos do NeoGeo com certas equipas conseguia chegar até ao Johann, e quando chega a ele, é quase impossível batê-lo por tão abusado que o Boss é, e ainda considero que é um dos Bosses mais difíceis de toda a série de Fighting Games da NeoGeo. No Neo nós temos a possibilidade de usarmos o Abubo logo diretamente e com um código o Johann.
Sempre gostei da banda sonora. Toda a banda sonora foi remasterizada e está bastante bem conservada. De 0 a 10, dou um sólido 7.
Como nota final, Jimmy, Elias, Lynn e Jones aparecem como Guest Characters num outro jogo de luta da NeoGeo saído em 2003 Matrimelee, uma longa série chamada de Power Instinct detida e desenvolvida pela Atlus, mas no caso deste desenvolvido pela Noise Factory. Também foi confirmado no EVO Japan deste ano que está em andamento o desenvolvimento da sequela oficial Rage of the Dragons W.
Rage of the Dragons Neo já disponível para PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series e Steam. Agradecemos uma cópia disponibilizada pela editora.
They are comin’ back!
And fighting!