Hoje vamos abordar Black One Blood Brothers, um shooter táctico que já está disponível na Steam por 14,99 euros, e, embora se encontre em acesso antecipado, traz já bastante à mesa.

Combinando a natureza FPS de um shooter militar tático, como o Ground Branch, mas com a capacidade de planear e até controlar a ação a partir de uma perspetiva de mapa 2D com pausas em tempo real, como nos clássicos Rainbow Six.

O principal destaque é o modo de Campanha, mas existem ainda um modo de missão (individual), um editor e uma workshop, o que, honestamente, é um número impressionante de funcionalidades num jogo de acesso antecipado.

Encontramos uma pequena história que se desenrola em mais de 10 mapas. Como tradição, não podemos prosseguir para o mapa seguinte sem termos completado a missão anterior, sendo que no final de cada uma, somos pontuados pelo desempenho. Cada missão tem um pequeno resumo e diz-te o que esperam que o esquadrão execute. De seguida, selecionamos os pontos de entrada e de extração, e definimos os esquadrões, sendo que podemos ir à Commando (grande Schwarzenegger), ou optar levar toda a nossa equipa. Adicionalmente, também temos de decidir se queremos optar pela via da missão mais rápida, ou se demoramos o nosso tempo e limpamos bem a casa. Existem vários desfechos, desde uma guerra total, até um em que somos capturados pelo inimigo e temos de escapar sozinhas.

Para além da variedade de mapas, também os objectivos são diversos, como uma ordem de assassinato, ou o resgate de reféns. Podem ser acrescentados objectivos secundários, tal como existirão eventos aleatórios que podem ocorrer a qualquer hora do dia. Podemos controlar aspectos individuais da qualidade dos NPCs, como também adicionar debuffs, como ferimentos de combate, óculos de visão nocturna, interferir com os aviadores, o que nos traz várias possibilidades de cumprir a mesma missão, sendo assim possível alterar a complexidade do grau de dificuldade da missão e, como se isto não bastasse, existe, como já referi, um editor completo com suporte para a workshop da Steam.

Regra geral, todos os objectivos têm de ser cumpridos. Alguns podem estar visíveis e sabe-se exatamente onde estão, mas em alguns casos, precisamos de investigar o mapa para que este surja. Na vertente de planeamento, podemos premir uma tecla e entramos num modo com um mapa 2D. Podemos fazer zoom, deslocar a câmara, ver edifícios, ver os vários andares, e controlar toda a missão a partir daqui. A atenção ao detalhe que podemos inclusive definir os alcances de combate, ou seja, a distância a que queremos que o esquadrão ataque, o que nos poupa bastantes guerras desnecessárias pois não queremos que o tipo da caçadeira tente abater alguém a mais de 100 metros de distância. Claramente ainda em desenvolvimento, a IA precisa de ser melhorada, tornando-se até irritante em alguns momentos, ou, no caso dos inimigos, onde a lentidão governa.

A personalização é incrível em Black One Blood Brothers. Podemos personalizar bastantes variáveis, começando pela equipa. Temos 10 operadores e podemos alterá-los como quisermos, da cabeça aos pés, incluindo penteados e tatuagens. Adicionalmente, podemos até definir o tipo de camuflagem que cada operador vai usar. Não tanto numa ótica de personalização visual, mas funcional, podemos também optar por vários papéis dentro do esquadrão, como médico ou atirador furtivo.

Ainda na personalização, mas no contexto das armas, há muito por onde escolher e podemos equipá-las com vários canos, coronhas, punhos e miras. É até possível mudar a cor do “ponto vermelho”. A camuflagem também pode ser aplicada a partes individuais de cada arma de fogo (surreal atenção ao detalhe). No que toca ao equipamento, temos uma boa quantidade de granadas para escolher, podendo adaptá-las a vários operadores. Ainda na ótica do equipamento, podemos querer que o nosso atirador leve drones para poder explorar as áreas, e embora isto não seja uma build pré-construída (como as que já existem no jogo), podemos defini-la como padrão. A personalização é imensa, e deixou-me perplexa para o tipo de produto que é (ainda em desenvolvimento).

Os visuais não ficam nada aquém do que encontramos no género, sendo claramente um foco secundário de desenvolvimento, mas ainda assim, permitem certos espectáculos visuais, sejam em ambientes modestos, como casas rurais, ou “limpezas” noturnas em áreas chuvosas. As animações nem sempre têm o melhor aspeto e há algumas texturas com baixa resolução, mas, no geral, para a escala da equipa (uma só pessoa, o Victor), e para o preço pedido, temos de ter algum poder de encaixe, e ainda ter noção de que é um produto em desenvolvimento.

Para a escala do projeto e o facto de ser um one man job, Black One Blood Brothers é um feito tecnológico. Claro que encontramos arestas por limar, mas é esse mesmo o propósito dos produtos Early Access, resta-nos aguardar pela continuação de um trabalho já bastante bem conseguido.

Agradecemos à Editora a cedência de uma cópia para análise para PC (Steam)

Sara Kohl
Na internet, ninguém sabe que és uma batata.