O jogo que vos trago hoje, para quem viveu “nos tempos” da Playstation 2, não precisa de grande introdução, sendo um aglomerado de sátira e “fourth wall breaking” com uma comédia que, feita nos tempos de hoje, seria deveras um risco para a equipa de marketing.
Ora apresento-vos Destroy All Humans! 2 – Reprobed, o Remake da sequela de um dos jogos da famosa Pandemic, que infelizmente foi fechada. Para quem não sabe, a Pandemic foi quem nos trouxe os clássicos e intemporais Star Wars Battlefront e Star Wars Battlefront 2 na Playstation 2, sendo o último jogo deles o Open World bastante único, The Saboteur.
Para este Remake, temos de volta a Black Forest Games, que foi responsável pelo Remake do primeiro jogo, e que se tentou desafiar um pouco nesta sequela, já com um bocadinho mais de liberdade com o budget do jogo.
Um upgrade visual, o mesmo espírito
Um dos aspetos mais únicos desta sequela são os visuais. Comparado ao primeiro Remake, temos aqui uma melhoria notável no que toca aos modelos das personagens, com muito mais detalhe visível e também com texturas de maior resolução. Este detalhe é acompanhado de cenários ricos em objetos, todos eles com físicas, podendo-se até destruir certas pequenas estruturas por completo. Também temos um Anti-Aliasing bastante mais preciso, fazendo com que a imagem tenha uma apresentação limpa e nítida.
Infelizmente, esta melhoria gráfica é acompanhada de alguns problemas técnicos. Na Playstation 5, o jogo sofre de quedas de fotogramas à medida que vais jogando, ou seja, quanto mais tempo jogares sem fechares o jogo, mais os fotogramas vão piorando, chegando até por vezes a ter um crash. Obviamente que estes problemas técnicos nunca deveriam ser aceitáveis num produto que se encontra à venda como completo, mas irei acreditar que a equipa vai trabalhar para poder melhorar o desempenho do jogo.

Uma missão que irá decidir o futuro dos Furon
Destroy All Humans! 2 – Reprobed passa-se na terra, com o nosso protagonista Crypto a ter de batalhar contra um novo inimigo para proteger o futuro da sua raça: os Furon. A história é um pouco mais presente que no primeiro jogo, mas continua bastante simples, servindo como uma boa base para o humor constante que está presente ao longo de toda a jornada.
E este humor é sem dúvida o foco principal do jogo, com várias piadas que possivelmente não irias ver num jogo nos dias de hoje. Não irei dar spoiler de nada, mas o aviso que o jogo te dá ao início sobre o seu humor é suficiente para perceber o que aí vem.
Na minha opinião, sendo uma pessoa que não costuma levar as coisas muito “a peito”, eu acho o humor hilariante. Houve várias situações onde não consegui conter o riso, com uma comédia nostálgica que me faz viajar atrás no tempo.

Uma sequela fiel, uma jogabilidade familiar
Em termos da jogabilidade, temos aqui praticamente um seguimento do primeiro jogo. Tal e qual como uma sequela de um jogo da Playstation 2, temos aqui uma jogabilidade praticamente igual, com adições e melhorias que aperfeiçoam a fórmula de forma a esta ser uma versão melhorada e expandida do primeiro jogo.
O que quero dizer com isto, é que se não gostaste da primeira experiência com o Crypto, muito provavelmente não irás gostar desta nova iteração. Ao invés, quem gostou do primeiro jogo, irá gostar tanto, ou até mais, desta segunda aventura.
Ora, o nosso protagonista está equipado com o melhor equipamento possível para lhe auxiliar no movimento, com umas hover boots que lhe deixam patinar a alta velocidade pelas zonas. Também está equipado com um jetpack que lhe dá a possibilidade de ganhar bastante altitude, se bem que tem um limite de uso por cada salto.

Estas duas ferramentas vão ser essenciais para te poderes mover pelos mapas de forma fluída e sem perder muito tempo, de modo a chegares ao que interessa o mais depressa possível: as missões.
Cada mapa do jogo está segmentado de forma a conter uma pequena parte da história, sendo que, para poderes transitar para o mapa a seguir, terás de completar todas as missões da história do mapa anterior. Junto às missões de história, tens um leque de side quests, que te ajudam a ganhar Furotech Cells, que servem para fazer upgrades ao equipamento do Crypto.
Independentemente do tipo de missões que estás a fazer, a experiência entre elas é muito semelhante, envolvendo teres de lutar com vários inimigos, destruir algo, levar algum objeto ou pessoa para um local, entre outros. As missões seguem sempre um ou mais dos vários tipos, com as missões de história a serem mais longas e lineares, por vezes focando-se em alguns níveis interiores.

Esta descrição pode fazer parecer com que o jogo se torne repetitivo bastante rápido, e, para algumas pessoas, penso que irá ser o caso. Felizmente, para mim, a jogabilidade consegue ter uma boa base, o que manteve a diversão durante a duração da história.
No que toca ao arsenal de armas que Crypto irá ter ao longo do jogo, temos aqui uma variedade incrível. Como comum nos jogos da era, seguindo o exemplo de clássicos como Ratchet & Clank e Jak & Daxter, temos um arsenal de armas únicas, cada uma com uma utilidade diferente. Sem entrar muito em spoilers, temos por exemplo o clássico Zap-O-Matic, uma das armas inicias, que nos dá uma espécie de um mega tazer que eletrocuta inimigos em corrente, e também o Dislocator, que faz lock on a um inimigo, carregando um tiro que os faz saltitar de um lado para o outro como uma bola de pingue-pongue.
Definitivamente este arsenal de armas é o aspeto mais divertido da jogabilidade. Em várias situações, dei comigo a trocar constantemente de armas em várias situações, tentando usufruir das capacidades de movimento de Crypto para me esquivar dos projéteis inimigos.

Acrescentando às armas, Crypto também possui uma série de habilidades especiais. Sendo um alienígena, Crypto consegue levitar objetos e inimigos com o poder da sua mente, podendo atirá-los para onde quiser, até contra outros inimigos. Juntamente, podes fazer qualquer humano esquecer-se de ti, pois caso sejas descoberto na cidade, essa pessoa poderá chamar a polícia, fazendo com que sejas perseguido.
Caso queiras ser um pouco mais sorrateiro, podes tomar posse de um corpo de um humano, podendo andar despercebido por um limite de tempo. Esta habilidade é bastante bem usada nas missões, sendo que é a única mecânica viável para poderes fazer stealth.
Também irás, por vezes, entrar no famoso ovni do Crypto, o Saucer. Este ovni tem ao seu dispor várias armas e habilidades, como um laser que é capaz de destruir edifícios, e também um escudo que reflete mísseis inimigos. Estas secções ajudam a variar a jogabilidade, nunca sendo menos aborrecidas ou forçadas.

Muitas destas mecânicas já estavam presentes no primeiro jogo, mas como já tinha referido, foi tudo afinado e melhorado, tal e qual como a sequela original na Playstation 2 melhorou comparado com o primeiro jogo. Definitivamente um bom Remake de um clássico único, um jogo de uma era mais descontraída, onde a diversão era o foco.
Uma pequena dose de música nostálgica
No que toca à banda sonora, temos aqui uma presença de uma sonoridade bastante fílmica, com sons sinistros e misteriosos, focado no uso de poucos instrumentos, dando um maior foco na melodia. Juntamente, temos por vezes a presença de música licenciada, sendo geralmente mais focada em numa sonoridade mais de indie rock.
A terra já está pronta para ser invadida na Playstation 5, Xbox Series S|X, e no PC na Steam, GOG e Epic Games Store.
Agradecemos à THQ Nordic por nos ter fornecido uma chave para análise.