Como fã de videojogos da matriz Devil May Cry, Bayonetta, Ninja Gaiden e, mais recentemente, Astral Chain, solicitei a hipótese de analisar Ultra Age para a Squared Potato assim que possível. Foi quase como um faux-amor à primeira vista: o combate, o estilo e o contexto futurístico certamente espelharam sucesso garantido e capturaram o meu coração. Infelizmente, a análise não traz consigo as melhores notícias. Curiosos? Continuem a ler.

Ultra Age segue as aventuras de Age, personagem nada inspirada no conhecido e amado Dante de Devil May Cry e Helvis, fiel robô companheiro. Num futuro muito distante do nosso e pós-apocalíptico, a humanidade encontra-se quase extinta e dividida. No Shelter, encontra-se uma porção que preferiu ficar na Terra, e na estação orbital Orbital Arc encontra-se outra que decidiu fugir há procura de uma vida melhor.

Para ser honesto, nem eu percebi com clareza o que aconteceu em Ultra Age. Percebe-se o princípio e a situação desesperada em que a humanidade se encontra, mas quanto mais a narrativa avança pior. Personagens com relações por explorar, antagonistas cujas verdadeiras intenções nunca são devidamente exploradas, entre tantos outros fios de um novelo confuso. Pouco ajuda o trabalho de voz ser terrível e os subtítulos serem quase ilegíveis no ecrã da Nintendo Switch.

É uma verdadeira infelicidade porque, pessoalmente, estes contextos e géneros de videojogo são como mel para o urso pardo que há em mim. Noutro espectro, apesar de meio desapontante, o combate consegue deslumbrar em várias ocasiões, não fosse (tinha de existir outro ‘se’) um desempenho geral frequentemente tenebroso. Ultra Age, como quase todo o third-party vistoso na Nintendo Switch, sofre de visuais empobrecidos e uma taxa de fotogramas dolorosa. Não é sempre, mas imaginem o vosso Devil May Cry favorito ter estes problemas com uma frequência assustadora. Corta quase todo o entusiasmo do combate, correcto? Correcto.

Ainda assim, como crítico justo que sou, dou os parabéns à DANGEN Entertainment e a equipa da Next Stage pelas ideias em acção. Uma delas (e a mais estilosa) é a capacidade de mudar de espada sempre que dá na gana durante o combate. Ao longo da aventura enfrentarás vários tipos de inimigos, cada um com uma fraqueza inerente ao tipo de espada que utilizas. A partir daqui fica mais complicado, introduzindo várias mecânicas como coletar materiais de inimigos para recarregar as tuas armas, várias combinações de ataque, uma esquiva e uns quantos acessórios que lembram o Nero de Devil May Cry. Não é nada do outro mundo, mas tem a sua curva de aprendizagem.

Do que é feito o combate sem inimigos? Ultra Age não desaponta na quantidade de forças hostis por abater da forma mais estilosa possível: monstros com um aspecto felino, ciborgues de todos os feitios e uma quantidade generosa de bosses a conquistar. Dito isto, posso afirmar que não faltam oportunidades para testar as melhores combinações e estratégias, tendo em consideração que existem várias maneiras (talvez até demasiadas) de melhorar Age tanto activa como passivamente.

Mas, por cada vez que o combate dá o ar da sua graça e transforma-se numa actividade verdadeiramente divertida, surge sempre o desempenho medíocre, em conjunto com os gráficos (que fazem jus à expressão watered down) para magoar a experiência no seu todo. Pelo menos, que tenha visto, essas falhas nunca ocorrem contra bosses, um alívio a prováveis dores de cabeça.

Ultra Age já se encontra disponível para PlayStation 4, Nintendo Switch, e na Steam para Microsoft Windows.

CONCLUSÃO
Devil May Cry dos Trezentos
6
Ulisses Domingues
Desde muito cedo um confesso apaixonado pelos mundos da PlayStation e consolas Nintendo. No entanto a vida dá muitas voltas e agora o seu amor foca-se nas novas Xbox Series. Nada como paixão à primeira vista, não é verdade?
ultra-age-analiseElaborado por onze pessoas e à venda por 29.99€, Ultra Age é um Devil May Cry da loja dos trezentos decente. Tem um combate muito divertido e interessante, mas vários aspectos como uma história demasiado convoluta, trabalho de voz simplesmente horrível, gráficos que magoam os olhos e problemas no desempenho fazem de uma recomendação tarefa árdua. No entanto, para ser honesto, se procuras algo dentro do género, nada como experimentar a demo disponível na eShop.