Finalmente, um dos grandes jogos que habitou na esquecida Nintendo Wii U, migrou para a Nintendo Switch. Agora, com o tratamento “Definitive Edition”, Xenoblade Chronicles X apresenta várias melhorias, tanto ao nível gráfico, Interface e das mecânicas de combate, Isto incluindo, ainda, um capítulo epílogo que não se encontra na versão original do jogo. Com isto, temos finalmente toda a franquia Xenoblade Chronicles numa só consola, que podemos levar para todo o lado! Sem mais rodeios, vamos conhecer mais sobre Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition.
Ao contrário da trilogia Xenoblade, esta aventura presenteia-nos com um cenário apocalíptico, onde o planeta Terra é apanhado no meio de uma batalha colossal entre duas raças alienígenas. No meio deste confronto frenético, a humanidade evacuou o planeta azul em naves gigantes. Infelizmente, a maioria foi perseguida e abatida. Apenas uma conseguiu resistir, despenhando-se num planeta alienígena, posteriormente batizado de Mira. Cabe agora à humanidade explorar todos os recursos e fauna presentes neste novo planeta, ao mesmo tempo que tentam recuperar todo o conhecimento da humanidade contido nos Lifeholds, que foram separados da nave durante a queda.
Como recente membro da BLADE, terás que prestar serviço à humanidade e ajudar com as inúmeras missões solicitadas, passando pela simples exploração de território até defender o pouco que resta da humanidade de invasores alienígenas. Há muito mistério em Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition, e as mais de 70 horas de jogo vão levar-te numa pequena montanha russa de altos e baixos. Pessoalmente, confesso que a história, ainda que muito boa, não causou o mesmo impacto dos outros 3 jogos da franquia. Isto não só deve-se ao estilo de jogo ser um pouco fora dos restantes, mas talvez pela lentidão da história, causada por certos aspectos do jogo, algo que falarei mais à frente.
Uma panóplia de coisas para fazer!

Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition parece um autêntico MMO (Massively Multiplayer Online) só que Offline, presenteando-nos com um mundo gigantesco, dividido em 5 regiões. Este é totalmente explorável, dando-te uma liberdade que não se costuma ver em outros jogos do género. Para ajudar na deslocação, tens a possibilidade de ativar pontos específicos, como os Data Probes, que te permitem transportar diretamente para estes, evitando assim que percas tempo a pé. Em alguns locais, o mapa pode parecer um pouco vazio, mas no geral, há sempre algo curioso para explorar, seja isto inimigos ou itens para apanhar, ou até cenários lindos para apreciar.
São inúmeras missões que te esperam, divididas em diferentes categorias, onde posso destacar desde já duas delas. As de cor vermelha são aquelas que definem o progresso da história, apresentando-nos novos desafios, novas personagens e ainda desbloquear novas mecânicas e ferramentas de interesse para o jogador, sem falar das cutscenes. As missões de afinidade (laranja), são aquelas que nos ajudam a melhorar os laços com outras personagens. Estas são as segundas mais importantes, não só pelas recompensas que nos fornecem, mas pelo facto de que algumas missões de história requerem que certas missões de afinidade sejam cumpridas.
É aqui que encontrei a primeira lomba no meio da minha viagem e talvez a que mais me incomodou em toda esta obra. O facto de ficares “preso” no avanço da história do jogo é, certamente, incomodante. Exemplos comuns para além deste passam por obrigar o jogador a explorar uma determinada percentagem de uma região e a limitar certas personagens durante essas missões.
Em suma, não só tens que perder tempo a treinar para aumentar de nível mas também terás que andar a explorar as regiões forçadamente para conseguires aceitar a próxima missão para progredir na história. Facilmente foi algo que me custou algumas horas, quando apenas quis avançar com o enredo do jogo. E, falando em horas, se o teu interesse neste jogo é andares a pilotar os famosos robôs de combate (Skells), podes reservar cerca de 20 horas (ou mais) até conseguires chegar à missão que te dará o teu primeiro Skell.

O sistema de combate em Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition é algo idêntico aos outros Xenoblades. Mais em específico, o primeiro Xenoblade Chronicles. Os combates são automáticos, sendo que tens acesso às tuas habilidades e ataques especiais (chamados de Arts) que te permitem abusar das fraquezas dos teus inimigos, dar-te um aumento de poder, e ainda dar auxílio aos teus aliados em combate. Estas Arts possuem um Cooldown quando utilizadas, sendo que terás que aguardar até que estas fiquem novamente disponíveis.
No entanto, com esta nova edição da Nintendo Switch, isso poderá ser de certa forma ultrapassado, utilizando uma nova barra chamada de Quick Cooldown que permite ativar as Arts no momento. Esta é uma das grandes melhorias que vi presente neste jogo, abusando desta sempre que tenho a oportunidade e exponencializando o meu potencial durante os combates.
Além disto, podemos ainda contar com o Overdrive, uma ação que permite-te reduzir dramaticamente os cooldowns de todas as personagens e permitir combos de Arts que, utilizados da maneira correta, aniquilam qualquer inimigo que se coloque no caminho.
Muita personalização!
No que toca às armas e acessórios, este jogo consegue rebentar com a escala em termos de complexidade. Tens imensos parâmetros a ter em conta, como o tipo de dano, efeitos secundários, resistência elementar, potência da arma, etc. Em cima disto, tens ainda as classes, que te concedem Arts e Skills (Habilidades) novas para o tipo de arma que utilizas. Estas classes são sempre abertas, tendo sempre a opção de mudar sempre que assim o entenderes.
Existem ainda outras mecânicas minuciosas que podem enriquecer ainda mais a tua performance nos combates, mas penso que já esteja a ir longe demais. Resumindo, a personalização de combate é algo verdadeiramente complexo, mas recompensador quando consegues compreender tudo.

Já na personalização do visual, podes desde o início do jogo personalizar a tua personagem, mudando o tipo de face, cor de olhos e cabelo, tipo de voz, etc. Tem algumas limitações mas não deixa de ser bem-vindo. Já nas roupas, podes receber ou comprar roupa mais estilosa para vestir a tua personagem e dos teus aliados, não afetando os efeitos das armaduras atualmente equipadas.
No que toca às capacidades online, Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition abre portas a outros jogadores juntarem-se, porém, de uma forma diferente. Podes registar-te numa plataforma dentro do jogo permitindo que outros jogadores possam recrutar-te como se fosses um NPC, mas com o nível, as armas e equipamentos que estás atualmente. Isto é pago por hora. Quanto maior o nível, mais pagas por hora.
Este é um conceito interessante que te permite ter algum apoio caso estejas com dificuldade em alguma parte do jogo. Além disto, podes também criar um Squad e realizar pequenas missões para conseguires recompensas, ou ainda batalhar em conjunto Bosses gigantescos (chamados Global Nemesis), algo típico de um MMO onde jogadores de todo o mundo juntam-se para o combater!
Um milagre técnológico!
No departamento gráfico, temos aqui uma incrível melhoria gráfica, podendo até, dizer, um milagre tecnológico alcançado pela Monolith Soft! As texturas foram melhoradas, a interface gráfica foi revista, apresentando melhor a informação nos combates, nos textos stats das personagens, entre outras. Isto tudo a correr na maior parte do tempo a 30 fotogramas por segundo, a ocupar ainda menos espaço de armazenamento (cerca de 13GB) num hardware portátil com 8 anos que podes levar contigo para todo o lado. Um feito incrível para esta pequena empresa!

No que toca ao departamento musical, Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition continuou com o seu caminho desencontrado do resto da franquia, trocando os grandes compositores já conhecidos (Yoko Shimomura, ACE+, Kenji Hiramatsu, Manami Kiyota and Yasunori Mitsuda) por outro grande nome mundo do anime: Sawano Hiroyuki. Se não estás a ver quem é, este senhor é o responsável pelas grandes obras musicais em grandes obras, como Attack on Titan, Kill la Kill, Blue Exorcist, entre outras peças de grande destaque na indústria japonesa.
É óbvio que a banda sonora não não desilude, no entanto, por esta ser muitas vezes vocal, há uma sobreposição entre as falas destas com as falas das personagens, criando uma espécie de dissonância que não cai bem naqueles momentos. Enfim, apenas uma pequena observação!