Com a revelação da nova consola Nintendo Switch 2, um dos títulos que mais me apanhou de surpresa foi Donkey Kong Bananza. Um jogo que me encantou desde o primeiro trailer de revelação, trazendo para a mesa um conceito totalmente novo, repleto de ação e destruição. Com uma cara nova, Donkey Kong aparenta estar mais expressivo do que nunca, e com a sua parceira de equipa Pauline, esta dupla parece ter tudo para chegar ao pódio dos melhores jogos do ano! Vamos lá descobrir o quão especial este jogo é!
Donkey Kong decidiu viajar até à Ilha Ingot à procura de…BANANAS! Para DK (assim por adiante referenciado) estava a viver o seu novo sonho de mineiro de bananas douradas, até que um conjunto de indivíduos surge do nada. De nome Void Company, estes decidem criar uma autêntica rebaldaria e, com uma gigantesca máquina, penetram terra abaixo, rumo ao centro da Terra, local onde se encontra a Raiz de Banândio. Lendas contam que quem encontrar esta misteriosa raíz poderá concretizar qualquer desejo.
Claro que no meio disto tudo, o pobre DK e o resto da equipa são levados para baixo também, caindo na primeira camada do subsolo. É aqui que DK conhece Pauline, uma menina que também foi apanhada na confusão. O objetivo dela é conseguir voltar novamente até à superfície. Mas necessitará de alguma ajuda. É aqui que ambos, ainda que com objetivos diferentes em mente, decidem seguir rumo ao centro da Terra, à busca da Raiz de Banândio para estes terem os seus desejos concretizados e, no processo, pararem os planos da Void Company.
Gameplay
A mecânica de jogo é um dos pontos que mais se destacam aqui. Praticamente tudo no jogo é destrutivo, permitindo-te partir paredes, cavar para baixo e até mesmo arrancar pedaços de materiais do chão e até dos próprios inimigos. Compararmos isto a um jogo sandbox como Minecraft não seria totalmente descabido. No entanto, o jogo está feito para que haja alguns limites para a tua mão destruidora, então não tenhas a ideia de destruir o mundo todo à porrada!
Uma das grandes novidades interessantes aqui é DK poder transformar-se agora em alguns animais. Estes poderes, chamados de Bananza, concedem particularidades específicas dos animais em que DK se transforma. Por exemplo, Zebra permite DK correr mais rápido, conseguindo atravessar por caminhos frágeis. Outro exemplo é a Avestruz, que concede asas e permite que voes momentaneamente de uma plataforma para outra. Estas transformações são imprescindíveis para poderes avançar no jogo e alcançar alguns locais secretos, por isso usa e abusa destas!

Bem definido desde o início do jogo, o teu objetivo é seguir rumo ao centro do planeta. Para isso, é necessário procurar alguma maneira de descer para as camadas mais abaixo. De alguma forma, o jogo marcará sempre o próximo ponto de destino, evitando que te percas no caminho. Reforçando isto, podes assobiar com o botão L para que a música (literalmente) te guie até ao objetivo!
A cada camada (podemos equivaler isto aos “níveis”) temos um bioma diferente para explorarmos. Seja uma floresta, um Resort ou até mesmo uma praia, a imaginação parece não ter limites em Donkey Kong Bananza. No “final” de cada camada, aguarda-nos sempre algum inimigo para derrotarmos. Quer seja um dos capangas de Void Kong ou uma das suas vítimas a ser controladas por este, vais ter que apertar os punhos a partir para a porrada!
Os chefes do jogo estão originais e bem desenhados, exigindo alguma técnica que tenhas aprendido previamente para os conseguires derrotar. Ainda que no início tenha estranhado conseguir derrotar alguns chefes apenas recorrendo à força bruta, já a meio da história senti que tinha que puxar um pouco mais pela destreza e entender melhor como sair vitorioso.

Para os pequenotes ou os mais inexperientes, o jogo apresenta-te um modo de ajuda, reduzindo o dano sofrido dos ataques inimigos e ainda guiar-te até ao próximo objectivo na história. Além disto, se tiveres um Joy-Con a mais, o jogo também possui um modo cooperativo, em que o segundo jogador controla a Pauline, podendo lançar ataques usando a sua voz, que se materializa em um material específico (que poderá ser copiado de um outro material presente no mundo). Acrescento também que este modo é compatível com o Game Share, permitindo ao outro jogador usar a consola Nintendo Switch 1 ou 2 para se juntar a ti (como Pauline).
Os Cristais de Banândio e os Fósseis perdidos
Os cristais de Banândio prestam um papel importante neste jogo. Estes, tal como em Super Mario Odyssey, existem centenas de cristais espalhados por todo o subsolo. Quando apanhamos 5 destes cristais, recebemos 1 ponto de habilidade. Estes pontos permitem-nos melhorar o DK com alguns bónus, como aumentar o número de corações, força destrutiva dos nossos socos entre outros. Adicionalmente, podemos também desbloquear algumas habilidades extra das transformações Bananza, o que incentiva mais a procura por estes cristais.

Em complemento, existem também vários fósseis escondidos no mundo subterrâneo. Estes servem de moeda de troca em algumas lojas, podendo ser adquiridas peças de roupa para DK e Pauline. Estas peças oferecem também alguns bónus adicionais, como resistência a alguns elementos, redução de dano ou até recuperação de vida.
Entre as várias camadas, existem também muitos portais que nos levam a pequenos desafios. Estes são divididos em duas categorias, desafios de batalha, que exigem que derrotes inimigos em um determinado período de tempo, e os desafios que podemos chamar de quebra cabeças. Este último pode ser mais ou menos visto como as Shrines de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, pois existem algum tempo e alguma destreza para os superar. Cada quebra cabeças possui 3 bananas para apanhar, sendo que o real desafio por vezes é saberes onde as encontrares, pois para chegar ao final do nível poderá não ser o maior desafio. Pormenor interessante é que alguns desafios são recreações dos jogos 3D Side Scrolling de Donkey Kong, sendo possível reviver alguns momentos nostálgicos desta antiga franquia!

Cada tesouro que encontras tem um valor, não como “mais um número” mas como um investimento na evolução de DK e Pauline e, consequentemente, ajudar a superar os desafios mais adiante. Em suma, estas são uma óptima desculpa para voltarmos sempre atrás e procurar por todas elas!
No que toca ao tempo de jogo, completei o jogo em pouco mais de 20 horas. Contudo, pela imensa quantidade de tesouros e segredos presentes no jogo, facilmente este pode superar as 30 horas, caso procures completar o mesmo a 100%.
Como extra, Donkey Kong Bananza acompanha um pequeno modo de artista, que te põe de pincel e picareta na mão, permitindo que moldes e pintes terreno, criando esculturas únicas. A combinação da utilização do Joy-con com modo rato é um sonho, conseguindo pintar com exatidão alguns pormenores. Se há coisa a apontar aqui é não poder guardar as minhas criações para poder apreciá-las ou continuar a trabalhar nelas mais tarde, ficando apenas a captura de ecrã como prova dos meus dotes de artista.

Também podemos contar com o já habitual modo de fotografia para capturar os nossos melhores momentos no jogo!
Os visuais polidos e familiares
Como visto desde o primeiro dia da sua revelação, Donkey Kong Bananza é um jogo produzido a partir do motor de jogo de Super Mario Odyssey. Este apresenta elementos visuais muito apelativos e com cores muito chamativas. Desde a interface do jogador até à própria animação de encontrar um cristal de Banândio, é praticamente impossível não fazer pequenas comparações com um dos melhores jogos de 2017 que estreou na Nintendo Switch Original.
No que toca à sua performance, este corre maioritariamente a 60 frames por segundo em 4K na TV e 1080p no modo portátil respetivamente. Contudo, existem quebras de frames notórias durante o jogo. A maior delas acontece durante transições da câmera ou quando usamos o mapa do jogo. No entanto, o que realmente incomodou foram as quebras em situações específicas de batalhas de bosses. Estas foram quebras mesmo acentuadas, evocando memórias da Nintendo Switch original. Em suma, posso dizer que 95% da experiência será fluída.
Outro pequeno incómodo é de como a câmara do jogo por vezes se comporta, ocultando certas vistas do jogo quando a posiciono num certo ângulo. Sei que é muito complicado trabalhar com isto quando estamos debaixo de terra, mas há que destacar este ponto menos positivo.

As músicas em Donkey Kong Bananza estão bastante boas, tanto as novas músicas como as remasterizações de algumas faixas nostálgicas da franquia. Em particular posso dizer que as músicas das transformações Bananza estão brutais, querendo estar com o DK sempre transformado para as ouvir constantemente durante o jogo!
Já na secção de voz, temos também o idioma Portugues do Brasil para a Pauline. Por mais estranho que pareça, eu decidi ir com este idioma para a aventura, e não me arrependi nada! A voz de Pauline está muito boa, sem qualquer situação em que me sentisse desconfortável com a mesma. No entanto, para manter a propriedade intelectual da personagem, a Nintendo deixou a voz de canto de Pauline intacta. Ou seja, ela cantará sempre em inglês pela mesma cantora, independentemente do idioma escolhido.
Donkey Kong Bananza já se encontra disponível, em exclusivo para a consola Nintendo Switch 2.