Sendo uma enorme fã de títulos como Initial D, MF Ghost, e de videojogos como Midnight Club 2, a exploração de praticamente todos os elementos da cultura japonesa presentes nos títulos que mencionei em JDM: Japanese Drift Master, tornou esta análise num dos meus objetivos deste ano.
Assumimos o papel de Touma, um piloto polaco cujo principal objetivo é ganhar fama no submundo de drifting do Japão. A narrativa desvenda-se através de painéis ao estilo manga, diferenciando-se por completo dos congéneres, e acrescentando um toque artístico único que acaba por complementar perfeitamente a estética do jogo. Assim que chegamos, somos imediatamente imergidos na cultura automóvel do Japão, com uma incrível atenção ao pormenor na recriação da atmosfera das ruas e passagens de montanha japonesas. A ação decorre toda na localização fictícia de Guntama, que se apresenta como um vasto mundo aberto, com mais de 250 quilómetros de estrada para explorarmos.
No que toca à condução, para minha agradável surpresa, encontramos um belo equilíbrio entre realismo e acessibilidade. O tutorial tem o cuidado de se preparar mesmo para jogadores que nunca jogaram um jogo de corrida, dando instruções claras e concisas para conseguirmos fazer os primeiros drifts. Quer utilizemos um gamepad, volante ou teclado, os controlos respondem bem, tornando o drifting desafiante, e ao mesmo tempo, gratificante.
Não vos faltará quantidade e variedade nos eventos. Podemos participar principalmente nos desafios de drift, corridas de grip e as famosas corridas drag (sem participação do RuPaul). A integração dos eventos no mundo está fluída e não sentimos que estamos a despachar itens numa lista, o que encoraja a exploração e o desenvolvimento das nossas capacidades enquanto corredor/drifter.
Uma das caraterísticas de destaque (e que não podia faltar) é a personalização dos carros. Temos à nossa disposição modificações extensivas, desde ajustes de desempenho, como a suspensão e o motor, ou as famosas e muito desejadas alterações visuais, como kits de carroçaria e pinturas, portanto venham daí os incríveis decals. Independentemente da qualidade do jogo, custa-me escrever isto, mas nunca teria o mesmo sabor sem a inclusão de carros licenciados, ora, felizmente, a Mazda, a Nissan e a Subaru deram o seu selo de confiança e ajudam a trazer imersão às viagens por Guntama.
Embora os visuais do jogo sejam impressionantes, encontramos problemas de desempenho bastante evidentes. Mesmo em definições mais baixas, não faltam jogadores nas discussões da Steam a reportar quedas nos fotogramas e bastantes travagens, o que significa que devem cair uns quantos patches de optimização **em breve.
Joguei JDM: Japanese Drift Master numa torre com uma RTX 4060 Ti (16GB), i7-11700K e 32GB de RAM, o que deveria em teoria, oferecer uma experiência de topo de gama. Como temos visto na indústria do PC gaming, a teoria nem sempre reflete a prática, e embora a minha torre exceda confortavelmente os requisitos recomendados, na prática, o jogo não tira partido do hardware como devia.
A utilização do CPU oscila bastante, e notei alguns picos na minha GPU quando os efeitos de partículas e a chuva se juntaram num incrível espetáculo visual, que pouco me permitia ver. Ao desativar o ray tracing (que não é muito eficaz) e reduzindo a qualidade das sombras, ajudaram-me a estabilizar a experiência, mantendo 80-90 FPS com o que senti ser pouco sacrifício visual.

Mesmo com um NVMe, os tempos de carregamento chegam a ser longos, especialmente reiniciamos eventos, o que acaba por quebrar o ritmo de jogo. Mesmo com os 32 GB de RAM e o disco NVMe, era frequente encontrar texturas intermitentes quando ia abrir pelas estradas ou entrava em novas regiões. Adicionalmente, existem certas definições visuais, como os reflexos ou o anti-aliasing, que **beneficiavam de mais opções de personalização, de forma a permitirem uma maior variedade de desempenho nos diferentes hardwares.
Felizmente, a Gaming Factory reconheceu imediatamente estes problemas e já estão a trabalhar em patches, demonstrando um genuíno empenho em aperfeiçoar o jogo com base no feedback da comunidade.
Independentemente dos problemas, JDM: Japanese Drift Master, é uma experiência visualmente cativante. Entre os arredores recheados de vivendas de Guntama e as diversas paisagens rurais, não faltam vistas bonitas para nos perdermos enquanto queimamos borracha. Ao contrário de muitos títulos AAA, encontramos ainda um ciclo de dia-noite e um sistema meteorológico dinâmico, tornando cada viagem única.
Ora, como os ouvidos também precisam de atenção, o som do jogo acrescenta imensa imersão. Sejam os ruídos do motor, os guinchos dos pneus e os sons ambientais, a execução está no ponto, e até me levou a baixar a música do jogo, só para ouvir os efeitos sonoros. Claro que quando passeio, não posso deixar de aproveitar as estações de rádio, que incluem vários géneros, o que dá sempre jeito pois em certas alturas queremos apenas descontrair, e noutras precisamos de canalizar o nosso Keiichi.
Um agradecimento especial à editora pela cedência de uma cópia digital para PC.





























