Se és fã de puzzles daqueles que te fazem parar, respirar fundo e questionar as tuas capacidades mentais, como o The Room, então The House of Da Vinci pode ser mesmo a tua praia — ou então o jogo que te vai levar à beira de um ataque de nervos. Este é daqueles jogos que te atiram para o meio de salas cheias de engenhocas malucas e te dizem: “Desenrasca-te.” E tu, claro, vais. Porque os cenários renascentistas são belos demais para não explorar.

Falando nisso — a arte do jogo é qualquer coisa. Tudo tem aquele charme renascentista com livros antigos, madeira polida e mecanismos que parecem ter sido feitos pelo próprio Leonardo. Dá gosto só de estar ali a olhar. Quase que me apetece puxar de um livro e ler horas a fio sem dar pelo tempo passar. Mesmo quando estás completamente perdido, pelo menos estás perdido num sítio bonito. E há momentos em que resolves um puzzle e sentes-te o verdadeiro Da Vinci… até ao próximo quebra-cabeças, que te dá um nó no cérebro e te faz repensar a tua vida. Nota importante: é possível encontrar escondidos nos cenários os planos para conceber todo o tipo de maquinaria que Da Vinci nos deixou.

A experiência é uma montanha-russa emocional: no início estás entusiasmado, depois frustrado, depois iluminado, depois frustrado outra vez. Há puzzles tão rebuscados que chegas a pensar: “Isto é mesmo suposto ser lógico ou estou só a inventar?” E spoiler: às vezes estás mesmo só a inventar. Mas quando lá chegas, ah… que sensação! Vale a pena. Ou pelo menos é isso que tentamos convencer-nos enquanto massajamos as têmporas.

Agora… temos de falar sobre os controlos na PS5. É aqui que o encanto se começa a desfazer um bocadinho. Em vez de adaptar os controlos ao comando, o jogo obriga-te a usar um ponteiro no ecrã. Nada contra ratos, atenção, mas com um comando na mão, aquilo torna-se lento, pouco intuitivo e, sinceramente, tira um bocado da magia. Não é que o jogo seja injogável na PS5 — longe disso.

Mas parece sempre que estás a lutar contra os controlos, especialmente quando precisas de precisão para girar peças ou alinhar mecanismos. E num jogo que depende tanto da interação com o ambiente, isso cansa. Se tiveres oportunidade, no PC com rato. Vais agradecer-me depois.

Mas em suma, valeu a pena jogar o The House of Da Vinci?

Se adoras puzzles e tens paciência para os desafios mais rebuscados, sim — especialmente se o jogares numa plataforma onde os controlos não sejam um obstáculo. The House of Da Vinci tem alma, tem charme e tem engenhocas de sobra. Mas se estás à procura de algo mais relaxante ou queres jogar na PS5 sem dores de cabeça (literalmente), talvez seja melhor pensar duas vezes. Ou pelo menos ter um Ben-U-Ron à mão.

Esta foi mais uma bit-nálise, análise tão curta que nem um bit ocupa. Em baixo podes contar com a ficha técnica:

Nome e Preço: Petit Island – 19.99€

DLC e Preço: Nada até ao momento.

Desenvolvedor: Blue Brain

Editora: Blue Brain

Metacritic: House of Da Vinci

HowLongToBeat: 5 horas

Conquistas: 14

Testado numa: PlayStaton 5

Agradecimentos: Obrigado à editora pela cedência de uma chave para bit-nálise

Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.