Encontrar um anime que una de forma ideal os desportos e o romance juvenil pode parecer um desafio dada a tendência dos japoneses em separar as águas. Contudo Blue Box prometeu-nos realizar essa tarefa com excelência, num anime mais cozy, mesmo ao estilo como só a Netflix sabe construir, para veres mesmo naqueles dias em que precisas de uma pausa de todo o turbilhão e confusão alheia. 

Baseado no mangá de Kōji Miura, a série segue Taiki Inomata, um jogador que à semelhança do que estamos habituados a ver noutras obras semelhantes como Kuroko no Basket e Hyakyuu!, encontra-se a trilhar o seu caminho para se tornar talentoso no badminton. Do outro lado da rede a partilhar o mesmo ginásio temos Chinatsu Kano, uma estrela do basquete juvenil que dá tudo o que tem pelo seu sonho. A par destes dois, temos também a exigente Hina Chono, com a sua rotina implacável de ginástica rítmica, e Kyo Kasahara que acompanha o protagonista no badminton.

Como podes constatar, este não é portanto um anime com um elenco muito variado, embora vá entrando mais uma ou outra personagem recorrente, a trama é sobretudo focada nestes quatro astros dos desportos. O que agradeço, em especial em dias de tempestade, pois só mesmo Blue Box com a sua simplicidade para nos fazer sorrir com uma lagrimazita de felicidade, enquanto as personagens enfrentam os desafios escolares e os sentimentos não correspondidos. 

blue box netflix

Como não sou muito de romances e histórias insonsas, devo admitir que dar uma oportunidade a este anime foi mesmo ao calhas. Não sei se foi pela estilização gráfica que reconforta o olho, ou pela sensação de suavidade e leveza que as personagens e animação transmitem, mas fiquei feliz por Kōji Miura manter a história cativante a cada capítulo ou neste caso episódio.

Tenho uma certa aversão crónica a romances. Regra geral: não vejo. É que dão para enrolar novelas inteiras por causa de mal entendidos que não desenrolam senão até ao final. É simplesmente uma escrita preguiçosa e de quem não tem qualquer inspiração para fazer o seu trabalho. Contudo é um problema mais dos criativos portugueses e não do povo japonês.

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Yûichirô Yano como diretor replica o mangá quase quadro a quadro, com a ajuda de Yûko Kakihara para ligar os pontos na adaptação televisiva, pelo que qualquer leitor ávido ficará satisfeito. Com eles temos um elenco de vozes super talentosas e reconhecíveis como Reina Ueda (Dr. Stone, Solo Leveling, Demon Slayer), Chiaki Kobayashi (Wind Breaker, Tower of God, Sôsô no Furîren), Akari Kitô (Dungeon Meshi, Demon Slayer, Xenoblade Chronicles 3), Shoya Chiba (Wind Breaker, Demon Slayer) e  Yuma Uchida (Jujutsu Kaizen, Tower of God, Blue Lock).

Para completar o círculo, a experiência sonora tinha de ser qualquer coisa que nos levasse a respirar e transpirar para este mundo. Na condução desta segunda camada que é a experiência de Blue Box, de BeauDamian é o mestre a tocar as nossas cordas e a puxar pelas nossas emoções. Já no diz respeito às intros e outros, devo dizer que Blue Box falha em incentivar ou captar-me minimamente. Aliás a primeira intro até que era um pouco anticlimática, já as restantes não lhes sinto o pulso, e como tal, dou por mim sempre a saltar para o episódio em si.

Blue Box já está disponível na Netflix.

CONCLUSÃO
Relaxante
7
Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.
blue-box-analiseBlue Box é mesmo aquele pedacinho que faltava no teu dia-a-dia para descomprimires e relaxares numa trama que está constantemente a desenrolar-se e a ter novos desenvolvimentos. Super tranquilo de se ver, acabas aqueles vinte minutinhos de episódio com um sorrisinho nos lábios e uma lágrimazinha de felicidade estampada nos olhos.